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sábado, 16 de janeiro de 2021

Janeiro Verde: mês da prevenção contra o câncer de colo de útero

Principal causador do câncer de colo de útero, HPV é um vírus altamente transmissível, cuja prevenção de contágio se faz pelo uso de preservativo e vacinação. Qual situação se adequa a cada mulher?

 

A Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, explica que a vacina não é indicada para todas as faixas etárias e que quem já se contagiou pelo HPV precisa manter os exames em dia, para detectar um possível câncer em estágio inicial, com maior chance de sucesso

 

Janeiro Verde é a campanha para a conscientização da importância de as mulheres estarem atentas ao câncer de colo de útero – o quarto tipo que mais mata mulheres no Brasil.

O câncer de colo de útero está diretamente ligado à contaminação pelo HPV, um vírus de alto contágio, adquirido principalmente por meio de relações sexuais desprotegidas. “Os papilomasvírus humanos são capazes de infectar pele e mucosas. Dos 150 tipos existentes, 40 infectam a área ano-genital e 13 são considerados oncogênicos, ou seja, capazes de causar câncer. E não é apenas no colo do útero, mas também na vulva, vagina, ânus, orofaringe, boca, ânus e pênis”, alerta a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista.

Ela diz que a principal forma de contágio é pela via sexual – e não necessariamente precisa haver penetração vaginal ou anal para ela ocorrer. “O contato da mão ou da boca com o órgão genital é capaz de promover o contágio do parceiro sexual”, diz Mariana. Também pode haver contágio pelo parto vaginal, caso a mãe tenha lesões não tratadas no momento em que dá à luz. A boa notícia é que não há comprovação de contágio por meio de objetos, uso de vaso sanitário, piscina e compartilhamento de toalhas e roupas.


Prevenção do contágio pelo HPV

Há alguns anos, está disponível gratuitamente pelo SUS uma vacina para meninos de 11 a 14 anos e meninas de 9 a 14 anos. O Ministério da Saúde entende que essa faixa etária é indicada para vacinação em massa porque ainda não iniciou o contato sexual e, assim, tem chance de se prevenir. Outros grupos etários devem procurar serviços privados de vacinação.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina é aprovada para mulheres até os 45 anos e homens até os 26 anos. Mesmo quem já teve infecção pelo HPV pode recorrer à vacina, porque ela pode proteger contra outros tipos de vírus HPV, prevenir a formação de novas verrugas genitais e reduzir o risco de câncer de útero.


Detecção do câncer de colo de útero

A Dra. Mariana Rosario acredita que as mulheres não devem se descuidar, realizando o Papanicolau anualmente. “Esse exame é fundamental para a detecção da presença do HPV. Um resultado anormal indica que devemos fazer novos exames, para a possível detecção de um câncer de colo de útero”, diz ela.

Esses exames incluem a colposcopia, biópsia e raspagem endocervical. “É importante frisar que exame não previne a paciente de ter câncer. A função dele é detectar a doença no começo, para que ela seja tratada com maior chance de cura”, explica.

A melhor forma de prevenir-se do câncer de colo de útero, portanto, é não se contagiando por HPV. “As gerações futuras terão essa oportunidade. Portanto, é imprescindível vacinar meninos, meninas e todas as pessoas que ainda não foram contaminadas. Essa será a única forma de eliminar esse problema dentre a população”, pondera a médica.

Para as demais pessoas, valem os cuidados com a saúde. “A rotina de exames jamais deve ser negligenciada e, aparecendo alguma alteração, é preciso tratar imediatamente o caso”, finaliza a médica.

 



Dra. Mariana Rosario - Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979.

 

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