Dormir
menos de 7 horas aumenta o risco
Um estudo
publicado, recentemente, no periódico Neuropsychiatrie, comprovou
que os distúrbios do sono aumentam em 52% o risco de desenvolver dor lombar
crônica. Os prejuízos da má qualidade do sono para a saúde são bem conhecidos.
A novidade é que essa meta-análise foi focada na relação da má qualidade do
sono com a dor lombar crônica. Os pesquisadores cruzaram dados de 21 estudos
para determinar os efeitos da insônia na dor lombar.
Culpa pode ser da dopamina
Para o grupo envolvido na pesquisa, uma das hipóteses é que a insônia e a dor
lombar podem ser causadas por um terceiro fator: uma anormalidade na produção
da dopamina. Embora a dopamina seja um neurotransmissor essencial para as
emoções, aprendizado, humor, atenção, prazer e sistema motor, um estudo
realizado pela Universidade do Texas mostrou que a dopamina pode ser
responsável pela manutenção da dor crônica.
Resumidamente, as células nervosas de quem ter dor crônica enviam para o
cérebro, de forma contínua, sinais de dor mesmo na ausência de qualquer lesão.
Os altos níveis de dopamina também podem prejudicar o sono porque trata-se de
um neurotransmissor estimulante.
Opinião da especialista
Para Walkíria Brunetti, fisioterapeuta especialista em Pilates e RPG,
os achados apontam que as dores crônicas são multifatoriais. “Quando um
paciente chega com uma queixa de dor na coluna, sem outra causa como uma
fratura ou hérnia de disco, por exemplo, é preciso analisar todo o estilo de
vida e os hábitos dessa pessoa, incluindo a qualidade do sono, nível de
atividade física etc.”.
“Além disso, é importante entender se há comorbidades, principalmente
transtornos mentais, como a depressão. O risco de desenvolver dor lombar
crônica em pessoas com diagnóstico de depressão é de 59%, segundo essa
meta-análise. Portanto, uma dor crônica pode ser resultado da soma de vários
problemas de saúde, incluindo distúrbios do sono”, comenta Walkíria.
Mulheres são mais afetadas
Outro achado desse estudo foi que a dor lombar crônica é mais prevalente nas
mulheres, nas pessoas com menor nível de atividade física e naquelas que dormem
menos de sete horas por dia.
Pilates pode melhorar sono, dor e depressão
Os benefícios do Pilates são bem conhecidos. Ao longo dos anos, estudos foram
feitos para avaliar os efeitos do Pilates na saúde de uma forma mais ampla. Uma
dessas pesquisas apontou que o método é eficaz para controlar a dor crônica.
Outra meta-análise mostrou que o Pilates pode reduzir em até 80% os sintomas
depressivos. Por fim, um estudo comprovou que a prática ajuda a melhorar a
qualidade do sono e sua duração em pessoas de meia idade, fase em que a insônia
costuma ser mais intensa.
“A dor crônica demanda um tratamento multidisciplinar. O paciente precisa
adotar hábitos saudáveis e isso inclui praticar alguma atividade física. Porém,
como a dor pode ser uma barreira para certos esportes, o Pilates Studio, aquele
feito em aparelhos, pode ser uma ótima opção, pois praticamente não possui
contraindicações”, finaliza Walkíria.
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