Educadores explicam como a matéria é cobrada no Enem, destacam os temas mais recorrentes e compartilham estratégias para ter um bom desempenho
A
presença da Filosofia no Enem vai muito além de conceitos abstratos e
discussões teóricas. A prova costuma trazer questões que relacionam os
principais pensadores da tradição filosófica com problemas da sociedade
contemporânea, exigindo do candidato a capacidade de interpretar, argumentar e
articular ideias.
Para
ajudar os estudantes a entenderem como essa área do conhecimento é abordada na
prova, quatro professores de Filosofia compartilham orientações, conteúdos
chave e dicas de preparação.
O que é preciso dominar: leitura crítica e raciocínio lógico
O domínio da Filosofia no Enem requer mais do que familiaridade com os grandes nomes da história do pensamento. É fundamental saber identificar argumentos, reconhecer diferentes correntes filosóficas e estabelecer relações entre texto e contexto. A disciplina está inserida na prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias (junto à História, Geografia e Sociologia), e costuma aparecer entre 5 a 6 questões em cada edição do exame.
Segundo
Diego Monsalvo, professor de Filosofia do colégio Progresso
Bilíngue, de Santos/SP, a abordagem do
Enem privilegia a reflexão crítica e o uso contextualizado do conhecimento: “As
questões não cobram memorização de datas ou frases. Elas apresentam
situações-problema, nas quais o aluno precisa compreender o pensamento de
determinado autor e aplicá-lo a uma situação concreta. É essencial entender o
porquê de cada ideia, mais do que simplesmente decorar”.
“Para
responder bem, o aluno precisa desenvolver uma leitura crítica. Isso significa
entender o que está sendo dito, como está sendo dito e por que está sendo dito
daquela maneira”, afirma Talyta Pondé, da Escola
Internacional de Alphaville, de
Barueri/SP. “Muitas vezes, o enunciado traz trechos de textos clássicos ou
modernos, e a chave está em interpretar bem esse conteúdo para escolher a
alternativa correta. Interpretar não basta: tem sido uma vantagem competitiva
saber o campo conceitual das principais escolas filosóficas, bem como ter o
repertório histórico que ajuda a situá-las quanto ao tempo e suas principais
questões”.
Temas recorrentes: política, ética e existência
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| Foto: Reprodução Enem. |
Ao
longo dos últimos anos, temas como Filosofia Política, Ética, Existencialismo e
Filosofia Moderna têm sido recorrentes nas provas. Autores como Aristóteles,
Maquiavel, Rousseau, Marx, Kant, Nietzsche, Sartre e Hannah Arendt aparecem com
frequência, sempre conectados a questões sociais, culturais ou históricas.
De acordo com José Henrique Santanna Porto, professor da Escola Bilíngue Aubrick, de São Paulo/SP, é importante que os candidatos estudem os temas dentro de seus contextos: “A Filosofia no Enem não aparece de forma isolada. A prova quer saber se o aluno compreende como as ideias de um autor dialogam com o mundo em que vivemos. É por isso que temas como liberdade, democracia, poder, moral e responsabilidade são tão recorrentes.”
Dicas para mandar bem nas questões de Filosofia
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| Foto: Reprodução Enem. |
Para
se destacar nas questões de Filosofia, a recomendação é investir em uma
preparação baseada na leitura atenta, na revisão dos principais autores e no
treino de interpretação de textos. Também vale a pena praticar com questões
anteriores do Enem e buscar materiais que conectem os temas filosóficos à
atualidade.
Caio
Leite, professor do Brazilian International School – BIS, de São Paulo/SP, orienta: “A resolução dos
exercícios de Filosofia depende, majoritariamente, de uma boa base de
interpretação dos textos de apoio e do conhecimento teórico de cada um dos
filósofos, pois é com esse instrumental que o estudante terá condições para
encontrar a alternativa correta.”
Outra
dica valiosa é integrar os estudos de Filosofia com outras áreas da prova, como
Sociologia, História e Redação. “É importante lembrar que o Enem é uma prova
baseada em competências e habilidades, por essa razão, o diálogo
interdisciplinar, vertical e horizontalmente ajudam na busca por encontrar as
soluções para as questões”, complementa Leite.
O Enem
A
prova foi criada pelo Ministério da Educação em 1998, para avaliar o desempenho
dos estudantes brasileiros ao final da educação básica. Com o passar dos anos,
o Enem teve sua metodologia aperfeiçoada e atualmente é requisito obrigatório
para acesso a programas educacionais como o Sistema de Seleção Unificada
(Sisu), Programa Universidade para Todos (ProUni) e Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies).
Este
ano, as provas serão aplicadas nos dias 09 e 16 de novembro, dois domingos
seguidos. No primeiro dia de prova, os alunos realizarão as questões das áreas
de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (compreende Língua Portuguesa,
Literatura, Língua Estrangeira/Inglês ou Espanhol, Artes, Educação Física e
Tecnologias da Informação e Comunicação) e Redação; e Ciências Humanas e suas
Tecnologias (compreende História, Geografia, Filosofia e Sociologia).
No
segundo dia, as provas serão de Ciências da Natureza e suas Tecnologias
(compreende Química, Física e Biologia) e Matemática e suas Tecnologias. O
certame registrou mais de 5,5 milhões de inscrições, de acordo com o Ministério
da Educação – número que supera a edição anterior de 2024, com aumento de 8% no
número de inscritos.




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