Representado pela cor laranja, o mês de agosto é dedicado à conscientização sobre a Esclerose Múltipla (EM). A campanha Agosto Laranja visa dar visibilidade à condição, combater o preconceito e estimular o diagnóstico precoce.
A Esclerose Múltipla é uma doença do sistema nervoso central que afeta o cérebro e a medula espinhal. A doença ocorre quando o sistema imunológico ataca a bainha de mielina, estrutura que reveste e protege as fibras nervosas, comprometendo a comunicação entre o cérebro e o corpo. Esse processo leva à formação de múltiplas lesões, chamadas de escleroses (dando origem ao nome da doença).
Atualmente, há em torno de 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo com EM. Estima-se que no Brasil, cerca de 40 mil pessoas vivam com a doença, que costuma acometer frequentemente adultos jovens na faixa etária entre os 20 e 50 anos de idade, principalmente mulheres.
A causa exata da EM ainda não é conhecida, mas uma combinação
de fatores, incluindo predisposição genética e fatores ambientais, tais como
infecções virais, deficiência de vitamina D, tabagismo e obesidade estão
associadas ao seu desenvolvimento.
Os sintomas
característicos podem surgir de forma repentina e desaparecer
espontaneamente, o que muitas vezes dificulta e atrasa o
diagnóstico. Os sintomas mais comuns incluem: fadiga
intensa, alterações visuais, formigamento, dormência nos membros,
fraqueza muscular, dificuldades de locomoção, problemas cognitivos,
distúrbios de humor, tremores, dores na face ou no corpo, entre
outros.
O diagnóstico da Esclerose Múltipla é clínico, baseado nos sintomas e em exames complementares. O principal exame utilizado é a ressonância magnética, que identifica as lesões no sistema nervoso central. Outros exames podem ser solicitados para confirmação do diagnóstico.
A EM pode se manifestar de formas distintas, no entanto cerca
de 85% dos casos de Esclerose Múltipla apresentam surto, evento ou sintoma
repentino e remissão, mas de forma recorrente. Desta forma, os surtos
melhoram após o tratamento ou espontaneamente. Geralmente ocorrem nos primeiros
anos da doença - e podem ter recuperação completa ou deixar sequelas.
Mesmo não havendo a cura para Esclerose Múltipla, os tratamentos disponíveis podem modificar o curso da doença, reduzindo a frequência dos surtos e controlando os sintomas. Dentre eles, medicamentos imunomoduladores e imunossupressores, como interferons, anticorpos monoclonais e moduladores de esfingosina; terapias para controle de sintomas, como antidepressivos, relaxantes musculares e analgésicos; reabilitação multidisciplinar, com fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e apoio psicológico.
A expectativa de vida, embora possa ser ligeiramente reduzida, tem se aproximado cada vez mais da média populacional, graças aos avanços terapêuticos. Por isso, o diagnóstico precoce pode fazer uma grande diferença, pois o início rápido do tratamento medicamentoso e acesso à equipe multiprofissional pode atrasar a progressão da doença e favorecer a redução do acúmulo de incapacidades do paciente.
Além disso, é fundamental que o paciente tenha e mantenha uma rotina de cuidados com a saúde física e mental, essencial para qualidade de vida, incluindo descansar quando em fadiga, realizar atividade física regularmente, manter a alimentação saudável e equilibrada, evitar situações exageradas de estresse e de calor excessivo. Manter-se ativo.
Dr. Kleber Duarte - médico neurocirurgião com mais de 30 anos de experiência na área de neurocirurgia funcional e dor. Atua no Serviço de Neurocirurgia para Saúde Suplementar e Neurocirurgia em Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Tem amplo conhecimento e alta qualificação em técnicas cirúrgicas e de estereotaxia para tratamento de doenças que comprometem o sistema motor e em dores crônicas.
www.drkleberduarte.com.br
@drkleberduarte

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