Segundo pesquisa da BossaBox, gargalo não está necessariamente na oferta de talento, mas sim nos modelos tradicionais que ainda orientam a contratação no setor
A dificuldade de recrutar profissionais
de Produto e Tecnologia segue como uma das maiores dores de líderes e
empresas. De acordo com um levantamento recente da BossaBox, consultoria referência no modelo de squads-as-a-service no
Brasil, feito com mais de 500 lideranças do segmento, revela que 86%
delas relatam dificuldade em contratar, mas apenas 32% atribuem essa barreira à
escassez de candidatos qualificados.
O dado expõe um ponto crítico: o
gargalo não está necessariamente na oferta de talento, mas sim nos modelos
tradicionais que ainda orientam a contratação no setor. Processos lentos,
escopos mal definidos, expectativas desalinhadas e abordagens pouco relevantes
fazem com que a contratação seja pouco eficiente, enquanto profissionais
qualificados se deparam com entrevistas genéricas, dinâmicas desalinhadas com a
rotina real e empresas sem clareza sobre o problema que querem resolver “Não é
que falte talento. O problema é que o mercado insiste em resolver desafios
novos com estruturas antigas”, explica João Zanocelo, VP de Produto e Marketing
e cofundador da BossaBox.
Um exemplo claro é o modelo freelancer tradicional,
baseado em cobrança por hora, que já mostra sinais de esgotamento. Para
desafios complexos e com múltiplas dependências, esse formato cria mais atrito
do que resultado, ao priorizar tempo investido em vez de impacto gerado. Por
outro lado, insistir apenas em contratações full-time internas
para qualquer frente resulta em times sobrecarregados, mal alocados e lentos
para responder a novas demandas.
O futuro, segundo a BossaBox, não passa
por substituir um modelo por outro, mas por ampliar o portfólio de
possibilidades. Nem toda demanda precisa virar uma vaga fixa: algumas
exigem squads temporários, outras podem ser conduzidas como
experimentos, e algumas se resolvem com entregas pontuais de começo, meio e fim
definidos.
“O ponto central não é terceirizar ou
não, mas entender quando faz mais sentido construir com o time interno e quando
trazer um parceiro externo é estratégico para proteger o foco da equipe,
acelerar entregas críticas ou validar hipóteses antes de escalar. A contratação
em Tecnologia, portanto, não está mais difícil, o que falta é trocar o foco da
discussão. Se, em vez de abrir uma vaga, a empresa começar pelo problema que
precisa resolver, abre-se espaço para alternativas mais ágeis, previsíveis e
estratégicas”.
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