Uma boa estratégia de marketing pode servir como um
excelente GPS para guiar as empresas frente a um futuro cada vez mais
promissor. Mas, como calibrá-lo corretamente, para que consiga apontar o melhor
caminho? Para muitas empresas, as métricas de vendas acabam sendo as grandes
referências para ajustar essa rota – algo que, nem sempre, contribuirá para que
conquistem os objetivos desejados. Muitos outros dados podem ser utilizados
para direcionar os planejamentos a serem seguidos, cabendo à cada organização
essa alteração do foco para que consigam resultados cada vez melhores.
Segundo um estudo do Panorama de Marketing e Vendas
2025, 71% das empresas não atingiram suas metas de marketing em 2024. Quando
nos aprofundamos na pesquisa para entender melhor o que pode ter prejudicado
isso, 34% dessas equipes focaram essas ações para gerar uma maior demanda; 27%
em fortalecer a marca; 14% em inovações digitais; e 13% em estreitar
relacionamentos.
Esses dados evidenciam como grande parte dos
negócios ainda prioriza o aumento do número de vendas na elaboração das ações
que serão implementadas, o que, nem sempre, acaba contribuindo para a conquista
do crescimento real da empresa. Dentro do marketing, existem muitas outras
informações que podem servir como referência para definir o crescimento do
negócio em questão, contudo, as nuances são diferentes e, portanto, nem sempre
colocar as vendas em destaque pode ser a escolha mais sábia.
Outros números que podem servir como uma
metrificação da evolução da empresa incluem novos clientes, consumidores
fidelizados, crescimento dos números de seguidores nas redes sociais, aumento
de menções na web, visitas aos espaços físicos, números de contatos recebidos,
dentre muitos outros.
Com essa maior diversidade de dados em mãos, o
marketing pode pegar emprestado um conceito central da área de growth, chamado
de North Star Metric (Métrica Estrela Norte ou NSM), através do qual é possível
evitar ilusões de crescimento e focar no longo prazo – mostrando o que realmente
impulsiona o negócio, garantindo retenção e alinhando toda a empresa ao mesmo
objetivo.
Ao utilizar essa tática de mensuração de resultados, pode-se fugir de possíveis falhas das quais os outros KPIs estão passivos de apresentar, como: otimizar para receita imediata e prejudicar o futuro, interpretar picos de vendas como crescimento real, perder de vista o valor real entregue ao cliente, desalinhamento entre áreas, ignorar problemas de retenção e engajamento, e medir o que é fácil e não o que importa.
Através do uso dessa ferramenta, tanto a miopia de
marketing (enxergando apenas o que está à sua frente, ignorando possíveis
oportunidades a serem exploradas) quanto a hipermetropia (não focar no que está
à sua frente, visando apenas o futuro) podem ser evitadas. Dessa forma, novas
metas de marketing podem ser definidas, junto a métricas que realmente farão
sentido para o negócio.
Levando essa premissa aos dados apresentados no
estudo acima, por exemplo, temos uma parcela de entrevistados que apresentam “inovar
no digital” como uma meta. Mas, como isso pode ser mensurado? Como essa
inovação vai impactar o crescimento do cliente? Provavelmente, são perguntas
que não podem ser respondidas, mas que deveriam, para que essa estratégia
consiga gerar valor ao negócio.
Sair da bolha de focar somente nos dados remetentes
às vendas pode ser um grande desafio para muitas empresas, uma vez que exige
que saiam dessa sua área de conforto e comecem a analisar outros números e
fatores importantes. Porém, a visualização de suas operações por outros ângulos
pode ser bem mais vantajosa e útil para seu crescimento ao longo do tempo.
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