Alguns são Sutis, Mas Quando Não Tratados,
Podem Trazer Grandes Prejuízos no Decorrer da Vida Adulta.
Embora
seja muito falado, ainda existe um grande número de pais que não sabem o que é o
Transtorno de Aprendizagem (T.A). E neste momento que ainda estamos vivendo,
muitos problemas relacionados aos Transtornos de Aprendizagem acabaram vindo à
tona, devido às aulas online e à maior proximidade e observação dos pais em
relação aos seus filhos em casa, bem como a dificuldade destas crianças em
lidarem com as dificuldades, transtornos e o ambiente virtual. Por isso,
é muito importante que deixemos tudo muito claro!
Transtorno de Aprendizagem x Dificuldade de Aprendizagem
O Transtorno de Aprendizagem (TA)
está diretamente relacionado ao desenvolvimento, à aquisição de conhecimento
escolar. Trata-se de transtornos de habilidades escolares, ou seja, é a
dificuldade de aprender a ler, escrever e dificuldade com a matemática.
A Dificuldade de Aprendizagem,
podemos dizer que é o Sintoma. É quando esta criança não está indo bem na
escola, ou apresenta qualquer dificuldades no aprender.
“-
Neste caso, torna-se necessário entender qual o contexto em que a criança está
inserida; ela pode ter uma vulnerabilidade social, pode estar passando por um
momento de estresse, por um problema familiar, ou pode até mesmo existir algum
problema de visão ou audição. Portanto, a dificuldade de aprendizagem é um
sintoma que pode carregar inúmeras causas.”- explica a Pediatra
e Neuropsiquiatra infantil, Dra. Gesika Amorim.
⠀
O primeiro passo é descobrir se essa dificuldade de aprendizagem é específica
do Transtorno de Aprendizagem, ou seja, a dificuldade na leitura, na escrita e
na matemática, ou se esse problema na aprendizagem se manifestou por outras
causas, familiares, sociais ou de saúde.
E, Quais são os
Transtornos de Aprendizagem?
São
classificados como Transtornos de Aprendizagem, a Dislexia, a Discalculia, a Disgrafia e a Disortografia.
A
especialista, Pediatra e
Neuropsiquiatra Infantil, Dra Gesika Amorim, vai nos falar um
pouco mais sobre cada um destes transtornos e a importância de um diagnóstico
minucioso e preciso.
DISLEXIA
A dislexia é um transtorno que afeta habilidades básicas de leitura e linguagem, fazendo com que as crianças encontrem dificuldade para processar os sons das palavras e associá-los com as letras.
⠀
É um transtorno específico de aprendizagem, já que seus sintomas afetam o desempenho acadêmico e não existe nenhuma outra alteração (neurológica, sensorial, cognitiva ou motora) que justifique as dificuldades observadas.
Geralmente, o diagnóstico preciso da dislexia vem em torno dos 7 anos de idade, mas como hoje, as crianças estão sendo alfabetizadas cada vez mais cedo, os sinais também aparecem mais cedo.
Você̂
pode começar a desconfiar de um diagnóstico de dislexia quando:
- Ela apresenta dificuldade de
fala, isto é, ela demora para falar ou não conseguem falar de forma
fluente, precisando de tratamento com fonoaudiólogo.
- Apresenta dificuldade em formar
palavras;
- Leitura lenta, silabada com
falta de entendimento do que lê̂;
- Escrita em espelho com troca de
fonemas; entre outros.
A dislexia pode vir acompanhada de disgrafia e nesse caso, a criança tem
dificuldade também em fazer a cópia escrita, além de dificuldade de
organização, de reconhecer os lados direito e esquerdo incoordenação motora.
Identificando
estes sinais no seu filho, leve-o o quanto antes a um Neuropsiquiatra Infantil.
Embora a dislexia não tenha cura, o médico te orientará quanto ao tratamento
que envolvem estratégias para que ele possa ler e entender.
Curiosidade: Você̂ sabia que Whoopi Goldberg e
Steven Spielberg são disléxicos?
