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quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Será que meu filho tem estrabismo?

Comportamentos específicos podem denunciar que há́ desalinhamento entre os olhos da criança em seus primeiros anos de vida. A boa notícia é que há́ possibilidade de cura até́ os 8 anos de idade


Seu filho fecha um dos olhos quando está no sol? Ou gira a cabeça para enxergar melhor? Apresenta visão dupla ou dificuldade para ler? Esses podem ser alguns dos comportamentos que demonstram a possibilidade de estrabismo. Além desses, a criança pode também sentir dor de cabeça, dificuldade para lacrimejar ou dor nos olhos. E, por fim, crianc
̧as com estrabismo podem simplesmente não apresentar sintoma nenhum, além do desalinhamento do olhar.

É o que explica a Dra. Claudia Faria, Oftalmologista especialista em estrabismo do Hospital Albert Einstein. “O estrabismo é a perda do paralelismo entre os olhos. Na maioria das vezes, sua causa é desconhecida”, revela a médica, ao completar que, quando ele aparece na vida adulta, as causas centrais tendem a ser traumatismo craniano, diabetes e problemas vasculares, como aneurismas, tumores cerebrais entre outros.

A especialista conta que um sintoma clássico do estrabismo que precisa ser observado é a ambliopia, uma baixa visão em um dos olhos, algo nem sempre simples de ser detectado. "Como a criança apresenta comportamento normal mesmo enxergando bem com apenas um dos olhos é muito importante os pais levarem a criança para avaliação oftalmológica”, alerta a oftalmologista, reforçando que essa é uma situação contornável até́ os 8 anos de idade.


Possíveis correc
̧ões

Como são vários os tipos de estrabismo, Dra. Claudia conta que os tratamentos também são específicos. "Alguns são corrigidos com o uso de óculos, outros com óculos e cirurgia de correção de estrabismo e há aqueles que são corrigidos apenas com a cirurgia. Em alguns casos, pode ser realizado o tratamento do estrabismo com toxina botulínica. A oclusão (ou tampão) é utilizada principalmente para o tratamento da ambliopia, a baixa visão causada pelo estrabismo”, explica ela.

Quando não tratado da forma e na idade correta, o estrabismo pode comprometer a visão binocular (3D), gerar problemas psicológicos, sociais e econômicos, graças ao desvio ocular, avisa a Dra. Claudia.

Dessa forma, o cuidado ideal pede atenção dos pais e dos oftalmologistas que acompanham a criança. "O tampão é usado principalmente para tratar a ambliopia, que é a baixa acuidade visual causada pelo estrabismo, informa a médica. Ela conta também que nem todos os estrabismos podem ser tratados com cirurgia. "A esotropia acomodativa por exemplo é tratada com o uso de óculos”, diz.

No caso da esotropia acomodativa, que é uma forma de esotropia, ou seja, um desvio ocular para dentro ou estrabismo convergente, principalmente quando a pessoa está tentando focar a nitidez de algo, o tratamento é diferente. “Essas pessoas costumam apresentar hipermetropia maior do que 3 graus.

Algumas das peculiaridades da condição têm a ver com aspectos como atraso no desenvolvimento e síndrome de Down. “Até os 4 meses de vida do bebê, observamos desvios intermitentes para fora ou para dentro. Depois dessa idade, se o sintoma persistir, o bebê deve ser avaliado por um oftalmologista”, diz ela.


Dra. Claudia Faria Oftalmologista - CRM 104.991 | RQE 120756. Formada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA); Residência Médica em Oftalmologia na mesma instituição; Título de Especialista em Oftalmologia pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia em 2005; Curso de Oftalmologia “Dr Guillermo Pico Santiago” em Porto Rico (E.U.A.), pela Associação Panamericana de Oftalmologia em 2005; Estágio de plástica ocular na Universidade Federal de São Paulo / UNIFESP em 2006 e 2007; Fellow em Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo pela Wright Foundation / Cedars Sinai Medical Center em 2008, em Los Angeles, Estados Unidos. O Dr Wright é um dos mais importantes e respeitados especialistas em estrabismo de todo o mundo. A Dra. Claudia é a única médica Brasileira que foi treinada pelo Dr Wright. Foi médica colaboradora do Setor de Estrabismo do Departamento de Oftalmologia da UNIFESP / Hospital São Paulo e orientava ambulatórios naquela instituição de maneira voluntária. Esteve por 6 meses no ano de 2016 acompanhando o setor de plástica ocular do Rigshospitalet, em Copenhague na Dinamarca.



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