No dia 21 de novembro, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) realizará uma série de ações em suas mídias sociais para falar sobre diabetes e saúde dos olhos
O que o diabetes tem a
ver com a visão? Tudo. Com o objetivo de esclarecer essa e outras dúvidas sobre
a doença e de como proteger a saúde dos olhos, o Conselho Brasileiro de
Oftalmologia (CBO) realizará, no dia 21 de novembro (sábado), uma maratona de
atividades em suas mídias sociais. Os usuários das redes sociais poderão enviar
perguntas, depoimentos e comentários. Interessados poderão ainda participar de
sessões de teleorientação com médicos voluntário, após terem se inscrito pelo
site www.24hpelodiabetes.com.br.
Ao final, serão horas
de entrevistas e palestras com dicas de prevenção, com a participação dos Conselhos
de diferentes especialidades médicas, bem como profissionais de outras
categorias da área da saúde. Assim, transcorrerá o projeto 24 horas pelo
diabetes, uma mobilização nacional que faz alusão ao Novembro Azul, mês que
marca o Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro.
Calendário - Esse ano, em função
do calendário eleitoral, o CBO realizará seu esforço de mobilização uma semana
depois da data oficial. Um dos principais temas a serem abordados nas conversas
com especialistas está a retinopatia diabética, maior causa de cegueira em
pessoas em idade laboral e uma das complicações frequentes no diabético. A
prevalência é de 19% na população maior de 65 anos.
"O Conselho
Brasileiro de Oftalmologia entende que o diabetes é um tema que deve ser visto
como prioridade pela saúde pública. Por isso, convidamos Governo, sociedades
médicas e entidades da sociedade civil para fazerem parte dessa grande
mobilização. Vamos levar esclarecimentos à população sobre o quão prejudicial o
diabetes pode ser à visão e a importância da prevenção e do controle da doença,
de uma forma geral", afirmou o presidente do CBO, José Beniz Neto.
Além de palestras e
debates, a ação contará com a participação voluntária de celebridades,
influenciadores, como blogueiros e youtubers, e atletas que vão deixar recados
sobre suas experiências com o diabetes e alertando sobre os cuidados de
prevenção da doença. Entre os participantes engajados estão o jornalista e
apresentador Alexandre Garcia, o chefe de cozinha Alex Atala, além de
medalhistas olímpicos, como a jogadora de basquete, Magic Paula, e as
atletas paraolímpicas Aline Rocha e Vanessa Cristina.
Pandemia - A estratégia de ação
virtual foi adotada pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia em função da
pandemia de Covid-19, que exige o respeito a protocolos de segurança para
evitar a contaminação pelo coronavírus. Contudo, independentemente desse
desafio, o CBO, que organiza o evento com o apoio de inúmeras outras
instituições, confia no êxito da iniciativa.
A programação completa
das atividades de 21 de novembro, com foco nas mídias digitais, ficará
disponível na página do CBO. Também pode ser acessada no site do evento (www.24hpelodiabetes.com.br). Para acompanhar as
atividades, basta se conectar no canal do CBO no Youtube, por onde ocorrerá a
transmissão.
Além dessa mobilização
nacional, neste mês de novembro, diversas outras iniciativas locais vêm sendo
realizadas nas cinco regiões do país, sempre com a atenção aos cuidados
exigidos pela pandemia. Com o apoio do CBO, em diferentes estados, como Ceará,
Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina, médicos
oftalmologistas voluntários promoveram atendimentos à população, com o uso da
tecnologia, por meio do teleatendimento, e o cadastro e triagem de pacientes
para realizar exames de fundo de olho e identificar e tratar pacientes com
retinopatia diabética.
"O crescimento da
prevalência do diabetes no mundo reforça a urgência de ações efetivas. No
Brasil, entre 2006 e 2019, esse recorte passou de 5,5% para 7,4%, segundo dados
do Ministério da Saúde", destaca o vice-presidente do CBO, Cristiano
Caixeta Umbelino, coordenador do Projeto 24 horas pelo diabetes. Em 2018, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) avaliou existirem 400 milhões de diabéticos
no mundo. Em 2040, a projeção é de que existam mais de 640 milhões de pessoas
com a doença.
Diagnóstico - Também chama a atenção
no Brasil que 50% das pessoas com diabetes, em especial os que estão na faixa
etária de 55 e 74 anos, não sabem que têm o diagnóstico dessa doença. Com 16,8
milhões de pessoas com diabetes, o Brasil ocupa a quinta posição do ranking
mundial, segundo o Atlas da Federação Internacional do Diabetes (IDF, em
inglês).
Atrás apenas das
doenças cardiovasculares e neoplasias, o diabetes é a terceira causa de óbitos
no Brasil. Em 1990, ele ocupava a 11ª causa de morte entre os brasileiros.
Devido ao seu caráter silencioso, o diabetes deveria receber atenção
prioritária dos gestores públicos e privados de saúde, avaliam especialistas.
Na maioria das vezes, ela manifesta sintomas apenas em estágios avançados de
comprometimento, fato que contribui para o aumento de suas taxas de mortalidade
e morbidade.
Além de impactar
diretamente o dia a dia dos pacientes, o problema também é crucial para os
cofres públicos, em função dos custos associados ao tratamento, que perdura ao
longo de toda a vida do diabético. Entre os dez países com maior número de
pessoas com diabetes e gastos em Saúde, o Brasil figura em segundo lugar,
segundo o Atlas da Federação Internacional de Diabetes. Entre custos diretos e
indiretos, em 2014, foram gastos US﹩ 15,7 bilhões no atendimento de brasileiros com diabetes.
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