Segundo um extenso
relatório da Ashley Madison, muitos enxergam essa prática como forma saudável
de manter o casamento
Medo, solidão, tédio e frustração. Esses foram
alguns dos sentimentos experienciados por muitos durante um período de reclusão
inesperado. No entanto, procurar apoio e aconchego dentro de casa também foi um
problema, ocasionando um distanciamento cada vez maior entre os casais. É isso
o que mostra um estudo produzido pela Ashley Madison, maior plataforma de
relacionamentos extraconjugais do mundo, para entender os impactos da pandemia
nos relacionamentos.
A socialização seletiva, devido às medidas de
segurança necessárias para evitar o contágio da Covid-19, concentrou todas as
necessidades de convivência em uma única pessoa: o(a) parceiro(a). E com isso,
veio a frustração. Nem sempre cônjuge, confidente e amigo são sinônimos, o que
aumentou ainda mais o sentimento de solidão e distanciamento.
Diante dessa situação, 84% dos membros entrevistados
viram a traição como uma forma confiável de autocuidado, 44% se sentiram
desejados e amados, 30% se sentiram relaxados e 28% se sentiram confiantes como
resultado da relação extraconjugal. Apesar dos sentimentos negativos provocados
pelo isolamento social, mais da metade relatou melhora no ânimo como resultado
direto da infidelidade.
De acordo com uma membra brasileira, “Com certeza,
fiquei menos ansiosa por poder conversar com outra pessoa, compartilhar
pensamentos, abraçar e fazer um bom sexo - mesmo que virtual em um primeiro
momento - que eu não estava tendo com meu marido”.
Só no Brasil, por exemplo, a procura pela traição
tem sido grande. Desde 1º de janeiro deste ano, a plataforma registrou 1,3 milhão
de novos membros, com uma média de cerca de 35 mil inscritos
por semana. No mês de agosto, brasileiros iniciaram mais de 18,6 mil novos
casos no Ashley Madison. Dados, esses, que colocam o país como líder no
ranking dos 20 países com mais inscritos no Ashley Madison entre 1º de janeiro
e 28 de setembro, per capita.
De maneira geral, o principal benefício apontado
pelos casados que mantém um affair durante a quarentena é ter algo para se
empolgar nesse período difícil (34%); seguido da procura por uma boa distração
(23%), ter com quem conversar que está passando por uma situação semelhante
(14%), e ajudar a manter a sensação de normalidade (13%).
Apesar dos efeitos colaterais extremamente
negativos que o isolamento causou nos casados, os membros relataram uma mudança
de valores e mais autocuidados como resultado direto das restrições impostas -
algo do qual prometem se lembrar e se adaptar após a pandemia. 34% dos amantes
falaram que priorizar as próprias necessidades foi a lição mais valiosa; e 40%
prometem continuar dando um tempo e se colocar em primeiro lugar mesmo após a
pandemia.
E mesmo com o aumento dos divórcios no Brasil
durante a quarentena, para aqueles que experimentaram a infidelidade nesse
período (e até antes disso), a separação é, na verdade, a última coisa em
mente. Apenas 1% dos membros do Ashley Madison acreditam que deixarão seus
cônjuges como resultado do isolamento social.
Ashley
Madison
Nenhum comentário:
Postar um comentário