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sábado, 21 de outubro de 2023

Entenda os principais desafios da maternidade e paternidade atípica

Excesso de autocobrança e sentimento de culpa fazem parte da vida de pais atípicos

 

Ser pai ou mãe é sempre um grande desafio, não importa se é de primeira viagem ou não. Os pais a todo momento estão preocupados com seus filhos em todos os aspectos da sua vida, mas esse desafio é ainda maior para a maternidade e paternidade atípica, que acontece de diversas formas, sendo uma delas quando a criança tem algum transtorno do neurodesenvolvimento.  

Dentro do espectro dos transtornos neurodivergentes ou neurocomportamentais, os mais comuns são: TEA - Transtorno do espectro autista, TOD - Transtorno opositivo desafiador e TDAH - Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade. Com o diagnóstico feito a partir dos 4 anos de idade, é vivida uma fase de incertezas e negações. Com a chegada do laudo, os pais precisam passar pela fase do luto do filho idealizado, que é comum após o diagnóstico. É preciso entender que não há cura para estes transtornos, mas sim, tratamentos que irão variar de caso para caso e é aí que começa o verdadeiro desafio, aprender como se comunicar, relacionar, educar, conviver e entre outros aspectos da vida, além de lidar com a sobrecarga mental, exaustão e a pressão social pela qual os pais passam nessas situações.

“O impacto do diagnóstico é muito forte para os pais. Entender tudo que está acontecendo, como será a vida da criança, reconhecer a singularidade do seu filho e entre outros aspectos, pode causar muito estresse e cansaço, por conta da grande exaustão física e mental pela qual os pais passam neste momento”, comentou Andreia Rossi, educadora parental, especialista e mãe de uma adolescente com TOD. “Mas é uma tarefa feita com muito amor, que após se adaptar a rotina e as demandas do cotidiano, a situação tende a melhorar e o cansaço físico e mental diminuir”, completou.

Os pais atípicos podem se sentir também de certa forma excluídos da sociedade em alguns momentos ou até mesmo solitários. Por exemplo, crianças com TOD podem ter uma dificuldade de comunicação e de se relacionar, fazendo com que a socialização na escola e em outros ambientes seja um desafio. Casos assim,  levam os pais a enfrentarem diversas demandas com as demais famílias e passam a sentir uma grande pressão social.

Para Andreia, o ideal é procurar uma rede de apoio. “Nunca devemos passar por estes problemas sozinhos, mesmo que os pais se ajudem e sejam companheiros, uma rede de apoio é de extrema importância. Ela envolve, claro, familiares e amigos, mas o profissional não pode ser deixado de fora. A rede de apoio trará um acolhimento e pertencimento para a família, por meio de relatos do cotidiano, compartilhamento de experiências e das orientações passadas pelo profissional”, aconselhou.

É totalmente comum que os pais sintam culpa e se cobrem em muitas situações, afetando a sua saúde física e mental. Mas é possível superar esses problemas com informação, se desprendendo dos padrões de convivência e de como educar o filho. Entendendo que a criança com algum transtorno do neurodesenvolvimento tem uma necessidade específica e precisa de um outro olhar, que seja ampliado sobre a necessidade dela e não do outro.


Andreia Rossi - psicopedagoga e educadora parental, especializada em Transtorno Opositivo Desafiador e em relações entre pais e filhos. Sua especialização se deu pelo fato de sua filha adolescente, receber o laudo de TOD aos 8 anos. Hoje, ela é fonte de informação nas redes sociais, contando com mais de 50 mil seguidores em seu perfil @tod_tecontotudo, além de ministrar cursos, palestras e participar de entrevistas na imprensa.


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