Escolas podem
ajudar famílias com a oferta de refeições saudáveis e na formação de hábitos
melhores desde a primeira infância
Do cardápio de crianças de seis meses a dois anos,
20,5% são formados por alimentos com alta concentração de gordura, açúcar,
sódio e outros aditivos, ou seja, os ultraprocessados. O levantamento, presente
na última edição do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani),
mostra ainda que biscoitos, doces e farinhas instantâneas estão entre os itens
mais consumidos nessa faixa etária. Para a nutricionista Cynthia Howlett,
especializada em nutrição esportiva e psiconutrição e coordenadora de Projetos
Educacionais e Sustentáveis da Sanutrin, esse cenário reforça a
necessidade de uma atuação mais estratégica também no ambiente escolar e que
ajuda na formação de hábitos melhores desde a primeira infância.
Essa atenção às instituições de ensino se justifica
pela mudança no papel que elas desempenham na alimentação infantil ao longo das
últimas décadas. “Antigamente, tínhamos uma cantina para um lanche, mas
almoçávamos geralmente em casa. Hoje, as crianças fazem dois lanches e almoçam
na escola. Os pais têm menos tempo para acompanhar a alimentação dos filhos e a
escola se tornou responsável também nessa formação de bons hábitos
alimentares”, explica Cynthia.
Nesse contexto de maior responsabilidade da escola
com a alimentação, surgiram mudanças estruturais na forma de administrar a
cantina escolar. Esse novo cenário, que valoriza cardápios equilibrados e ações
educativas, veio acompanhado de um processo crescente de terceirização. Se
antes o serviço de alimentação era administrado internamente, hoje é difícil
encontrar uma escola de grande porte que mantenha essa gestão própria. Empresas
especializadas assumem não apenas a operação, mas também a elaboração dos
cardápios, o desenvolvimento de propostas de educação nutricional e a oferta de
cantinas mais equilibradas e diversificadas.
Com a chegada dessas empresas, como a Sanutrin, a
modernização se tornou parte do serviço. Além de qualificar a oferta, elas
passaram a incorporar tecnologia à rotina. “Hoje, não se usa mais dinheiro, os
pais podem colocar crédito. Está tudo mais informatizado, mais evoluído nesse
sentido de operação de cantina”, diz a nutricionista.
5 dicas para os pais
continuarem em casa uma introdução alimentar mais saudável
Dê o exemplo: Coma junto, peça as mesmas coisas, dê o exemplo. O incentivo, da
melhor forma, é dando exemplo e praticando.
Torne o momento prazeroso: Faça que seja um momento prazeroso, com oficinas, piqueniques, leve na
feira, aproxime a criança do alimento, isso é superimportante.
Não pressione: A criança não precisa ter trauma, não precisa ter um sentimento
negativo em relação à alimentação. Ao contrário, ela tem que ter bons
sentimentos, que aquilo deve fazer bem, causar boas lembranças, criar bons
momentos, igual ao bolinho da casa da avó, pois comemos muito pela emoção.
Evite ultraprocessados na
introdução alimentar: Evitar oferecer, nessa
introdução alimentar, açúcar, gordura, produtos industrializados, processados.
Isso atrapalha o paladar da criança quando ela está descobrindo novos alimentos
e acaba interferindo com o hábito para o resto da vida.
Prolongue a ausência do açúcar: Evitar oferecer açúcar principalmente até os dois anos. Se puder, manter até os 4 e ficar somente com os produtos mais naturais minimamente processados.
Cynthia Howlett - jornalista e nutricionista formada pela Estácio de Sá, especializada em nutrição esportiva e psiconutrição. Hoje é coordenadora de Projetos Educacionais e Sustentáveis da Sanutrin. Já foi apresentadora de programas da GNT e SporTV.

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