O médico ginecologista da Clínica Origen de Medicina Reprodutiva, Selmo Geber, esclarece as principais dúvidas sobre a doença e explica como os tratamentos de reprodução assistida podem permitir à paciente realizar o sonho da maternidade
Por
seus sintomas dolorosos e pela associação com a infertilidade, a endometriose é
uma doença bastante conhecida e muitas vezes temida. Em alguns casos, o
tratamento da doença é cirúrgico, e pode resultar na perda, parcial ou total,
dos óvulos. A boa notícia é que, recentemente, o congelamento dos óvulos,
previamente à cirurgia, passou a ser sugerido para preservar a fertilidade e
minimizar os possíveis efeitos adversos da intervenção cirúrgica.
Para
o médico ginecologista da Clínica Origen de Medicina Reprodutiva, Selmo Geber,
cada caso precisa ser avaliado com muita cautela e individualmente para que
seja realizado o tratamento adequado para cada paciente: “nós avaliamos os
casais e direcionamos o tratamento com base na historia de cada paciente,
idade, queixas e exames. Isso porque o que é melhor para todo mundo pode não
ser o mais adequado para aquela paciente”, observa. Geber esclareceu as
principais dúvidas sobre a endometriose e falou sobre como a fertilidade pode
ser preservada antes da cirurgia.
Saiba
mais!
O
que é a endometriose?
A
endometriose consiste na presença de focos de tecido endometrial fora da
cavidade uterina, que se instalam principalmente nas tubas uterinas e ovários,
mas também podem ser encontrados em outras estruturas da cavidade pélvica, como
a bexiga, os intestinos e o reto, e, em casos mais raros, também nos tecidos
mais distantes. Os tipos mais comuns de endometriose são a peritoneal e a
ovariana.
A
doença apresenta sintomas?
Sim.
Os principais sintomas são a dor pélvica, dismenorrea (dor durante a
menstruanção), dispareunia (dor à relação sexual) e infertilidade.
Como
diagnosticar?
Por
seus principais sintomas serem também os de outras doenças, principalmente
estrogênio-dependentes, a endometriose é considerada uma doença de difícil
diagnóstico.
Na
primeira consulta, o exame clínico inclui a recepção da mulher e o acolhimento
de seu relato sobre os sintomas que levaram a buscar atendimento médico, e uma
análise sobre a possibilidade de casos de endometriose na família, bem como a
solicitação de exames de imagem. O exame físico pode ajudar na suspeita de
endometriose quando identifica-se a presença de massas ou nódulos na pelve.
A
ultrassonografia endovaginal, que pode ser feita de forma habitual ou com
preparo intestinal, permite que outras estruturas da cavidade pélvica, além dos
órgãos reprodutivos, possam ser vistas com mais nitidez.
A
ressonância magnética também pode ajudar no diagnostico.
Embora
os exames de imagem mencionados, principalmente a ultrassonografia, forneçam
uma boa quantidade de informações para o diagnóstico, a única forma de
confirmá-lo é por meio de biópsia realizada com uma amostra de células
endometriais.
A
biópsia é capaz de identificar a origem dos tecidos coletados e assim confirmar
que se trata de endométrio ectópico e não outras formações tumorais, como
miomas, pólipos e alguns tipos de câncer. A coleta do material para biópsia
pode ser feita com auxílio da videolaparoscopia, um procedimento realizado em
ambiente hospitalar e com anestesia.
Como
é feito o tratamento?
A
escolha pelo melhor tratamento depende da queixa e do desejo de cada paciente.
A
endometriose pode ser abordada por diversas formas, incluindo o simples
monitoramento das lesões, administração de medicamentos que controlam os
sintomas dolorosos, intervenção cirúrgica e técnicas de reprodução assistida. A
escolha da melhor abordagem deve ser feita sempre de acordo com as queixas, com
a idade da mulher e a existência ou não do desejo de engravidar.
Quando
a reprodução assistida é aconselhável?
Quando
a mulher tem indicação para cirurgia e ainda não tem sua prole definida,
aconselha-se que seja realizado o congelamento de óvulos como uma forma de
preservação da fertilidade.
A
reprodução assistida pode ser indicada para casais em que a infertilidade
conjugal é decorrente da endometriose, mesmo quando o quadro está associado a
outros distúrbios, incluindo infertilidade masculina.
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