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DISGRAFIA
A Disgrafia é um transtorno da escrita em que os problemas podem estar relacionados com componente grafo motor, ou seja, o padrão motor da escrita. Ela acontece em crianças com capacidade intelectual normal e afeta a forma das letras, o espaçamento entre as palavras e às vezes, a pressão no traço é forte demais ou muito suave, quase não dando para enxergar. As crianças com disgrafia apresentam também lentidão na hora de escrever, pouca orientação espacial no papel, por exemplo, ela escreve, como dizemos, “subindo morro” e “descendo o morro”, não respeita a margem, às vezes não fecha o “o”, não corta o “t”, não coloca o pingo no “i”, não faz o traçado da letra de forma correta, chegando muitas vezes a ser ilegível.
A
criança costuma misturar a letra maiúscula com minúscula, letra de forma com
letra cursiva, enfim, ela apresenta uma dificuldade viso-motor; Na hora de
copiar ela olha para a lousa e quando vai escrever, ela pula linha, pula
palavras, o tamanho das letras pode ser ora muito grande, ora muito pequeno. É
uma escrita não uniforme.
Vale
dizer que no diagnóstico as alterações tônico posturais da criança, são
avaliadas, por exemplo: A maneira que ela pega o lápis e sua postura diante da
mesa.
DISORTOGRAFIA
Na
Disortografia, os tipos de erros que a criança comete estão relacionados com
a ortografia das palavras. É muito comum que até o 2º ano, as crianças
façam essas confusões ortográficas, principalmente entre os sons e as palavras,
pois ainda não estão dominados por completo; São erros bem mais sistemáticos,
totalmente voltados para a ortografia; por exemplo: O uso do L e do LH, troca o
X pelo CH, troca o J pelo G , erra o uso dos “S´s” e “ss”, comete erros na
acentuação, ou seja, tudo está relacionado aos erros ortográficos, bem
diferente por exemplo da dislexia, onde as alterações da escrita são muito mais
inconsistentes e isso só consegue ser diferenciado a partir do 3º ano, quando
estas crianças estão com 8 anos, mais ou menos. Quando esses erros persistirem
em uma frequência muito grande, aí conseguimos avaliar e fazer o diagnóstico,
explica a especialista.
DISCALCULIA
Como a dislexia, que está relacionada aos déficits de aprendizagem, a discalculia também não é uma doença. Ela é uma dificuldade que as algumas crianças têm no aprendizado da Matemática, quando lidam com números.
Efetuar
equações, entender os seus princípios e tudo que envolve o trabalho com
números. É uma desordem de aprendizagem que tem a ver com a formação dos
circuitos neurológicos e não tem relação alguma com QI -Quociente de
inteligência.
Ela
é uma dificuldade única e exclusivamente relacionada ao cálculo matemático.
A Discalculia não é fácil de diagnosticar, pois requer uma avaliação
multidisciplinar com o envolvimento de especialistas nas áreas de
psicopedagogia, neuropsicologia e neuropediatria.
A
Dra. Gesika chama atenção para que os pais fiquem atentos e busquem:
- Diagnóstico Correto. Levar a criança ao neuropsiquiatra infantil,
verificar se existe algum transtorno de aprendizagem e qual é este
transtorno para iniciar ou adequar o tratamento correto;
- Tratamento Correto. Verificar se a criança tem algum transtorno
comportamental associado ou se nenhum diagnóstico de Transtorno de
aprendizagem tenha sido feito até o momento, precisa-se verificar se a
falta de acompanhamento do transtorno de aprendizagem levou ao desenvolvimento
de algum transtorno comportamental, tais como depressão, pânico,
ansiedade, baixa autoestima, etc; que precise de diagnóstico para que se
comece imediatamente o tratamento.
- Estratégia. Família, Médico e Escola precisam traçar uma
estratégia de tratamento e de acompanhamento escolar dessa criança para
que estes problemas não piorem.
Dra Gesika Amorim - pediatra com ênfase em saúde mental e neurodesenvolvimento infantil. Neuropsiquiatra, pós graduada em psiquiatria, e neurologia clínica. É também referência no Tratamento de TEA- Transtorno do Espectro Autista com utilização de HDT – Homeopatia Detox – Tratamento Integral do Autismo E Medicina Integrativa.
Instagram:
@dragesikaautismo
Atendimento:
Online e Presencial em Campos dos Goytacazes e Itaperuna -RJ
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