Especialista alerta sobre os impactos prejudiciais da tecnologia para a mente, sobretudo para as novas gerações, e faz alerta aos pais e responsáveis.
Em
atenção à saúde mental, neste mês comemora-se o Janeiro Branco, quando uma
série de ações voltam à atenção para os cuidados envolvendo a intelectualidade
humana. Com advento da tecnologia, sobretudo durante a pandemia, o uso da
internet ganhou maior proporção tanto entre todos nós, fazendo com que as
pessoas passem mais horas conectadas virtualmente, do que estabelecendo
relações físico afetivas. Para a psicanalista e terapeuta amazonense Samiza
Soares, essa interação virtual excessiva pode trazer uma porção de impactos
prejudiciais à saúde mental.
“Um
estudo desenvolvido pela Royal Society for Public Health, uma instituição
inglesa voltada para a saúde pública, identificou que as redes sociais geram
tanto efeitos positivos quanto negativos, porém, segundo o mesmo estudo, o
Instagram, uma das redes sociais mais usadas atualmente, é apontado como a pior
plataforma para a saúde mental dos usuários”, afirma. “A forma de interação
nesta plataforma tem transformado o ambiente virtual em uma espécie de
competição. As pessoas dedicam horas às atualizações nas redes e estão sempre
em busca de se auto afirmarem através dos perfis virtuais. Além disso, há o uso
excessivo de aplicativos de beleza, com a busca desenfreada pela perfeição,
essa busca sempre acarreta muito sofrimento para quem decide fazê-la, pois a
vida real é imperfeita”, explica.
Ainda
segundo a especialista, os adolescentes podem ter mais impactos à saúde mental,
tendo em vista que trata-se de uma geração que cresce junto com a tecnologia.
“Não
posso afirmar quem são os mais frágeis, afinal, ninguém está livre de ter a
saúde mental abalada. Porém, podemos observar que a maioria dos adolescentes
cresceu com acesso à tecnologia. Desde pequenos, já tinham contato com as
redes, sendo que a relação com elas é completamente diferente da geração de
pessoas com idades entre 24 a 39 anos. Dessa forma, são mais suscetíveis a
vivências negativas e aos impactos prejudiciais do excesso de horas dedicadas à
socialização virtual”, aponta. “O artigo da The Atlantic, suspeita que os
adolescentes hoje são mais emocionalmente vulneráveis devido ao modo de vida e
à exposição anormal à internet. A classe de idade superior também é afetada
pelo uso contínuo de plataformas e aplicativos como Instagram e Facebook, mas
não são tão impressionáveis quanto os jovens”, comenta.
A
especialista também faz uma alerta sobre os cuidados que a população, sobretudo
adultos, podem ter com relação aos cuidados com a saúde mental.
“Nossos
perfis onlines são construídos para fins de distração, informação e
descontração, mas não podem tomar conta da nossa vida. Recomendo que as pessoas
o usem para trabalhar, estudar e, claro, se divertirem, afinal, a tecnologia
tem seus pontos positivos sim. O que precisamos é evitar os fatores danosos das
redes sociais e devemos balancear os momentos dedicados à vida online e à vida
real”, pondera. “Quando se sentir sobrecarregado, seja de informações ou de
interações, dê um tempo das redes, priorize atividades que promovam o exercício
do corpo e do cérebro, além de técnicas de relaxamento para renovar os
pensamentos. Atitudes simples podem surtir grandes efeitos, como, experimente
almoçar ou ir ao banheiro sem o celular ou mesmo passar o fim de semana
inteiro longe do mundo virtual para promover a desintoxicação de estímulos
negativos ou intensos”, recomenda.
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