As regiões Sul e Sudeste serão as mais afetadas, respondendo por cerca de 70% da incidência total
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) projeta um aumento significativo nos
casos de câncer de pele no Brasil, com a expectativa de registrar 704 mil novos
casos a cada ano no período de 2023 a 2025. Destes, as regiões Sul e Sudeste
serão as mais afetadas, respondendo por cerca de 70% da incidência total.
Segundo
Dr. Yuri Beckedorff Bittencourt, oncologista do Hospital Santa Catarina –
Paulista, as regiões Sul e Sudeste apresentam uma concentração significativa de
casos de câncer de pele, e um dos fatores seria atribuído à descendência de
imigrantes europeus, o que resultou em uma população com pele mais clara. “Essa
característica, aliada à exposição solar crônica, especialmente entre
trabalhadores rurais ao ar livre, contribui para o aumento de casos nessas
áreas”. O médico também explica que a genética e fatores ambientais e
climáticos podem aumentar o número de casos da doença: “Temos a questão do
extremo calor e as reais condições da camada de ozônio, tudo isso pode
influenciar a exposição aos raios UV”.
Fatores de Risco:
O
principal fator de risco para o câncer de pele é a radiação ultravioleta (UV)
proveniente do sol ou de câmaras de bronzeamento artificial, que induz a lesões
no DNA. “Outro fator de riso que pouco se fala, é ter tido muitos episódios de
queimadura solar durante a vida, inclusive na infância, bem como a exposição
solar crônica que aumenta o risco da doença. O dano produzido pelas radiações é
cumulativo”, explica o Dr. Yuri que relembra também pessoas com pele, cabelos e
olhos mais claros (fototipos I e II); ter muitas sardas ou pintas pelo corpo,
bem como presença de algumas lesões pré-malignas, histórico pessoal ou familiar
de câncer de pele, idade acima de 65 anos, uso de tratamentos imunossupressores
para tratamento de outras condições clínicas e exposição ambiental e
ocupacional a determinados produtos utilizados em metalurgia, agricultura e
diversas indústrias. “Podemos observar também, algumas síndromes genéticas mais
infrequentes, como o xeroderma pigmentoso, também elevam consideravelmente o
risco de desenvolver câncer de pele durante a vida”, conclui o oncologista.
Proteção
O protetor solar
ideal deve ter boa proteção contra os raios UVA e UVB. O fator de proteção
solar (FPS) acima de 30 já pode conferir boa proteção contra os raios UVB. Além
disso, deve ser dermatologicamente testado e validado, ser resistente à água e
não manchar o tecido das roupas. “Vale lembrar que, além da escolha do produto
certo, é importante aplicá-lo 15 minutos antes de sair de casa e reaplicar ao
longo do dia, de preferência a cada 2 horas, principalmente na praia ou piscina
e quando se está fazendo atividades que produzem mais suor. Não esquecer de
passar a quantidade correta de protetor solar uniformemente, sem deixar nenhuma
área desprotegida”, explica Dr. Yuri Beckedorff.
Além do
protetor solar outras dicas para se proteger, continuam válidas:
- Usar
chapéus adequados, óculos escuros com proteção UV, vestimentas apropriadas
que cubram as áreas mais expostas;
- Na
praia ou piscina, preferir usar barracas feitas de algodão ou lona, que
podem ser mais eficazes em absorver os raios UV quando comparado ao nylon;
- Conhecer
a própria pele e observá-la com frequência para identificar o aparecimento
ou mudança de sinais.
- Passar em consulta regularmente com médico capacitado para fazer exame físico completo e avaliar lesões suspeitas na pele
O oncologista
conclui alertando a população: “O aumento projetado nos casos de câncer de pele
destaca a importância da conscientização, prevenção e acesso a serviços de
saúde para garantir diagnóstico e tratamento oportunos. A população deve estar
atenta aos fatores de risco e adotar medidas preventivas para reduzir a
incidência dessa doença”.
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