No Dia Internacional da Luta contra a Aids, celebrado em 1º de dezembro, especialista do CEJAM desmistifica o tema, além de falar sobre formas de prevenção e tratamentos
Falar
sobre doenças sexualmente transmissíveis ainda é um desafio em muitas
sociedades, e, no contexto brasileiro, especificamente, o Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV) carrega consigo um estigma adicional e ainda gera
bastante confusão entre as pessoas.
“Ao
contrário do imaginário de muitos, o HIV não é uma doença, mas sim um vírus que
penetra nos linfócitos CD4, células de defesa do organismo. Ele causa
alterações no corpo e contribui para a diminuição da imunidade a longo prazo.
Já a Aids é o estágio mais avançado da presença do vírus HIV, quando não
cuidado. Por isso, é tão importante buscar orientações médicas”, explica a Dra.
Ana Carina Serfaty, infectologista do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas
"Dr. João Amorim".
Segundo
relatórios do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), há,
atualmente, 39 milhões de pessoas vivendo com o diagnóstico de HIV no mundo, e
desse total, 1,3 milhão foram infectadas apenas em 2022. No Brasil, a
estimativa para o último ano ultrapassa 1 milhão de pessoas.
Quanto
à Aids, doença resultante do desenvolvimento do vírus, ela ainda é classificada
como uma epidemia e pandemia global. Apesar dessa realidade, a organização
prevê que até 2030 a patologia deixe de integrar essas listas.
“Normalmente,
a transmissão do HIV ocorre através do contato com fluidos corporais de quem já
tem o vírus. Esses fluidos incluem sêmen, leite materno, secreção vaginal e
sangue”, destaca a infectologista.
A
médica reforça que a transmissão pode ocorrer, em grande parte, através do sexo
desprotegido com uma pessoa soropositiva, seja ele anal, vaginal ou oral, do
compartilhamento de seringas contaminadas e também por transmissão vertical,
quando a mãe passa o vírus para o filho durante a gestação, no momento do parto
ou durante a amamentação, pela falta da realização de tratamento ou profilaxia.
Entretanto,
com o avanço da ciência, é possível tanto controlar como prevenir a transmissão
do HIV de diversas maneiras, muitas delas disponíveis gratuitamente pelo
Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, a população brasileira tem acesso a
testes, preservativos femininos e masculinos, lubrificantes, além de
profilaxias de pré e pós-exposição ao vírus, conhecidas como PrEP e PEP.
“A
PEP consiste na administração urgente de medicamentos antirretrovirais contra o
HIV após uma situação de risco, sendo um tratamento de curta duração, limitado
a 28 dias. Por outro lado, a PrEP é indicada para pessoas que tenham uma maior
exposição e, com isso, uma maior chance de entrar em contato com o vírus HIV.
Aqui, existe um uso programado de medicamentos, ou seja, a pessoa inicia a
ingestão bem antes de possíveis exposições ao vírus. Elas são medicações
diferentes”, afirma a médica.
Para potencializar os métodos, Dra.
Ana Carina enfatiza a importância de a população
também ter acesso à imunização contra Hepatite B e HPV. “É possível mudar esse
cenário. E é por meio de várias medidas que podemos quebrar o ciclo de
transmissão do vírus”, finaliza.
Cuide-se!
Realizar os testes de Infecções Sexualmente Transmissíveis
(ISTs) e HIV regularmente é o ponto de partida essencial para manter-se
informado sobre o seu real estado de saúde.
A conscientização e a busca por informações são passos
importantes para a prevenção e o controle das ISTs.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial
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