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| Estudos já indicam que a detecção de pólipos pode aumentar em até 34% com o uso desse recurso Divulgação |
O câncer colorretal é hoje o terceiro tipo de tumor que mais mata
no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
A doença, que pode se desenvolver a partir de pólipos —
pequenas lesões na mucosa do intestino —, tem altas taxas de cura quando
descoberta em fase inicial. Nesse cenário, exames como a colonoscopia e a
endoscopia são aliados essenciais da prevenção, permitindo identificar
alterações antes mesmo do aparecimento de sintomas.
Nos últimos anos, a tecnologia tem desempenhado um papel cada vez
mais importante na evolução desses procedimentos. Recursos de Inteligência
Artificial (IA) já estão sendo incorporados ao arsenal médico,
oferecendo um ganho significativo na precisão diagnóstica.
A IA atua como um “olho extra” durante os exames. Treinada com
milhões de imagens, a ferramenta consegue reconhecer padrões que indicam a
presença de pólipos ou outras alterações da mucosa intestinal. O sistema
funciona em tempo real: enquanto o endoscopista conduz o exame, a tecnologia
sinaliza possíveis lesões que poderiam passar despercebidas a olho nu. Estudos
já indicam que a Segundo a médica Leliane Arruda, presidente da Sociedade Brasileira
de Endoscopia em Pernambuco e diretora médica da Endogastro, a
combinação entre a experiência clínica e a tecnologia cria um novo patamar de
segurança.
“Inteligência Artificial não substitui o olhar humano, mas complementa. É como ter um colega ao lado chamando atenção para detalhes que poderiam passar despercebidos. Isso aumenta a sensibilidade dos exames e favorece diagnósticos mais precoces”.
Além da IA, outros avanços reforçam a qualidade das imagens. A chamada Magnificação Óptica Real permite ampliar em até 145 vezes a visualização da mucosa, tornando possível observar vasos e estruturas microscópicas. Já o Linked Color Imaging (LCI) intensifica o contraste de cores, facilitando a detecção de inflamações e lesões iniciais. Outra inovação é o Blue Light Imaging (BLI), que projeta luz azul-violeta para destacar vasos sanguíneos e diferenciar lesões benignas de malignas.
Para os especialistas, esse conjunto de tecnologias representa uma revolução na prática clínica. A colonoscopia, considerada o exame padrão-ouro para detecção do câncer colorretal, torna-se ainda mais eficiente com o suporte da IA e dos novos sistemas de imagem.
“Quanto mais cedo conseguimos identificar alterações, maiores são as chances de tratamento e cura. A tecnologia está ajudando a transformar um exame já essencial em uma ferramenta ainda mais poderosa contra o câncer de intestino”, reforça Leliane Arruda.
Com a incorporação desses recursos, pacientes e
médicos ganham mais confiança no processo de diagnóstico. O resultado é uma
medicina preventiva fortalecida, que aposta na inovação para salvar vidas.

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