Especialista em comportamento animal orienta iniciar semanas antes a adaptação para evitar traumas ao pet. Falta de cuidado pode ocasionar até óbitos
Ao pensar nas férias, é preciso planejar com
antecedência alguns cuidados referentes à locomoção dos pets. Muitos chegam
estressados e traumatizados após a temporada.
Isso porque o entra e saí da caixa de transporte, o
tempo de espera nesse espaço reduzido ou a necessidade de ficar no
compartimento de bagagem junto às malas, no caso de viagens aéreas, podem gerar
malefícios, tais como vômitos, desmaios, taquicardia e, em alguns casos, o
óbito do animal.
“Pegar um cão que nunca usou a caixa de transporte
e, de repente, trancá-lo por duas ou três horas, pode causar, no mínimo, desconforto
e estresse. Isso afeta sua respiração, impacta na parte sanguínea, podendo
levar até a uma parada cardíaca”, explica Cleber Santos, especialista em
comportamento animal e CEO da Comportpet,
empresa especializada em adestramento e comportamento animal.
Para o especialista, o ‘check-list’ de viagem
relacionado aos pets engloba uma pré-adaptação à caixa de transporte com
antecedência – de preferência semanas antes da viagem. Além disso, ele alerta
ser crucial um olhar atento para os cuidados tomados pelas cias aéreas, a fim
de garantir a segurança dos animais durante os voos e no momento do desembarque
até a chegada aos braços do dono.
Algumas recomendações:
Nas semanas que antecedem a
viagem
- Na
hora de comprar a caixa de transporte, fique atento à dimensão: a caixa
precisa garantir que o pet fique de pé e que possa se esticar e fazer um
movimento de 360°.
- Ao levar
para a casa, elabore uma rotina para que a caixa seja inserida como parte
do ciclo diário dele antes da viagem, de modo que o animal consiga entrar
e sair da caixa sozinho sentindo-se seguro. Para isso, deixe a caixa perto
de onde ele dorme, se alimenta ou brinca. Isso o ajudará a criar
associações positivas entre a caixa e as situações de seu dia a dia.
- Na
compra da passagem de avião: importante saber que cada cia. aérea possui
um protocolo. O ideal é que a cia. desembarque o pet antes das bagagens e,
de preferência, por um local à parte. “O mundo perfeito é que o pet seja
colocado em uma área reservada para que o dono possa buscá-lo. Dependendo
do aeroporto, o pet é devolvido na esteira junto com as malas, o que gera
uma carga significativa de estresse no animal, fora o perigo de alguma
bagagem bater na caixa”, frisa.
Outro ponto destacado pelo especialista é verificar
se a cia aérea dispõe de algum profissional responsável pelo animal durante
essa logística da viagem. E, de preferência, alguém treinado por adestradores
ou especialistas em comportamento animal. “Um profissional que entenda sintomas
preocupantes e que tenha o mínimo de conhecimento em primeiros socorros para
atender alguma necessidade”, completa.
Na véspera e no dia da viagem
- É
ideal que os cães façam passeios ou fiquem em uma creche brincando no dia
anterior, para que esteja com a energia equilibrada na hora do voo.
- Antes
da viajem, o ideal é uma boa alimentação, mas sem excessos. Isso porque,
com o estômago cheio, o animal pode vomitar e ficar envolto à sujeira, o
que pode fazê-lo engasgar-se com o próprio vômito.
- Durante
o voo, deixar na caixa à disposição do animal: brinquedos, estímulos para
roer. Isso fará com que ele passe o tempo se distraindo e interagindo com
esses objetos.
- Se a
viagem for de carro: independentemente do tamanho do animal, usar o cinto
de segurança pet, que é regulamentado pela lei de transporte
de animais. Nunca os deixar soltos andando pelo carro. No caso dos cães,
quando são fixados com o cinto de segurança, eles ficam agitados e
latindo. Santos frisa que, apesar do barulho incômodo, é importante não
ceder. Soltos, eles podem ocasionar acidentes de trânsito ao alcançar os
pés do condutor, entrar no volante, colocar a cabeça para fora da janela
ou pular do carro para ver alguma coisa na rua que chamou a atenção.
Cleber Santos
- especialista em comportamento animal e CEO da Comportpet, empresa especializada em
adestramento e comportamento animal. A empresa possui o braço “Universidade
Comportpet”, de capacitação de profissionais e empreendedores do setor.
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