Estudo do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostra que no país existem
3.548 residenciais para idosos, no entanto, boa parte não segue as exigências e
é comum ouvir denúncias de maus tratos ou incêndios
Junho Violeta é o mês de conscientização sobre a
violência cometida contra a pessoa idosa. Há muitas formas de violências e uma
das maiores que se pode praticar contra o idoso é não assegurar seus direitos e
não oferecer os cuidados necessários de que ele precisa, seja amparo com
infraestrutura física ou apoio emocional e afetivo. Em 2021, o Brasil
tinha 37,7 milhões de idosos, segundo dados do Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), estatística que deve chegar a
72,4 milhões em 2100. Com o envelhecimento da população, aumenta também o
número de idosos em residenciais e a busca por Instituições de Longa
Permanência (ILPI). O que muitas pessoas desconhecem é que esses residenciais
possuem uma legislação própria que assegura os direitos dos idosos, garantindo
a segurança e o bem-estar e o que é oferecido como benefício, na verdade é
obrigação exigida por lei. A RDC nº502/2021 estabelece e regulamenta critérios
específicos para garantir que o idoso será acolhido com todo cuidado e
proteção, um alerta extremamente relevante para o Junho Violeta, mês de conscientização
sobre a violência cometida contra os idosos.
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(IPEA) mostra que no país existem 3.548 residenciais para idosos, no entanto,
boa parte não segue as exigências e é comum ouvir denúncias de maus tratos ou
incêndios. Entre as exigências da legislação destacam-se: oferecer
um ambiente acolhedor, dormitórios separados por sexos, para no máximo 4
pessoas com luz de vigília e campainha de alarme, banheiros sem qualquer
desnível em forma de degrau para conter a água, rampas de acesso
para facilitar o deslocamento e movimentação dos residentes, pisos com
mecanismos antiderrapantes; elevadores conforme normas da ABNT; refeitório com
área mínima de 1m2 por usuário para oferecer no mínimo 6 refeições
diárias, lavanderia (que pode ser terceirizada) e uma equipe multiprofissional
mínima, com médico, enfermeiro, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional,
nutricionista, técnicos de enfermagem e cuidadores de idosos.
A Diretora de Saúde do Aquarela Residencial Sênior,
Juliana Araújo, explica que a lei exige ainda que os residenciais tenham um
responsável técnico (com curso superior) que responderá pela Instituição
perante os Órgãos Sanitários locais, que tenha um empresa legalmente
constituída e que esteja com o alvará de funcionamento e da Vigilância
Sanitária em dia. Além disso, é necessário ter sala para a realização de
atividades coletivas para no máximo 15 residentes, sala de convivência e
área externa descoberta para convivência e desenvolvimento de atividades ao ar
livre também são pré-requisitos para o funcionamento legal de uma ILPI.
Os residenciais de longa permanência precisam estar
devidamente equipados e preparados para receber todos os tipos de idosos, seja
qual for seu grau de dependência. Os idosos de grau 1 são aqueles mais
independentes e possuem necessidades diferentes dos residentes de grau 2, que
tem dependência em até três atividades de autocuidado para a vida diária tais
como: alimentação, mobilidade, higiene; sem comprometimento cognitivo ou com
alteração cognitiva controlada. Com o maior grau dependência, classificam-se no
nível 3 àqueles que necessitam de assistência em todas as atividades de
autocuidado para a vida diária ou com comprometimento cognitivo. “A
regulamentação é importante pois garante assistência e segurança adequada para
todos os idosos, além de promover a convivência mista entre os residentes de
diversos graus de dependência”, afirma a diretora do Aquarela Residencial
Sênior.
Segundo Juliana, é possível ir além da legislação e garantir benefícios que agregam valor e contribuem com a longevidade dos idosos. “Embora não esteja previsto na RDC, o Aquarela se preocupa com a segurança dos residentes em todos os sentidos. Um exemplo disto é o cuidado com a segurança alimentar. Todo o cardápio do Aquarela é elaborado por uma nutricionista e executado por um chefe de cozinha em uma estrutura profissional, considerando as melhores práticas de preparo, manuseio e conservação dos alimentos, com a elaboração de dietas específicas para as necessidades de saúde de cada idoso. Queremos que os idosos, mesmo aqueles que tem restrição na consistência alimentar (como o pastoso, por exemplo), tenham o prazer de se alimentar, por isso oferecemos uma dieta saborosa, saudável e atrativa visualmente”, comenta Juliana.
Equipe multidisciplinar, de lazer e socialização - Uma das
regras prevista na legislação é sobre a presença de uma equipe multidisciplinar
mínima para fornecer todo amparo, cuidado e assistência à saúde nas moradias
coletivas para terceira idade, formado por médico, enfermeiro, fisioterapeuta,
terapeuta ocupacional, nutricionista, técnicos de enfermagem e cuidadores de
idosos. As atividades terapêuticas, de lazer e de socialização também são
essenciais em uma ILPI, como a musicoterapia, dança sênior, artesanato, pintura
etc. “Atividades de pintura e música, por exemplo, vão muito além do
entretenimento, elas podem e devem ser utilizadas como tratamento e prevenção
para várias doenças. Por isso, essas terapias fazem parte do cotidiano dos nossos
residentes, para oferecer uma experiência de saúde e vida que vai além do que
apenas cumprir exigências”, afirma.
O AVCB (Auto de vistoria do Corpo de bombeiros)
também é um importante instrumento de segurança e no combate a incêndios nestes
tipos de moradia. Neste sentido, o Aquarela dispõe de dispositivos modernos e
de alta tecnologia, gerador de energia e equipe de segurança armada noturna.
Embora também não esteja na legislação das instituições de longa permanência
para idosos, Juliana ressalta que o Aquarela conta com a presença do enfermeiro
24 por dia, técnico de enfermagem e do cuidador, além de um sistema inteligente
de gestão de medicamentos. Tudo isso, afim de oferecer segurança, qualidade de
vida e bem-estar ao idosos ali hospedados.
As instituições de longa permanência são reguladas
pela Anvisa e fiscalizadas pelas Vigilâncias Sanitárias locais. “A legislação
garante mais segurança aos idosos e suas famílias, pois dispõe de regras que
tem o intuito de estimular a autonomia dos residentes, assegurando um ambiente
de respeito, segurança e dignidade”, diz Juliana.
Conheça a lei na íntegra, acesse: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-rdc-n-502-de-27-de-maio-de-2021-323003775
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