Ansiedade, solidão, preocupação, alegria e até alívio, a
data que é comemorada no próximo
domingo (12) pode trazer diversas sensações; especialistas esclarecem as
principais dúvidas sobre o tema
Está solteiro no dia dos namorados, e agora? Para se ter uma ideia, a data que foi criada com uma função comercial, para aquecer o mercado no mês de junho, também é capaz de criar muitos gatilhos nas pessoas. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Inner Circle, app global de relacionamento, durante o Dia dos Namorados dois terços (65%) dos brasileiros começam a se sentir pressionados para ter um parceiro(a).
Outro
ponto que também tem bastante impacto durante a data são os comércios. Segundo
uma pesquisa feita pela empresa NielsenIQ, os brasileiros pretendem investir
mais em presentes para o Dia dos Namorados em 2022 do que em 2021. A
expectativa é de que o valor gasto entre as pessoas neste ano seja de, em
média, R$ 481, contra R$ 276 em 2021 – um aumento de 74%.
De acordo com a psicóloga e especialista em Psicologia Clínica pela PUC de SP, Vanessa Gebrim, a data pode gerar muita ansiedade nas pessoas que estão em um relacionamento ou solteiras. “Muitos casais criam expectativas sobre o que querem ganhar ou o desejo de fazer algo especial, mas é preciso entender que cada casal tem uma dinâmica e uma forma de mostrar carinho. Já para os solteiros recentes, é um momento importante para focar em você, criar novas áreas de interesse, um passatempo ou aproveite para curtir a sua companhia. É importante abrir oportunidades para conhecer pessoas nem que seja simplesmente para fazer amizades, isso contribui muito”, explica.
Ainda de acordo com ela, para quem está solteiro é importante perceber que não precisa ter alguém para se sentir completo. “Não é preciso procurar metades. Se ame, valorize, se respeite, se cuide e se a outra pessoa aparecer, que venha apenas para transbordar aquilo que já está completo. Tome cuidado com as dependências emocionais. Isso só potencializa os quadros de ansiedade. E, para quem tem vontade de namorar, o primeiro passo é a pessoa manter a sua individualidade, não ficar remoendo o passado, se cuidar, conhecer bem o parceiro, respeitar as diferenças e entender que as pessoas não são perfeitas. O autoconhecimento também é fundamental. A terapia ajuda muito nesse aspecto”, complementa Vanessa.
Mayra Cardozo, especialista em Direitos Humanos, Penal, Stalking e mentora de Feminismo também alerta que o dia dos namorados é desenhado para dar gatilhos. “O primeiro gatilho é de uma sociedade capitalista, no sentido de pegar e comparar o sentimento de duas pessoas como se fosse algo material, algo comprado, que se resumisse a presentes e um bom jantar. Percebo que, muitas vezes, as pessoas têm relacionamentos que não são saudáveis, que são abusivos, mas que de uma certa forma são mitigados por grandes gestos de demonstrações em um dia escolhido como um marco capitalista para os restaurantes ficarem cheios, e para nós fazermos a economia girar”, explica.
Ela ainda revela que um outro gatilho que a data também pode gerar é que só estamos felizes se acompanhados. “Essa ideia do individual, da independência da mulher, é algo relativamente novo, e que muitas mulheres, apesar de serem bem resolvidas e independentes financeiramente, não se sentem felizes por conta daquilo que foi projetado nelas, de que a mulher só vai ser feliz se tiver uma família e isso foi edificado em nossas crenças com a ideia da propriedade privada, com a ideia do corpo da mulher para procriação, para gerar a família. Esse é um dos principais gatilhos, de que se você está solteira nos dia dos namorados você está infeliz na vida ou que não está dando certo”, conta.
Mayra também alerta, que todos esses gatilhos podem gerar sintomas físicos e até emocionais. “Como angústia, depressão, ansiedade, pânico, por expectativas que são criadas em um dia baseado em projeções ilusórias, generalizadas”, explica.
Mayra Cardozo -
Advogada especialista em Direitos
Humanos pela Universidade Pablo de Olavide (UPO) – Sevilha. A professora de
Direitos Humanos da pós-graduação do Uniceub - DF, é palestrista, mentora de
Feminismo e Inclusão e Coach de Empoderamento Feminino. Membro permanente do
Conselho Nacional de Direitos Humanos da OAB e do Comitê Nacional de Combate à
Tortura do Ministério da Mulher e dos Direitos Humanos.
Vanessa Gebrim - Pós-Graduada e especialista em Psicologia
pela PUC-SP. Teve em seu desenvolvimento profissional a experiência na
psicologia hospitalar e terapia de apoio na área de oncologia infantil na Casa
Hope e é autora de monografias que orientam psicólogos em diversos hospitais de
São Paulo, sobre tratamento de pacientes com câncer (mulheres mastectomizadas e
oncologia infantil). É precursora em Alphaville dos tratamentos em trauma
emocional, EMDR, Brainspotting, Play Of Life, Barras de Access, HQI, que são ferramentas
modernas que otimizam o tempo de terapia e provocam mudanças no âmbito
cerebral. Atua também como Consteladora Familiar, com abordagem sistêmica que
promove o equilíbrio e melhora relações interpessoais.
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