Apesar de ser o tipo de câncer com maior incidência no Brasil, uma campanha de empoderamento dermatológico vem ganhando força nas redes sociais.
Os meses de dezembro e
janeiro são aquelas épocas do ano em que todo mundo
aguarda, seja por conta do verão, das férias ou das festas de final de
ano. Apesar do momento em que estamos atravessando e das restrições na
tentativa de conter o aumento de casos
do coronavírus, vimos que os movimentos nas
praias foram intensos.
Justamente no período de
temperaturas elevadas, acabamos por relaxar no cuidado da pele, e as estatísticas
falam por si. Segundo
o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele é o tipo da
doença com maior incidência no Brasil. Estima-se que sejam
registrados mais de 183 mil novos casos, tendo 96% dos diagnósticos menos
agressivo, e 4% sendo mais agressivo, conhecido como
melanoma.
Embora os cânceres de pele do
tipo melanoma indicam uma baixa taxa dos casos mais agressivos da doença, 43%
das mortes por tumores cutâneos são oriundos do melanoma, segundo dados do
Instituto Nacional do Câncer.
A pandemia do coronavírus afastou a população
das clínicas dermatológicas. Por conta do medo de contrair a covid-19,
segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), de janeiro a
setembro deste ano, houve uma queda de 48% na busca por atendimento para
diagnóstico de câncer de pele, em comparação no número de exames
realizados em 2019.
Ao adiar o diagnóstico do câncer
de pele, as consequências desse problema poderão ser observadas à médio e longo
prazo. Especialistas temem por
um inchaço no atendimento de pacientes nos primeiros meses de 2021.
Diagnosticar uma doença de pele
precocemente, seja um câncer do
tipo melanoma, aumentam as possibilidades de um tratamento mais
efetivo e, consequentemente, as chances de cura. O diagnóstico mais
tardio ou a interrupção do tratamento, pode complicar o resultado positivo que
se esperava.
A maior preocupação dos
especialistas, neste cenário de pandemia, é conseguir identificar uma doença de pele em seu estágio
inicial. Sabe-se que o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura
em mais de 90%, mesmo em casos de câncer melanoma. Segundo
a médica dermatologista Dra. Alexandra Pedra,
“a telemedicina ajudou muito nesse sentido, pois agora o paciente pode ser
cuidado no conforto da sua casa. Além do mais com o uso de ferramentas como
WhatsApp e e-mail é possível dar continuidade ao cuidado de pacientes com
doenças crônicas sem que precisem interromper suas medicações. Mas para aqueles
pacientes que não tem acesso a essa forma de atendimento, isso poderia
acarretar prejuízo na saúde por falta de medicações e exames necessários em
doenças crônicas”.
A pele dá sinais
Toda doença pele, sem exceção,
pode ser identificada através de uma simples consulta no dermatologista. Basta
ficar atento aos sinais que a pele dá! A
famosa Regra ABCDE ajuda pessoas a se autoexaminarem quando encontram uma
anomalia em sua pele.
A Regra ABCDE é um método
simples para
facilitar a identificação de uma pinta, mancha ou sinal de suspeita de câncer
de pele. Há 2 tipos de câncer de pele, conhecidos como melanoma, sendo o
mais agressivo, e não-melanoma, tendo a maioria dos casos diagnosticados no
país.
Na Regra ABCDE, fique atento.
A – Assimetria: um lado do sinal é diferente da outra;
B – Bordas irregulares: contorno mal definido;
C – Cor variável: a mesma lesão pode apresentar diversas cores (preto,
vermelho, branca, castanha ou azul);
D - Diâmetro: maior do que 5mm (normalmente é maior do que uma pinta
comum);
E - Evolução: alteração de tamanho ou cor.
Vale ressaltar que mesmo
possuindo uma destas características, somente a avaliação de um profissional
adequado poderá identificar se é ou não um câncer de pele.
Empoderamento dermatológico
Apesar do câncer de pele ser a
doença mais comum entre a população, sendo tema principal na campanha Dezembro
Laranja, há um movimento crescendo nas redes sociais sobre a saúde da
pele.
A campanha da Singular Medicamentos “Liberte sua pele, vista sua melhor
poesia” aborda a
saúde da pele de forma em geral, levantando questões sobre vitiligo, psoríase,
dermatite atópica, entre outras doenças de pele, além de conscientizar
e trazer depoimentos reais de quem convive
com estas doenças.
“No início, imaginávamos uma
campanha de fechamento de ano, conscientizando a sociedade sobre os cuidados e
prevenções contra o
câncer de pele. Mas durante as reuniões de pauta, percebemos que a saúde da
pele vai além do câncer, e sentimos a necessidade de abordar também as doenças
de pele, como vitiligo e psoríase, por
exemplo”, afirma Thais Miraldo, gerente de marketing da Singular
Medicamentos.
O projeto trouxe diversas
pacientes com problemas de pele para abordar questões sobre a doença, aceitação de pele e
discriminação, além da palavra de especialistas
dermatológicos apontando as formas de tratamento e boas práticas no
cuidado da pele em pacientes com condições dermatológicas.
Normalmente, algumas doenças
dermatológicas surgem durante a infância, como o caso da dermatite atópica. Em
contrapartida, Naiara Pereira desenvolveu a
vitiligo entrando na fase adulta, em decorrência de alguns traumas
psicológicos. Hoje, ela leva uma vida normal, apesar de passar por certas
situações desagradáveis. “As pessoas estranham que eu vou à praia com
vitiligo e que não tenho vergonha de me expor, que eu tenho um trabalho bom,
que viajo e falo outros idiomas, como se a minha condição dermatológica
afetasse minhas escolhas acadêmicas. Eu vejo como uma discriminação como se o
vitiligo afetasse minha capacidade de aprender”, conta
Naiara. “Recentemente, eu afirmei ser branca em uma rede social
e um rapaz comentou que eu não era branca, mas eu ia ficar por conta do
vitiligo. Minha etnia nova seria vitiligo. Há tanta informação e tanta gente
sem acesso a tantas informações”, conclui.
Nos dias atuais, os movimentos
criam uma rede de comunicação muito forte, dando oportunidades para as pessoas
demonstrarem sua verdadeira faceta. “Acho
importante campanhas, ainda mais as que tratam assuntos relacionados a doenças
dermatológicas, pois despertam a consciência que todos precisam ser orientados.
Seja de um apoio psicológico, uma orientação quanto a exposição, os cuidados
com a pele, se a doença pode ou não ser transmissível, e o risco que a
ausência dessas informações pode interferir na vida social de cada indivíduo”,
afirma Naiara.
“Um diferencial da campanha é que
também abordamos sobre a pele dos pets. Sabemos que é muito comum o cão ou o gato desenvolver uma doença
de pele, seja alergia ou uma dermatite. Convidamos
médicas veterinárias para comentaram sobre estas doenças,
e dar dicas aos tutores dos pets de como eles precisam lidar com
isso”, comenta Thais.
Campanha recebe apoio de empresa
de dermocosméticos
A empresa espanhola Sesderma também vem apoiando este projeto da Singular
Medicamentos. Conhecida mundialmente pela utilização de nanotecnologia em
produtos para tratamento de pele, a Sesderma embarcou no Brasil
trazendo novidades diferenciadas através dos seus produtos.
A empresa é uma gigante na produção
de produtos na linha dermatológica, e tem como diferencial a nanotecnologia,
que aumenta a capacidade de ativação das substâncias encontrada em seus
produtos. Vale salientar a que empresa utiliza de materiais orgânicos, ou
seja, livres de materiais industrializados que possam causar efeitos
colaterais e alergias. Segundo William Dias, representante
da companhia aqui no Brasil, “a Sesderma conseguiu colocar
os princípios ativos em cápsulas incrivelmente pequenas que conseguem
ultrapassar as camadas mais difíceis da pele e chegar até a região onde este
ativo precisa atuar “.
Mais do que um conceito, a marca
traz consigo uma experiência diferenciada dos produtos aqui comercializados. “A Sesderma traz uma
inovação que pode realmente impactar no tratamento de problemas relacionados a
pele de maneira mais rápida, eficaz e segura. Os europeus também trabalham
muito a prevenção de danos e problemas dermatológicos e a Sesderma acabou
trazendo este conceito em sua gama, produtos e irá levar ao mercado brasileiro
este pensamento inovador de prevenir danos em nossa pele como é o caso dos
produtos da linha SESGEN 32, que diferente de tudo o que há no mercado
atual, esta linha atua diretamente sobre a genética do problema. Um sistema de
prevenção realmente único no Brasil”, conclui William.
