Principal causador do câncer de colo de útero, HPV é
um vírus altamente transmissível, cuja prevenção de contágio se faz pelo uso de
preservativo e vacinação. Qual situação se adequa a cada mulher?
A Dra. Mariana
Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, explica que a vacina não é
indicada para todas as faixas etárias e que quem já se contagiou pelo HPV
precisa manter os exames em dia, para detectar um possível câncer em estágio
inicial, com maior chance de sucesso
Janeiro Verde é a campanha para a conscientização
da importância de as mulheres estarem atentas ao câncer de colo de útero – o
quarto tipo que mais mata mulheres no Brasil.
O câncer de colo de útero está diretamente ligado à
contaminação pelo HPV, um vírus de alto contágio, adquirido principalmente por
meio de relações sexuais desprotegidas. “Os papilomasvírus humanos são capazes
de infectar pele e mucosas. Dos 150 tipos existentes, 40 infectam a área
ano-genital e 13 são considerados oncogênicos, ou seja, capazes de causar
câncer. E não é apenas no colo do útero, mas também na vulva, vagina, ânus,
orofaringe, boca, ânus e pênis”, alerta a Dra. Mariana Rosario, ginecologista,
obstetra e mastologista.
Ela diz que a principal forma de contágio é pela
via sexual – e não necessariamente precisa haver penetração vaginal ou anal
para ela ocorrer. “O contato da mão ou da boca com o órgão genital é capaz de
promover o contágio do parceiro sexual”, diz Mariana. Também pode haver contágio
pelo parto vaginal, caso a mãe tenha lesões não tratadas no momento em que dá à
luz. A boa notícia é que não há comprovação de contágio por meio de objetos,
uso de vaso sanitário, piscina e compartilhamento de toalhas e roupas.
Prevenção do contágio pelo HPV
Há alguns anos, está disponível gratuitamente pelo
SUS uma vacina para meninos de 11 a 14 anos e meninas de 9 a 14 anos. O
Ministério da Saúde entende que essa faixa etária é indicada para vacinação em
massa porque ainda não iniciou o contato sexual e, assim, tem chance de se
prevenir. Outros grupos etários devem procurar serviços privados de vacinação.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), a vacina é aprovada para mulheres até os 45 anos e homens
até os 26 anos. Mesmo quem já teve infecção pelo HPV pode recorrer à vacina,
porque ela pode proteger contra outros tipos de vírus HPV, prevenir a formação
de novas verrugas genitais e reduzir o risco de câncer de útero.
Detecção do câncer de colo de útero
A Dra. Mariana Rosario acredita que as mulheres não
devem se descuidar, realizando o Papanicolau anualmente. “Esse exame é
fundamental para a detecção da presença do HPV. Um resultado anormal indica que
devemos fazer novos exames, para a possível detecção de um câncer de colo de
útero”, diz ela.
Esses exames incluem a colposcopia, biópsia e
raspagem endocervical. “É importante frisar que exame não previne a paciente de
ter câncer. A função dele é detectar a doença no começo, para que ela seja
tratada com maior chance de cura”, explica.
A melhor forma de prevenir-se do câncer de colo de
útero, portanto, é não se contagiando por HPV. “As gerações futuras terão essa
oportunidade. Portanto, é imprescindível vacinar meninos, meninas e todas as
pessoas que ainda não foram contaminadas. Essa será a única forma de eliminar
esse problema dentre a população”, pondera a médica.
Para as demais pessoas, valem os cuidados com a
saúde. “A rotina de exames jamais deve ser negligenciada e, aparecendo alguma
alteração, é preciso tratar imediatamente o caso”, finaliza a médica.
Dra. Mariana Rosario - Ginecologista,
Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979.
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