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quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Seis mitos e verdades sobre câncer de mama e massagem


Se você procurar na internet o termo “Drenagem linfática para câncer de mama”, a pesquisa trará mais dúvidas que informações. A mastectomia, cirurgia para remoção de uma ou ambas as mamas, é um dos procedimentos que podem ser indicados no tratamento do câncer de mama. Porém, a mastectomia traz consigo uma série de desafios físicos e emocionais para as pacientes, entre eles o linfedema, inchaço causado nos tecidos devido à remoção dos linfonodos axilares.

 

Uma das terapias recomendadas para amenizar os incômodos de uma mastectomia e prevenir o linfedema e outras complicações é a drenagem linfática, técnica de massagem que estimula o sistema linfático a funcionar de maneira mais eficiente. Esse sistema é responsável pela remoção de toxinas e pelo transporte de líquidos corporais. Entre os benefícios da drenagem linfática na mastectomia estão, além da redução do linfedema, o alívio da dor e desconforto, melhoria na cicatrização e bem-estar.

 

Abaixo, o cirurgião plástico Dr. Fernando Amato e a mastologista Dra. Priscila Beatriz Silvério respondem às algumas das dúvidas que chegam diariamente em seus consultórios. Confira:

 

1 - Posso fazer drenagem linfática depois de cirurgia para retirar câncer de mama. Certo?


Dr. Fernando Amato - Sim, a drenagem linfática pode ser recomendada após a cirurgia para remover o câncer de mama, especialmente para aliviar o inchaço no local. E se ocorrer o linfedema no membro superior por causa do esvaziamento dos linfonodos axilares, a drenagem pode ser fundamental para melhora dos sintomas no pós-operatório. No entanto, é fundamental que essa terapia seja feita por um profissional qualificado, que esteja ciente da condição do paciente e alinhado com a equipe médica, assim como das recomendações do médico responsável pelo tratamento.

 

2 - O tipo de câncer de mama interfere na técnica de massagem, seja ela linfática ou alguma outra modalidade. Fato ou fake?


Dra. Priscila Silvério – Fake! Independentemente do tipo de câncer de mama, a massagem pode ser realizada, pois não há evidências científicas de que a massagens “espalhem” o câncer. Para o câncer de mama “espalhar” são necessários todo um ambiente como novos vasos, fator de crescimento e não apenas um estímulo mecânico.

 

3 - Depois da cirurgia de reconstrução mamária, estarei liberada para fazer drenagem linfática em até 15 dias. Verdade?


Dr. Fernando Amato – Depende! O tempo de espera antes de iniciar a drenagem linfática após a cirurgia de reconstrução mamária pode variar de acordo com a recomendação do cirurgião. Geralmente, é aconselhável esperar até que o tecido esteja suficientemente cicatrizado, o que pode levar mais de 15 dias. É crucial seguir as orientações do seu cirurgião.

 

4 - Fiz mastectomia com esvaziamento axilar. Mas minha massagista disse que não posso fazer drenagem linfática. Verdade?

Dr. Fernando Amato - Pacientes que fizeram mastectomia com esvaziamento axilar podem necessitar de cuidados especiais ao realizar drenagem linfática. Embora a drenagem linfática possa ser benéfica, deve ser realizada por um terapeuta especializado e sob orientação médica. Certas técnicas ou áreas podem ser contraindicadas dependendo do estado de cicatrização e da presença de linfedema.

 

5 - A drenagem linfática ajuda a diminuir inchaços e líquidos acumulados após a reconstrução mamária. Sim ou não?


Dr. Fernando Amato - Sim. A drenagem linfática é frequentemente utilizada para reduzir inchaços (edema) e ajudar na remoção de líquidos acumulados após a reconstrução mamária, contribuindo para o conforto e a recuperação do paciente.

 

6 - Fiz ressecção mamária e ainda faço quimioterapia. Quero receber massagem relaxante, mas tenho antes que conversar com um oncologista. Isso mesmo?


Dra. Priscila Silvério - Sim. Se você ainda está em tratamento quimioterápico é essencial conversar com o oncologista, equipe cirúrgica (mastologista e cirurgião plástico) antes de receber qualquer tipo de massagem, incluindo a relaxante, para saber se existe alguma contraindicação.

 


Dr. Fernando C. M. Amato – Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).


Dra. Priscila Beatriz Silvério – Graduada pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), com residência em Ginecologia e Obstetrícia e Mastologia pela mesma instituição. É membro da Sociedade Brasileira de Mastologia.
https://plastico.pro/
www.amato.com.br
Instagram: @drapriscilabeatriz


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