Entenda a
importância do controle e da saúde bucal para pacientes com diabetes
O conceito de que a saúde bucal interfere na saúde
geral deve ser levado muito a sério, principalmente entre os pacientes com
diabetes. Por isso, na data em que a doença é nacionalmente lembrada, 26 de
junho, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) alerta sobre a
importância de manter os cuidados.
De acordo com o cirurgião-dentista Dr. Marcelo
Cavenague, entender que a saúde da boca faz parte de um todo é fundamental em
qualquer circunstância. No caso de doenças como o diabetes, ele destaca, entre
outros pontos, a importância do controle dos índices de glicemia para manter a
qualidade de vida.
A doença sob controle
O cirurgião-dentista esclarece que existem dois
perfis de pacientes com diabetes. O paciente que se cuida e o paciente que não
se cuida. O primeiro mantém o controle da doença e é visto como uma pessoa
normal. “Esse paciente tem uma doença séria e crônica, mas em relação aos
riscos bucais ele não corre nenhum a mais, uma vez que doença sob controle é
sinônimo de saúde. Ainda que seja insulinodependente, esse paciente tem os
mesmos riscos de uma pessoa normal, que se cuida e mantém a saúde bucal”.
O segundo perfil, de acordo com o Dr. Cavenague,
corresponde àquele paciente que se descuida ou, por qualquer outro motivo, não
consegue manter o controle do diabetes e tem picos de hiperglicemia ou crises
de hipoglicemia e, nesse caso, pode apresentar alterações. Nesse contexto,
o cirurgião-dentista explica que existem duas doenças principais da boca, a cárie
e a doença periodontal. No caso da cárie, não há tantas alterações diante desse
quadro, uma vez que a cárie está ligada à multifatores como frequência de
ingestão de açúcar e à má higienização.
Já diante da doença periodontal, os riscos de
alterações são maiores, isso porque a ela está associada aos tipos de bactérias
que existem na boca, ao sangramento e à presença de cálculos. Além disso, a
doença periodontal age num pH um pouco mais alcalino do que a cárie. Ele
explica que esse processo envolve também às células de defesa e que o diabetes
provoca problemas nos vasos sanguíneos. “A doença periodontal é uma doença
inflamatória, que depende das células de defesa. Se o paciente diabético já
tiver problemas vasculares, a defesa será menor. Portanto, a evolução da doença
periodontal será mais rápida”.
As visitas frequentes ao cirurgião-dentista são
necessárias em qualquer momento da vida e em qualquer situação. A frequência de
retorno ao consultório será determinada em função do perfil de cada paciente.
Quanto maior a necessidade, mais próximo será o retorno.
O ideal, segundo Dr. Cavenague, seria que todo o
cirurgião-dentista tivesse em seu consultório um aparelho para verificar a
glicemia do paciente e, em casos extremos, encaminha-lo para atendimento médico.
“O tratamento periodontal em um paciente descontrolado não responde normalmente
como em um paciente controlado”, explica.
Outro ponto importante no caso do diabetes, segundo
o cirurgião-dentista, é realizar um trabalho multidisciplinar, por meio do acompanhamento
do endocrinologista, do cirurgião-dentista e do nutricionista. “É
importante lembrar que se trata de uma doença crônica que não tem cura, em que
o segredo é manter o controle”.
A importância da higiene
bucal
Por meio da higiene, é possível ter um controle
maior da doença. A falta de cuidado, nesse caso, resulta em tártaro (cálculo) e
inflamação. Por isso, é imprescindível manter a saúde da boca em dia, por meio
da escovação com creme fluoretado e uso do fio dental.
Lembre-se, o diabetes é uma doença crônica que se
caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue. Se não for tratada,
pode provocar danos em vários órgãos. O diabetes é dividido em dois tipos
principais. A tipo 1 e a tipo 2. Há também o diabetes gestacional, situação transitória
que marcada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue durante a gravidez.
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)
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