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quarta-feira, 1 de junho de 2022

História da Língua Portuguesa


Há mais de quinhentos anos, a língua portuguesa foi trazida ao Brasil. Nos séculos XVI a XVIII foi rotulada como o português no Brasil, pois era inteiramente lusitana e não tinha superado as línguas indígenas. A partir do século XIX, a língua portuguesa tornou-se majoritária, distanciando-se do português europeu, sendo então denominada português do Brasil. A partir dos anos 80 do século XX, suprime-se a preposição “do” e começamos a falar em português brasileiro. 

Neste começo de milênio, o português é a quinta língua do mundo em extensão territorial e a oitava em número de falantes, com mais de 200 milhões de praticantes. 

Estudos sobre o crescimento demográfico preveem que, por volta de 2025, o português subirá para a sétima posição, com 285 milhões. Para valorizar as culturas desses países, celebra-se em 10 de junho, Dia da Língua Portuguesa, data que marca a morte de Luiz de Camões, em 1580, considerado o maior escritor da história de Portugal. 

Olavo Bilac faz uma abordagem perfeita sobre o histórico da Língua Portuguesa:

 

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

 

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o tom e o silvo da procela
E o arroio da saudade e da ternura!

 

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

 

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

 

A sua, a minha, a nossa Língua Portuguesa na prática 

As línguas são heterogêneas, pois por meio delas temos de dar conta das muitas situações sociais em que nos envolvemos em nosso dia a dia. Elas também são voltadas para a mudança, pois os grupos humanos são dinâmicos e as línguas que cada um fala, precisa adaptar-se às novas situações históricas. A língua não pode ser vista como apenas certo e errado ou como um conjunto de palavras que pertencem a determinada classe e que se juntam para formar frases, à volta de um sujeito ou predicado. A língua é muito mais que isso! É parte de nós mesmos, de nossa identidade cultural, histórica, social. 

Devemos desmistificar o fato de considerar a Língua Portuguesa difícil e complexa de aprender. Quando ouço isso de alguém, eu logo respondo: “Difícil, é? Curioso, estamos conversando já um tempo, você soube usar as classes de palavras e estamos nos entendendo, nos comunicando com perfeição e em português!” O grande erro é pensar na gramática fora da língua, ninguém aprende uma língua para depois aprender a sua gramática. Qualquer pessoa que fala uma língua, fala essa língua porque sabe a sua gramática, mesmo que não tenha consciência disso. 

Estudar mais que a gramática nos faz explorar o conhecimento de outras áreas, de outros domínios e assumir a certeza de que, ao lado do conhecimento da gramática, outros são necessários, imprescindíveis e pertinentes. É necessário ir além da gramática e empenhar também no estudo do léxico e do vocabulário da língua. Esse estudo pode contemplar as relações internas, de uma palavra com outras e inter-relações externas, das palavras com as coisas, os eventos, os fatos, os valores culturais que povoam os mundos em que vivemos.

 

Claudia Cintra - professora de Educação Básica do 5º ano do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré -- Internacional.

 

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