Abril é o mês escolhido para conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico
O câncer de esôfago é o oitavo com maior incidência no mundo e atinge duas vezes mais homens do que mulheres. O órgão é o responsável por levar os alimentos ingeridos até o estômago e atravessa o pescoço e o tórax, terminando na parte superior do abdômen. Abril é o Mês de Conscientização sobre o Câncer de Esôfago e traz atenção para a doença, que é considerada grave e afeta, principalmente, pessoas a partir dos 50 anos.
No estágio inicial, o câncer no esôfago é assintomático. À medida
que a doença evolui, os sintomas podem ser confundidos com refluxo, o que muitas
vezes ocasiona um diagnóstico tardio. De acordo com a Dra. Bruna Carone, médica
oncologista do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), outros sinais da
patologia são dificuldade para engolir, perda de peso, dor epigástrica (na
"boca do estômago”) e queimação. Pessoas acometidas por esse tipo de
câncer inicialmente sentem dificuldade para engolir alimentos sólidos -
desconforto que, posteriormente, aparece também na ingestão de alimentos
pastosos e, por fim, com qualquer tipo de líquido. Por conta disso, elas não
somente perdem peso, mas geralmente têm anemia e desidratação.
Fatores de risco e diagnóstico
Segundo a médica, alguns fatores podem funcionar como agravantes para o aparecimento do tumor. "Alcoolismo, tabagismo, consumo de bebidas muito quentes com frequência, obesidade e exposição a substâncias tóxicas ou radiação são alguns dos principais fatores de risco associados ao câncer de esôfago", afirma. Sobre o diagnóstico, Carone orienta que a detecção precoce é feita através de endoscopia. No procedimento, é introduzido na boca do paciente um tubo fino com uma câmera na ponta, que desce em direção ao esôfago. Caso o resultado seja positivo, outros exames serão solicitados para verificar se o câncer se espalhou para outros órgãos.
O tipo mais frequente do câncer de
esôfago, responsável por 96% dos casos, segundo o INCA, é o carcinoma
epidermoide (CEC), principalmente associado ao consumo de tabaco e álcool. Já o
adenocarcinoma (AC), apesar de mais raro, vem aumentando significativamente nas
últimas décadas, devido ao aumento da prevalência da obesidade e da doença do
refluxo gastroesofagiano.
Tratamento e prevenção
O tratamento dependerá do tamanho e do
tipo do tumor, além da localização e do estado geral de saúde do paciente. O
plano terapêutico pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia e
imunoterapia. "Em casos localizados, a doença pode ser curada", diz a
oncologista.
A melhor forma de prevenir o câncer de esôfago é manter bons hábitos de vida. Além de evitar o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas, que são fatores de risco, é de extrema importância adotar uma dieta saudável e balanceada, assim como incluir atividades físicas na rotina.
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