A pandemia de Covid-19 acelerou diversas tendências no mundo corporativo. Entre elas, está a economia Low Touch, um modelo de negócios que independe do contato presencial entre clientes e vendedores. Quando a principal recomendação das entidades de saúde é permanecer em casa e evitar aglomerações, essa modalidade pode significar a sobrevivência de muitos setores – especialmente, aqueles que estiverem dispostos a se reinventar durante a crise.
Você deve estar se perguntando: “hoje, fazemos
praticamente tudo pela internet, desde pedir um carro por aplicativo até
escolher o que vamos jantar à noite. Será que é tão difícil assim gerir um
negócio à distância?”. Acredite, não é tão simples assim. Precisamos lembrar
que o Brasil é composto, em sua maioria, por micro e pequenas empresas, e mesmo
as de maior porte podem não estar preparadas para a transformação digital. A
economia Low Touch é, acima de tudo, uma mentalidade que deve acompanhar todas
as áreas de uma empresa, desde o departamento comercial, com o relacionamento
com o cliente, até a liderança, que deve estar voltada a criar produtos e gerar
negócios pela internet.
Com essa modalidade se expandindo cada vez mais,
reuniões presenciais cedem vez aos cafés virtuais – mais rápidos e objetivos. O
desafio, porém, permanece o mesmo: cativar o cliente a ponto de fechar negócio.
Para isso, é importante identificar seu perfil e o que ele espera da sua
empresa. Nem todos os públicos estão habituados com modelos de negócio Low
Touch. Enquanto alguns irão preferir uma relação mais próxima, que permita
acompanhar os processos constantemente, outros darão preferência a soluções
automatizadas, que garantam mais liberdade e autonomia no dia a dia.
Entretanto, venho observando que mesmo os clientes
mais exigentes e conservadores em relação à tecnologia vêm adaptando suas
necessidades ao cenário que temos hoje. Até ano passado, podia não pegar bem
fazer uma reunião online. Receber o cliente no escritório, com a agenda fechada
por horas para atendê-lo, era o padrão. Mas, ao longo de 2020, o ambiente
digital se tornou cada vez mais familiar para muitas empresas.
Além disso, alguns fatores podem contribuir para o
crescimento desse modelo de negócio, como a restrição a viagens e a
desconfiança de boa parte dos consumidores em relação à saúde de outras pessoas
e à higiene de produtos, tornando o digital uma preferência.
Estar preparado para essa nova realidade é
fundamental. Para obter sucesso com um modelo de economia Low Touch, é preciso
investir em tecnologia e na experiência do cliente. Sem o carisma e o jogo de
cintura que os vendedores têm presencialmente, despertar opiniões positivas de
maneira virtual é desafiador. Por isso, os sites devem ser responsivos,
agradáveis durante a navegação e intuitivos no processo de compra. Cada
segmento pode ser criativo a sua maneira, sempre pensando no que o cliente
espera. Lojas de roupas, por exemplo, encontraram um modo híbrido de vendas,
permitindo que o comprador experimente as roupas em casa antes de encerrar a
compra.
Não há dúvidas de que o mundo caminha para uma
transformação digital mais acelerada e competitiva. A presença digital se torna
tão ou mais importante que a presença física, no olhar dos consumidores. Sua
empresa está preparada para o futuro?
Marcelo
Pires - sócio-diretor da Neotix Transformação Digital. Designer de
formação, escultor nas horas vagas, trabalha com design aliado à tecnologia há
mais de 20 anos. Especialista em usabilidade, é o responsável pela direção de
criação de projetos interativos na Neotix, caminhando pelas áreas de
tecnologia, inovação, design, UX e transformação digital.
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