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quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Black Friday: vença a concorrência com campanhas lucrativas, éticas e sustentáveis

 

A Black Friday vem aí! Mas participar dela sem planejamento é trabalhar a operação com expectativas irreais: clientes aguardam descontos agressivos, operação exige agilidade extra e o mercado pressiona por resultados imediatos. Sem preparo, o que poderia ser uma grande oportunidade se transforma em frustração, com margens corroídas, equipes sobrecarregadas e a marca exposta a riscos que comprometem a confiança do consumidor no longo prazo. 

Mas um vilão oculto é o ego corporativo. Quantas vezes ouvimos frases como “Se a gente não fizer, o concorrente ganha”, “Precisamos mostrar força no mercado” e “A marca não pode ficar de fora”. Mas ninguém responde à pergunta essencial: “Qual é o custo emocional, operacional e financeiro dessa escolha?”. 

O medo de parecer pequeno faz empresas agirem como grandes. E empresas que se comportam como gigantes, sem estrutura, quebram como castelos de cartas. Tudo isso porque existe uma falsa dicotomia: ou participa ou perde. E isso é uma grande mentira. 

Você não precisa da Black Friday para se posicionar. Você precisa de clareza, estratégia e coragem para criar uma narrativa própria. Enquanto todos gritam preço, sua empresa deve gritar valor, enquanto todos despejam estoque, entregue experiência e enquanto todos brigam por centavos, eduque pelo diferencial. 

É comum vermos manchetes exaltando recordes de vendas, mas raramente vemos a imprensa questionar se o lucro acompanhou esse crescimento. É mais confortável exaltar o faturamento do que mostrar que lucro real exige coragem, estratégia e negação de modismos. 

A imprensa muitas vezes prefere o espetáculo da fila na loja aos bastidores do rombo no fluxo de caixa. Mas quem sobrevive no mercado não é quem aparece no jornal da sexta-feira. É quem ainda consegue pagar o décimo terceiro em dezembro. 

Talvez esteja na hora da mídia — e do mercado — abrirem espaço para uma nova conversa: menos números de fachada, mais realismo estratégico. 

Por isso, você, varejista, faça uma Black Friday que funcione:

 Planeje com margem: não caia na armadilha do “preço psicológico” sem base de custo.

  1. Selecione produtos que você quer girar, não os que você quer se livrar.
  2. Crie campanhas baseadas em clusters de clientes reais, não em massa genérica.
  3. Prepare o pós-venda com o dobro da força: vender é só o começo.
  4. Monitore em tempo real: ajuste rotas, cancele promessas, se necessário.
  5. Esteja disposto a dizer não: o cliente que reclama do seu preço, talvez não seja seu cliente. 

Tome muito cuidado com frases-lenda que podem viralizar, como “Desconto sem margem é autoflagelo”, “Toda Black Friday tem duas opções: crescer ou sangrar”, “Não é sobre vender muito. É sobre vender certo”, “A única Black que sua empresa deveria temer é a do fluxo de caixa negativo”, “Faturamento é vaidade. Margem é sanidade. Lucro é verdade” e “O cliente certo entende valor. O errado cobra frete grátis”. 

Empresas precisam parar de participar da Black Friday por medo de parecerem fracas, consumidores precisam parar de comprar por ansiedade emocional e líderes precisam parar de tratar o fim do ano como palco de heroísmo. 

A verdadeira força está em não saber dizer não, mas em construir campanhas lucrativas, éticas e sustentáveis, além de vender com propósito e margem. E em olhar para o DRE sem vergonha no rosto. Black Friday 2025 será o divisor de águas. Ou você lucra com verdade, ou desaparece com desconto.

  


Anderson Ozawa - CEO da AOzawa Consultoria, especialista em Prevenção de Perdas e Governança, consultor com mais de 40 programas de prevenção de perdas implantados com sucesso, palestrante, professor da FIA Business School e autor do livro “Pentágono de Perdas: Transformando Perdas em Lucros”


AOZAWA CONSULTORIA
www.aozawaconsultoria.com.br


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