Entretanto,
instituições financeiras continuam seletivas nas linhas de crédito, o que fez o
endividamento retrair em julho
Com a alta do desemprego durante a quarentena, o Índice de Consumo das Famílias
(ICF) registrou nova queda em julho (-2,1%) – de 62,9 pontos, em junho, para os
atuais 61,6, menor patamar desde 2010. Contudo, considerando a probabilidade de
melhora na economia com a retomada gradual do comércio, o Índice de Confiança
do Consumidor (ICC) avançou 2,4% no mesmo período – de 100,4 pontos, em junho,
para 102,8 pontos, em julho.
Dos itens que compõem o ICC, o Índice das Condições Econômicas Atuais sofreu
baixa de 4,5%. Em contrapartida, o Índice de Expectativas do Consumidor
aumentou 5%. Os medidores do ICF seguiram a mesma linha: altas na Perspectiva
Profissional (4,2%) e na Perspectiva de Consumo (4,3%); e quedas no Nível de
Consumo Atual (-8,1%), na Renda Atual (-7,3%) e no Acesso ao Crédito (-6,4%).
Com dificuldade de obtenção de crédito e a busca pelo equilíbrio do orçamento,
a inadimplência ficou praticamente estável – de 15,6% para 15,9% entre junho e
julho –; enquanto o endividamento caiu para 55,6%, bem abaixo dos 63,8% vistos
no início da pandemia. Os consumidores continuam comprando apenas itens
essenciais. De acordo com a FecomercioSP, as liberações do auxílio emergencial
e de linhas de crédito para manutenção do emprego, bem como a reabertura
gradativa das atividades, não chegaram a promover expansão econômica, mas
amorteceram o que poderia ter sido uma retração maior.
A Federação mantém a recomendação que os empresários se aproximem de seus
clientes por meio das redes sociais, informando, em tempo real, as medidas
sanitárias postas em prática, assim como a disponibilização dos serviços
prestados e as promoções. A Entidade não recomenda aumentar a margem de lucro
neste momento, mas garantir que os estoques sejam liquidados e que as vendas
continuem.
Além disso, as empresas que tiverem um pouco mais de recursos podem investir em
prospecção, gestão e fidelização de clientes por meio de ferramentas
tecnológicas, como o Costumer Relationship Management (CRM). Neste cenário de
crise, é ainda mais relevante conhecer as necessidades reais dos consumidores,
entendendo como se comportam em relação ao seu produto e promovendo uma relação
cada vez mais próxima, e em conjunto, com as equipes de vendas, marketing e
suporte operacional.
Notas metodológicas
ICC
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é apurado mensalmente pela
FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados de aproximadamente 2,1 mil
consumidores no município de São Paulo. O objetivo é identificar o sentimento
dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas
expectativas quanto à situação econômica futura.
Os dados são segmentados por nível de renda, sexo e idade. O ICC varia de zero
(pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice
geral, se apresenta como: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e
Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como
um balizador para decisões de investimento e para formação de estoques por
parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.
ICF
O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é apurado mensalmente pela
FecomercioSP desde janeiro de 2010, com dados de 2,2 mil consumidores no
município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: Emprego Atual;
Perspectiva Profissional; Renda Atual; Acesso ao Crédito; Nível de Consumo
Atual; Perspectiva de Consumo e Momento para Duráveis. O índice vai de zero a
200 pontos, no qual abaixo de 100 pontos é considerado insatisfatório, e acima
de 100 pontos, satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador
antecedente de vendas do comércio, tornando possível, a partir do ponto de
vista dos consumidores e não por uso de modelos econométricos, ser uma
ferramenta poderosa para o varejo, para os fabricantes, para as consultorias e
para as instituições financeiras.
PEIC
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada
mensalmente pela FecomercioSP desde fevereiro de 2004. São entrevistados
aproximadamente 2,2 mil consumidores na capital paulista.
O objetivo da PEIC é diagnosticar os níveis de endividamento e de inadimplência
do consumidor. A partir das informações coletadas, são apurados importantes
indicadores: nível de endividamento; porcentual de inadimplentes; intenção de
pagamento de dívidas em atraso e nível de comprometimento da renda.
A pesquisa permite o acompanhamento do nível de comprometimento do comprador
com as dívidas e sua percepção em relação à capacidade de pagamento, fatores
fundamentais para o processo de decisão dos empresários do comércio e demais
agentes econômicos.
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