Relatório da UNICEF indica ansiedade, medo e depressão entre os principais impactos
Medo
de contágio, dúvidas em relação ao controle da doença e incertezas no que se
refere ao futuro são aspectos que afetaram de maneia significativa a população
global, nos últimos dois anos, em virtude da Covid-19. A pandemia tem deixado
sequelas e potencializado problemas já existentes, sobretudo, entre os mais
jovens. “Os impactos na saúde mental nas crianças e adolescentes são ainda
indefinidos, estudos já confirmaram um aumento dos distúrbios relacionados à
ansiedade, depressão e suicídio em indivíduos com idade inferior a 20 anos”,
afirma Dr. Ricardo Santos de Oliveira, neurocirurgião
pediátrico.
Segundo
relatório divulgado pela UNICEF “Situação Mundial da Infância
2021: Na minha mente: promovendo, protegendo e cuidando da saúde mental das
crianças”, estima-se que, em escala mundial, mais de um em cada
sete adolescentes com idade entre 10 e 19 anos vivam com distúrbio mental
diagnosticado e quase 46 mil adolescentes morrem anualmente de suicídio, uma
das cinco principais causas de morte neste grupo etário.
Sequelas
cognitivas também podem afetar crianças e adolescentes após contato com o
coronavírus. Apesar deste grupo ter sido menos impactado pela doença e,
consequentemente, as lesões cerebrais associadas a perda de memória terem
ocorrido de forma menos significativa – se comparada aos adultos- é comum o
surgimento de transtornos mentais, incluindo déficit de atenção com
hiperatividade (TDAH), autismo, sintomas bipolares, déficit intelectual,
transtornos alimentares e até esquizofrenia no pós-Covid.
Além
disso, o isolamento social e o distanciamento do ambiente escolar prejudicaram
no processo de aprendizagem e no desenvolvimento da fala e da linguagem das
crianças, sobretudo, na faixa etária de até 2 anos.
A
pandemia também acentuou os problemas relacionados à exposição das crianças e
jovens aos dispositivos digitais e, consequentemente, a internet, por causa das
aulas a distância. “Esta superexposição traz consequências ainda não totalmente
compreendidas tais como; ansiedade, privação de sono, agressividade, indiferença,
controle emocional, entre outros”, revela Dr. Ricardo.
Para
o neurocirurgião o problema não está nos aparelhos eletrônicos e, sim, na
ausência de práticas que estimulem o desenvolvimento cognitivo e motor das
crianças fora de casa. "Jogar bola, andar de bicicleta e outras
brincadeiras são fundamentais para a criatividade. Quando uma criança brinca,
ela faz uso de operações cerebrais que garantem noção operatória de tempo,
espaço e causalidade, entre outros”, conclui.
Dr. Ricardo de Oliveira - Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRPUSP). Doutor em Clínica Cirúrgica pela Universidade de São Paulo, com pós-doutorados pela Universidade René Descartes, em Paris, na França e pela FMRPUSP. É orientador pleno do Programa de Pós-graduação do Departamento de Cirurgia e Anatomia da FMRPUSP e médico assistente da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Também é docente credenciado do Departamento de Cirurgia e Anatomia da pós-graduação e tem experiência com ênfase em Neurocirurgia Pediátrica e em Neurooncologia, atuando principalmente nas seguintes linhas de pesquisa: neoplasias cerebrais sólidas da infância, glicobiologia de tumores cerebrais pediátricos e trauma crânio-encefálico. Foi o neurocirurgião pediátrico principal do caso das gêmeas siamesas do Ceará. Atua com consultórios em Ribeirão Preto no Neurocin e em São Paulo no Instituto Amato
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