As pessoas estão cansadas de tanta informação em seu dia a dia. Interações unilaterais com as marcas, excesso de conteúdos não aderentes a seu perfil e notícias demasiadas estão, mais do que nunca, gerando uma necessidade de fugir dessa realidade. Por mais que esse movimento possa ser algo prejudicial às marcas, também pode ser conduzido de forma estratégica pelo marketing para auxiliar os usuários a relaxarem suas mentes e, ao mesmo tempo, viabilizar um retorno financeiro às empresas – estratégia que ficou conhecida no mercado como economia do escapismo.
Quando questionados os motivos pelos quais estão querendo
fugir da realidade, 42% dos brasileiros afirmaram que buscam escapar “da sua
própria mente”, além de 34% que justificaram esse movimento em decorrência “das
notícias”, segundo um estudo global da McCann Worldgroup – um excesso de
informações que engloba todas as interações online que os usuários se deparam,
diariamente, não apenas de portais noticiários, como também de anúncios pagos
realizados por uma série de empresas.
A falta deste cuidado por uma marca pode ser
extremamente prejudicial para sua prosperidade e lucratividade. Ainda segundo o
estudo global da McCann Worldgroup, como prova disso, 44% dos consumidores
querem que as marcas entendam suas frustrações, junto a 56% que desejam que
elas forneçam sonhos. Aquelas que não acompanharem e atenderem essas demandas,
certamente, perderão espaço no mercado, prejudicando sua imagem, reputação e
continuidade.
Os dados apresentados no estudo mostram a
importância das distrações como uma forma saudável de lidar com o estresse do
dia a dia. E, neste cenário, uma boa estratégia do marketing é capaz de buscar
formas de interagir com esse público de uma forma menos agressiva e one-sided,
para a construção de campanhas e transmissão de mensagens mais assertivas,
aderentes e não excessivas. Ou seja, explorar essa temática do escapismo
em suas interações com as pessoas, visando não só uma venda, mas a criação de
um vínculo.
Ainda segundo o estudo da McCann, essa economia do
escapismo já movimenta US$ 10 trilhões, devendo chegar a US$ 13,9 trilhões em
2028, transformando produtos comercializáveis em momentos de distrações que não
apenas auxiliem as pessoas que estão passando por uma ocasião de grande
estresse, como também favoreçam as marcas a criar oportunidades de vendas que
tragam melhores resultados internos e uma maior satisfação de seus
consumidores.
Para atingir essas metas, as estratégias de
advertainment, storytelling, branded content, product placement, marketing de
guerrilha e UGC se mostraram eficazes nesse sentido, no que diz respeito a
trazer empresas e seus produtos e apresentá-los de modos criativos, de modo em
que conseguem uma atenção especial das pessoas por, simplesmente, serem
diferentes do comum.
Utilize essas ferramentas e planejamentos com estratégia e criatividade,
ao invés de, simplesmente, desenvolver anúncios simples e massificados sem
inteligência por trás, o que acaba por não conseguir atrair, reter e engajar o
público-alvo. Caso seja necessário investir mais tempo do que o comum para a
criação de ativos que realmente consigam atrair a atenção e criar um brand
recall para suas marcas, faça-o! O mercado, há alguns anos, vem apresentando
sinais de que “o marketing que não tem cara de marketing” é um dos que mais
traz resultados.
Criar conexão com um público que está esgotado de tantas informações em
suas vidas é realmente difícil. Afinal, quando uma pessoa acaba criando uma má
experiência com sua empresa, esse sentimento se perdura por muito tempo, capaz
de prejudicar décadas de vendas. Mas, uma vez criado esse vínculo, ele se torna
forte suficiente para transformar o lifetime value do cliente e a reputação
da marca frente a seus concorrentes.
Renan Cardarello -é CEO da iOBEE - Agência de Marketing Digital e Assessoria.
iOBEE
https://iobee.com.br/
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