Para a entidade, maior geração solar fotovoltaica
coincide com horários de altas temperaturas e maior consumo de eletricidade,
reduzindo pressão sobre o sistema elétrico brasileiro
A fonte solar fotovoltaica tem contribuído, cada
vez mais, para aliviar o sistema elétrico nacional, especialmente no atual
período de onda de calor, ajudando a fortalecer o suprimento da demanda nos
horários de maior consumo de eletricidade pela sociedade, em torno das 14h,
conforme dados oficiais divulgados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico
(ONS).
A análise é da Associação
Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Para a entidade, a fonte
solar fotovoltaica contribui para diversificar e aumentar a robustez da matriz
elétrica brasileira, com sustentabilidade. Além disso, a tecnologia é altamente
versátil, possui ágil implantação e contribui para a eficácia da operação do
Sistema Interligado Nacional (SIN), sobretudo nos momentos de alterações
climáticas mais severas.
Especificamente, a geração própria solar, que opera diretamente nos centros
urbanos e de consumo e em seus entornos, ajuda a fortalecer e traz mais
resiliência à matriz elétrica, ao aproximar a geração de eletricidade dos
locais de consumo. Isso reduz o uso da infraestrutura de transmissão, aliviando
pressões sobre sua operação e diminuindo perdas em longas distâncias, o que
contribui para a confiabilidade e a segurança em momentos críticos.
Ao mesmo tempo, as grandes usinas solares contribuem para reduzir a pressão
sobre os recursos hídricos de usos múltiplos, cada vez mais estratégicos para a
sociedade, bem como diminuir a necessidade de acionamento de termelétricas
fósseis, mais caras e poluentes. A operação em conjunto e de forma
diversificada das fontes renováveis abundantes no Brasil, em especial usinas
hidrelétricas, solares, eólicas e termelétricas movidas a biomassa e biogás,
contribui para uma maior segurança de suprimento e resiliência da matriz
elétrica nacional.
No total, a fonte solar possui atualmente 40 gigawatts (GW) de potência
instalada operacional, somando as grandes usinas solares e os sistemas de
geração própria de energia. A tecnologia responde por 17,4% da matriz elétrica
brasileira e tem contribuído de forma expressiva para a transição energética e
a segurança do sistema elétrico nacional.
Na avaliação de Rodrigo Sauaia, presidente executivo da ABSOLAR, a maior
geração solar fotovoltaica, em sistemas solares de pequeno, médio e grande
portes, coincide com os horários de altas temperaturas e maior consumo de
eletricidade no Brasil. Com isso, a fonte solar ajuda, na prática, a diminuir a
pressão sobre o sistema elétrico nacional, contribuindo para diminuir custos
sistêmicos que seriam pagos pelos consumidores do País.
“A fonte solar fotovoltaica tem sido cada vez mais fundamental no suporte ao
Sistema Interligado Nacional (SIN) em momentos de elevação das temperaturas, um
desafio que pode se tornar ainda mais frequente com o aquecimento global em
curso. Além de proteger o bolso do consumidor, a energia solar evita as
emissões de gases de efeito estufa na geração de eletricidade do
País, pois é uma fonte que não emite nenhum gás, líquido ou sólido durante a
sua operação”, explica.
Os benefícios da energia solar para o sistema e para a sociedade
Ao calcular os custos e benefícios da chamada geração distribuída (GD), estudo
recente da consultoria especializada Volt Robotics, encomendado pela ABSOLAR,
concluiu que a economia líquida na conta de luz de todos os brasileiros é de
mais de R$ 84,9 bilhões até 2030.
De acordo com o estudo, os benefícios líquidos da geração distribuída equivalem
a um valor médio de R$ 403,9 por megawatt-hora (MWh) na estrutura do sistema
elétrico nacional (fonte: Volt Robotics, 2023), ante a uma tarifa média
residencial de R$ 729 por MWh (fonte: Aneel, 2023) no País.
A maior presença das fontes renováveis na matriz elétrica nacional é
ambientalmente desejável, tecnicamente sólida e economicamente viável, conforme
demonstrou o projeto “Sistemas Energéticos do Futuro: Integrando Fontes
Variáveis de Energia Renovável na Matriz Energética do Brasil”, com
participação do Ministério de Minas e Energia (MME), Empresa de Pesquisa
Energética (EPE) e Operador Nacional do Sistema (ONS), em parceria com a
entidade do governo alemão Deutsche Gesellschaft für Internationale
Zusammenarbeit (GIZ).
As conclusões confirmaram que é possível aumentar significativamente a
participação destas renováveis a um patamar de mais 40% do total, mantendo a
confiabilidade, segurança e estabilidade, com equilíbrio técnico e econômico
para a expansão e operação, do sistema elétrico brasileiro. As conclusões
derrubam o mito de que as fontes renováveis, por serem variáveis, representem
risco ao sistema elétrico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário