Especialistas recomendam check-up no coração e fazem indicações durante a pandemia
Principalmente agora no verão e
começo de ano, muitos querem iniciar ou retomar os exercícios físicos, porém
durante a prática de atividades, a frequência cardíaca aumenta muito, pois o
coração tem a responsabilidade de bombear sangue com mais rapidez. Por isso, é
importante sempre procurar um cardiologista antes e fazer o monitoramento para
saber se o coração não está trabalhando em sua capacidade máxima e não está
sendo sobrecarregado. Exercícios exaustivos, especialmente aqueles realizados
no calor, e apenas aos finais se semana podem levar a arritmias, infartos e até
à morte.
“Monitorando você sabe exatamente o quanto seu corpo está se
esforçando, tira o máximo proveito do treino e otimiza seu esforço. O aumento
repentino causado pelos exercícios pode causar algumas complicações no corpo,
principalmente em pessoas que possuem histórico de problemas cardíacos. Por
isso, é essencial acompanhar os batimentos do coração durante qualquer
atividade física”, avalia a cardiologista Rica Buchler, da Clínica Buchler. “A
melhor forma de cuidar é visitando o seu cardiologista que realizará o
eletrocardiograma e teste ergométrico para orientar o exercício com segurança.
O especialista indica a faixa de variação da frequência cardíaca (pulsação)
adequada para cada pessoa. Para monitoramento existem os smart watch e as
cintas que podem ser coladas no tórax, já manualmente é possível avaliar o
pulso por 15 segundos e multiplica-se o valor por 4”, completa a
especialista.
A atividade física regular ajuda a diminuir riscos de saúde como ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC), porém devem ser respeitados os limites do próprio corpo e sempre fazer o acompanhamento com seu cardiologista para treinar de maneira segura.
Destaque para pacientes que tiveram Covid-19
As Sociedades Brasileiras de Cardiologia (SBC) e de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) desenvolveram um material com base em estudos que apontaram a relação entre a infecção pelo vírus e problemas no coração. Destacam a ocorrência de lesão cardíaca em 20 a 30% dos pacientes hospitalizados e ligação com a morte de 40% dos infectados. Arritmias, miocardite e insuficiência cardíaca estão entre complicações que podem aparecer. Os especialistas já tinham conhecimento que o coração pode ser acometido em casos de viroses, já que os vírus podem inflamar o órgão. Um trabalho alemão verificou uma frequência ainda maior e mais grave em indivíduos pós-Covid, indicando alguma alteração no exame de ressonância magnética cardíaca.
“Devemos ficar atentos nos casos de pacientes que tiveram coronavírus, é essencial que façam um check-up cardiológico, mesmo em quem apresentou sintomas leves”, explica o cardiologista Gabriel Dodo Buchler, da Clínica Buchler. “Existe a possibilidade que o vírus cause alguma sequela no órgão, que pode levar a complicações e até à morte. O cardiologista irá monitorar possíveis sequelas e ter as precauções necessárias, pois atividades mais intensas podem causar arritmia, por exemplo”, analisa.
Vale reforçar que fazer atividades físicas e não ser obeso são pontos excelentes para saúde, além de melhorar a imunidade para responder em uma fase aguda. E, especialmente em casos que o paciente fica internado e têm grande perda muscular. Porém, os exercícios devem ser feitos após as avaliações médicas. Normalmente o cardiologista indica a realização de um eletrocardiograma e dosagem de enzimas cardíacas, mas o mais frequente é a ressonância magnética cardíaca.
“Também ressaltamos a importância de serem realizados exercícios individuais nesse momento, prezando que não podemos ter aglomerações. Além disso, o uso da máscara e álcool gel em todos os momentos para higienização”, alerta a dra. Rica. “Assim como que se hidratem frequentemente durante as atividades, ainda mais durante o verão, e que não seja feito jejum antes das atividades”, finaliza.
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