Aproximadamente
85% dos desfechos desfavoráveis poderiam ser evitados com o diagnóstico precoce
Novembro é o mês de conscientização do Diabetes. De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), uma média de 25% dos pacientes diabéticos terá, ao menos uma vez na vida, feridas nos membros inferiores, decorrentes de complicações, aos quais 50% acabam infeccionando. Essa doença é muito silenciosa e já atinge cerca de 16 milhões de brasileiros.
A dificuldade de cicatrização de feridas causada
pelo problema, pode levar a um quadro chamado pé diabético. A angiologista,
cirurgiã vascular e presidente da SBACV do Maranhão, Dra. Roberta Campos,
explica que uma das principais manifestações da doença é cutânea. “Na pele,
ocorre a perda da inervação das glândulas sudoríparas e, consequentemente, da
oleosidade natural, levando ao ressecamento e rachaduras que são potenciais
focos de infecção”, esclarece. Formigamento e a deformação dos ossos dos pés,
que dificultam a mobilidade, são outros sinais importantes do desenvolvimento
do pé diabético.
De acordo com a especialista, é possível realizar o
autoexame para evitar o quadro. “Colocando um espelho no chão para observar a
face plantar do pé. Lembrando que os pacientes diabéticos podem ter retinopatia
associada, que prejudica a visão. É mais seguro que um acompanhante faça a
inspeção diária do pé do paciente diabético”, ilustra.
A doutora Roberta afirma que existem três
pilares fundamentais para a prevenção e tratamento do pé diabético.
- Avaliação
frequente dos pés: o autoexame diário é importante para detectar
micoses, escoriações e úlceras.
- Higiene: lavar diariamente os pés,
com sabão não abrasivo, secar muito bem e hidratar. Manter as unhas
aparadas, sempre em corte reto;
- Cuidados
especiais: é
muito importante secar entre os dedos para evitar a proliferação de fungos
e bactérias, e não utilizar cremes hidratantes nessa região. Evitar,
também, qualquer tipo de situação que possa, de alguma forma, machucar os
pés, como andar descalço.
O acompanhamento médico, inclusive da especialidade
vascular, é extremamente importante, mas, muitas vezes, é negligenciado.
“Quanto mais precoce e adequado for o tratamento da úlcera, maiores serão as
possibilidades de sucesso e menores os riscos de amputação. Aproximadamente 85%
de todos os desfechos desfavoráveis poderiam ser reduzidos com práticas de
educação e intervenção precoce no início das complicações”, alerta a Dra.
Campos.
Médicos associados da SBACV têm acesso diferenciado
a cursos de aperfeiçoamento profissional, informação técnica, atualização
científica e educação continuada. Para mais informações sobre outras doenças
vasculares e para encontrar um médico associado da entidade, acesse www.sbacvsp.com.br.
Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia
Vascular - SBACV
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