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terça-feira, 7 de novembro de 2023

Dia Do Diabetes: diabetes gestacional não atinge só quem tem histórico familiar

Esse e outros mitos são desvendados e explicados por nutricionista, no mês em que se celebra o Dia Mundial de Combate ao Diabetes (14/11)

 

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês), o diabetes gestacional atinge cerca de 15% de todas as gestações no mundo inteiro e pode complicar a saúde da mãe e do bebê. Em face do Dia Mundial de Combate ao Diabetes, dia 14 de novembro, Natalia Barros, Nutricionista Mestre em Ciências pela UNIFESP e fundadora da NB Clinic, derruba mitos e faz alertas às mulheres que pretendem engravidar. 

"Essa doença afeta a maneira como o corpo da mulher grávida processa a glicose (açúcar no sangue). Geralmente, ela acontece no segundo ou terceiro trimestre da gestação, quando o corpo da mãe passa por mudanças hormonais significativas para apoiar o crescimento do feto", pontua a nutricionista. 

Natalia lembra que a principal causa do diabetes gestacional é a resistência à insulina, um hormônio que ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue e que, fora de controle, pode trazer muitos prejuízos para a saúde da mãe e para o desenvolvimento da criança. 

No intuito de minar a desinformação com dados técnicos, a nutricionista aborda, abaixo, os principais mitos que precisam ser esclarecidos para uma lida consciente com o diabetes gestacional:

 

Gestantes com diabetes gestacional não podem consumir frutas

MITO! 

Grávidas com diabetes gestacional podem consumir frutas, diz Natalia. "As frutas são uma fonte importante de vitaminas, minerais e fibras essenciais durante a gestação. O que se deve ter em conta é o controle das quantidades, assim como com qualquer outro alimento! As frutas contêm açúcares naturais, principalmente frutose, mas também têm fibras que ajudam a retardar a absorção de açúcares, evitando picos repentinos de glicose no sangue. Além disso, o índice glicêmico das frutas pode variar, sendo interessante optar por aquelas com baixo índice glicêmico", explica, acrescentando que o uso equilibrado e o monitoramento constante dos níveis de açúcar no sangue são fundamentais.

 

No diabetes gestacional, a gestante pode continuar consumindo açúcares

MITO! 

Mulheres grávidas com diabetes gestacional devem evitar o consumo excessivo de açúcar, recomenda Natalia. "O açúcar é rapidamente absorvido pelo corpo, levando a aumentos rápidos nos níveis de glicose no sangue. Para uma mulher com diabetes gestacional, já existe uma dificuldade natural em regular o açúcar no sangue devido às alterações hormonais da gravidez. O consumo de açúcar adicional pode sobrecarregar ainda mais o sistema de regulação da glicose, resultando em picos perigosos nos níveis de açúcar no sangue", alerta a nutricionista.

 

O diabetes gestacional significa que a mãe terá diabetes para o resto da vida

MITO

"Nem sempre. O diabetes gestacional é uma forma temporária de diabetes, que geralmente desaparece após o parto", conta a especialista, argumentando que, no entanto, mulheres que tiveram diabetes gestacional têm um maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 mais tarde na vida. "É importante manter um estilo de vida saudável e fazer exames de acompanhamento após o parto para monitorar os níveis de açúcar no sangue", orienta.

 

O diabetes gestacional só afeta mulheres com histórico familiar de diabetes

MITO 

Não necessariamente. Embora o histórico familiar seja um fator de risco, qualquer mulher grávida pode desenvolver diabetes gestacional. Segundo Natalia, outros fatores, como idade avançada, excesso de peso, ganho excessivo de peso durante a gravidez e etnia também desempenham um papel no desenvolvimento do diabetes gestacional.

 

O diabetes gestacional não representa um risco para o bebê

MITO

"Isso não é verdade. O diabetes gestacional pode ter sérias implicações para o bebê. O excesso de açúcar no sangue da mãe pode atravessar a placenta e afetar o desenvolvimento do feto", exemplifica a nutricionista, ao continuar: "Isso pode levar a um maior risco de parto prematuro, crescimento excessivo do bebê (macrossomia), problemas respiratórios, hipoglicemia neonatal (baixo nível de açúcar no sangue após o nascimento) e um risco aumentado de desenvolver diabetes na infância".

 

Uma dieta rigorosa pode curar a diabetes gestacional

MITO 

Uma dieta saudável é parte do tratamento, mas não é uma cura, pondera Natalia. Para ela, o tratamento do diabetes gestacional envolve uma combinação de dieta equilibrada, exercícios físicos, monitoramento dos níveis de açúcar no sangue e, em alguns casos, medicação. "Mesmo com um controle rigoroso da dieta, algumas mulheres ainda podem precisar de insulina ou medicamentos para manter os níveis de açúcar no sangue sob controle", destaca ela. 

Em resumo, o diabetes gestacional é uma condição séria, que requer atenção e cuidados durante a gravidez. "Ele pode ser controlado e gerenciado com cuidados médicos e nutricionais adequados, com monitoramento regular dos níveis de glicose no sangue, adoção de uma dieta saudável, prática de atividades físicas, e, em alguns casos, o uso de medicamentos ou insulina", resume Natalia.

 

NATALIA BARROS - Nutricionista - Centro Universitário São Camilo. Mestre em Ciências Aplicadas. Departamento de Nutrição da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Fundou a primeira Pós-graduação em Saúde da Mulher e Reprodução Humana do Brasil. Docente convidada - Pós-graduação em Nutrição Materno infantil (USP). Aprimoramento em Nutrição Humana e Metabolismo Stanford University. Extensão em Saúde da Mulher AGE Educação em Saúde. Extensão em Comportamento Alimentar Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq-HCUSP).


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