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quinta-feira, 2 de junho de 2022

Ração mais cara para cães e gatos preocupa ONGs e reforça urgência de adoções

Aplicativo PetPonto facilita o encontro entre animais disponíveis em abrigos e interessados em adotar um novo melhor amigo


Se a realidade dos abrigos de ONGs da causa animal e dos lares de protetores independentes é de superlotação e dificuldade em encontrar adotantes, nos últimos 12 meses, a situação ganhou um agravante extra: o valor da ração.

A alta de 22,9% na categoria "alimento para pets" registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE, causa dificuldade de fechar a conta no fim do mês e aumenta a urgência por novas adoções de cães e gatos por famílias que possam arcar com as despesas, além de dar muito carinho aos animais. 

Foi pensando em ajudar o trabalho de quem dedica a vida à causa animal que seis sócios criaram o aplicativo PetPonto. Ele serve de ponte entre os abrigos e os interessados em adotar e, por facilitar o "match" entre possíveis tutores e os animais ainda sem família, foi apelidado de “Tinder dos pets e adotantes”. 

Disponível para todo Brasil, o aplicativo já conta com mais de 500 cadastros identificados como ONGs, protetores independentes e lares temporários, que juntos compartilham cerca de 3 mil perfis de cães e gatos. 

Na plataforma, ao preencher o perfil pessoal, o interessado tem acesso à lista de pets disponíveis, com fotos e informações completas de idade, tamanho e personalidade. As perguntas no cadastro do interessado – como é a constituição do núcleo familiar, qual tempo disponível para o pet, qual a infraestrutura que a pessoa pode oferecer – ajudam as ONGs a mapearem as condições mínimas para a adoção. 

“Estamos com uma superlotação nos abrigos e muitos cães são abandonados e adoecem nas ruas. Quando resgatamos, precisamos que eles passem por uma clínica veterinária para se recuperar, avaliar se tem alguma doença contagiosa que impeça o contato com outros cães, castrá-los e só então achar um abrigo. Não é uma operação simples. Trabalhar com a proteção animal exige um esforço enorme, que quem abandona não faz ideia”, comenta Fernanda Delboni, sócia do PetPonto e esposa de um dos mantenedores da ONG Adote um Focinho, que tem gasto R$ 50 mil ao mês. 

Ao pensar em adotar, uma família deve levar em conta se tem condições financeiras de arcar com alimentação e cuidados. Conforme estimativa do Instituto Pet Brasil, o valor médio das despesas – alimentação de qualidade, banho e tosa, rotina de exercícios e treinamento, vacinas, visitas ao veterinário, medicamentos quando necessário – varia conforme o porte e, no caso dos cães, vai de R$ 274,37 (até 10kg) a R$ 425,24 (de 26 kg a 45 kg). Para os gatos adultos, o cálculo é de cerca de R$ 205,94 mensais.

 

O aplicativo PetPonto

Lançado em agosto de 2021, o aplicativo PetPonto logo foi apelidado de “Tinder dos pets e adotantes” porque sua primeira função e mais necessária é justamente dar o match entre possíveis adotantes e os animais ainda sem uma família. ONGs lotadas precisam de exposição para promover a adoção. Já é possível visualizar cerca de 3 mil perfis de cachorros e gatos para dar “match” com um melhor amigo e realizar buscas personalizadas por geolocalização, gênero do animal, idade e porte, além da necessidade de ser bom com outros pets e/ou crianças.


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