Atualmente, as marcas têm se
posicionado fortemente em campanhas preventivas e ações que chamem a atenção da
sociedade. Hoje, muitas empresas tomam
rumos essenciais em ações que beneficiam o crescimento da marca, mas por hora,
esquecem que o principal conceito destas campanhas é levar informações e
conhecimento para a população.
“Uma marca deve, muito além, de ser uma referência em
determinado segmento ou nicho, ser uma transformadora da visão do assunto que
ela domina. Os laboratórios podem e devem trabalhar para levar conhecimento aos
pacientes sobre seus problemas, sejam eles quais forem, em parceria com
médicos, órgãos públicos, entidades privadas e com seus parceiros comerciais
inclusive, levando informação a este público de maneira correta e
objetiva”, complementa William.
Cuidados da pele além do verão
Normalmente, as pessoas acabam
esquecendo a proteção da pele. É muito comum lembramos de passar o protetor
solar só quando estamos na praia ou na piscina, mas a proteção da derme precisa
ser realizada em todas as épocas do ano, e não somente no verão.
Engana-se quem acha que a
proteção da pele se resume somente no protetor solar. A higienização é um dos
principais pilares no cuidado dermatológico, isso porque mantém a pele limpa
dos poluentes em geral e, também, elimina agentes infecciosos acumulados no dia
a dia. O acúmulo de sujeira na pele pode causar inflamações e no surgimento de
acnes e cravos, além de contribuir para o envelhecimento da pele.
Além disso, uma boa hidratação
preserva os nutrientes da pele e a manutenção da derme, proporcionando maior
naturalidade e evitando o ressecamento, envelhecimento, infecções e irritações.
Vale salientar que a hidratação é indicada para todo tipo de pele, desde as
mais oleosas até as ressecadas, levando em consideração a avaliação de um
profissional dermatológico.
Segundo o Dr. André Amado, médico
especialista e parceiro da espanhola Sesderma,
“a proteção solar deve ser feita com critério. Para pessoas de pele clara
a recomendação é de uso diário, no rosto (não esquecer as orelhas), pescoço,
dorso das mãos, antebraços, peito (lugar em que o decote faz um
V)”.
Cada tipo de pele tem sua proteção necessária e sofre
efeitos diferentes dos raios UVs. Pessoas de pele escura tecnicamente
possuem maior presença de melanina na pele, o que dá certa garantia de proteção
contra os efeitos dos raios solares. “Para as pessoas mais morenas, separamos
aquelas portadoras de manchas escuras e borradas na face e as sem melasma.
Aquelas com melasma devem usar protetor solar com base, que evita a
luz visível, com fator de proteção alto e contra UVA e UVB, e devem evitar o
calor, seja do sol ou não. Para as pessoas mais morenas ou negras o protetor
pode ser dispensado, no entanto se tiverem propensão a manchas deverão usar
quando expostas ao sol”, afirma o Dr. André Amado.
Segundo o especialista, a
proteção deve se estender ao longo do dia, já que combate o envelhecimento e elimina
toxinas responsáveis pelo surgimento de acnes e lesões na pele. “A finalidade é
evitar o envelhecimento da pele causado pelo sol, as manchas solares, a queratose e o câncer de pele.
Principalmente as pessoas de pele clara que sofrem mais com o sol, a pele vai
se tornando fina e atrófica, e as rugas e flacidez aparecem”, conclui.
Cuidados da pele no ambiente de
trabalho
O fato é que passamos mais tempo no ambiente de
trabalho do que em nossa própria casa, e para aqueles que trabalham em
escritórios, lojas, shoppings centers, e locais com muita iluminação
artificial, fica também o alerta.
Ao contrário do que muitos
pensam, as luzes artificiais também podem afetar a saúde e qualidade da nossa
pele. Isso porque as
lâmpadas fluorescentes, conhecidas como “luz fria”, também emitem luminosidade
semelhante à luz natural diária. Logo, apesar da incidência ser inferior à luz
solar, elas também incidem raios UVB e UVA, podendo alterar a pigmentação
da pele.
A Dra. Alexandra Pedra sinaliza o
cuidado da pele também no ambiente de trabalho, “a luz visível, que são
a luz branca, tela de computadores e celulares, está associada ao
envelhecimento precoce e a piora de manchas. Além do mais, pessoas que
trabalham em ambientes fechados, com roupas cobertas (sociais) podem
desenvolver deficiência.
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