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quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Congelamento de óvulos antes da cirurgia de endometriose é importante aliado na preservação da fertilidade

 O médico ginecologista da Clínica Origen de Medicina Reprodutiva, Selmo Geber, esclarece as principais dúvidas sobre a doença e explica como os tratamentos de reprodução assistida podem permitir à paciente realizar o sonho da maternidade

 

Por seus sintomas dolorosos e pela associação com a infertilidade, a endometriose é uma doença bastante conhecida e muitas vezes temida. Em alguns casos, o tratamento da doença é cirúrgico, e pode resultar na perda, parcial ou total, dos óvulos. A boa notícia é que, recentemente, o congelamento dos óvulos, previamente à cirurgia, passou a ser sugerido para preservar a fertilidade e minimizar os possíveis efeitos adversos da intervenção cirúrgica.

Para o médico ginecologista da Clínica Origen de Medicina Reprodutiva, Selmo Geber, cada caso precisa ser avaliado com muita cautela e individualmente para que seja realizado o tratamento adequado para cada paciente: “nós avaliamos os casais e direcionamos o tratamento com base na historia de cada paciente, idade, queixas e exames. Isso porque o que é melhor para todo mundo pode não ser o mais adequado para aquela paciente”, observa. Geber esclareceu as principais dúvidas sobre a endometriose e falou sobre como a fertilidade pode ser preservada antes da cirurgia.  

Saiba mais!


O que é a endometriose?

A endometriose consiste na presença de focos de tecido endometrial fora da cavidade uterina, que se instalam principalmente nas tubas uterinas e ovários, mas também podem ser encontrados em outras estruturas da cavidade pélvica, como a bexiga, os intestinos e o reto, e, em casos mais raros, também nos tecidos mais distantes. Os tipos mais comuns de endometriose são a peritoneal e a ovariana.


A doença apresenta sintomas?

Sim. Os principais sintomas são a dor pélvica, dismenorrea (dor durante a menstruanção), dispareunia (dor à relação sexual) e infertilidade.


Como diagnosticar?

Por seus principais sintomas serem também os de outras doenças, principalmente estrogênio-dependentes, a endometriose é considerada uma doença de difícil diagnóstico.

Na primeira consulta, o exame clínico inclui a recepção da mulher e o acolhimento de seu relato sobre os sintomas que levaram a buscar atendimento médico, e uma análise sobre a possibilidade de casos de endometriose na família, bem como a solicitação de exames de imagem. O exame físico pode ajudar na suspeita de endometriose quando identifica-se a presença de massas ou nódulos na pelve.

A ultrassonografia endovaginal, que pode ser feita de forma habitual ou com preparo intestinal, permite que outras estruturas da cavidade pélvica, além dos órgãos reprodutivos, possam ser vistas com mais nitidez.

A ressonância magnética também pode ajudar no diagnostico.

Embora os exames de imagem mencionados, principalmente a ultrassonografia, forneçam uma boa quantidade de informações para o diagnóstico, a única forma de confirmá-lo é por meio de biópsia realizada com uma amostra de células endometriais.

A biópsia é capaz de identificar a origem dos tecidos coletados e assim confirmar que se trata de endométrio ectópico e não outras formações tumorais, como miomas, pólipos e alguns tipos de câncer. A coleta do material para biópsia pode ser feita com auxílio da videolaparoscopia, um procedimento realizado em ambiente hospitalar e com anestesia.


Como é feito o tratamento?

A escolha pelo melhor tratamento depende da queixa e do desejo de cada paciente.

A endometriose pode ser abordada por diversas formas, incluindo o simples monitoramento das lesões, administração de medicamentos que controlam os sintomas dolorosos, intervenção cirúrgica e técnicas de reprodução assistida. A escolha da melhor abordagem deve ser feita sempre de acordo com as queixas, com a idade da mulher e a existência ou não do desejo de engravidar.


Quando a reprodução assistida é aconselhável?

Quando a mulher tem indicação para cirurgia e ainda não tem sua prole definida, aconselha-se que seja realizado o congelamento de óvulos como uma forma de preservação da fertilidade.

A reprodução assistida pode ser indicada para casais em que a infertilidade conjugal é decorrente da endometriose, mesmo quando o quadro está associado a outros distúrbios, incluindo infertilidade masculina.


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