Mês da conscientização sobre Esclerose Múltipla
Esclerose
Múltipla não é uma doença mental; agosto laranja busca desmistificar e levar
conhecimento para a população
Doença
neurológica é permeada de preconceitos; tratamento precoce ajuda na melhora da
qualidade de vida e produtividade do paciente
Agosto é o mês de conscientização sobre Esclerose
Múltipla, doença crônica e progressiva que afeta cerca de 35 mil pessoas no
Brasil, segunda a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM). É uma
doença cercada de mitos, preconceitos e desconhecimento por parte da população,
em que o paciente recebe muitas vezes o adjetivo de "esclerosado".
Mas isso não significa que ele que sofra de alguma doença mental, ou que seja
incapaz de realizar tarefas do dia a dia.
A esclerose múltipla ocorre quando o sistema
imunológico ataca o isolamento em torno de células nervosas (bainha de mielina)
no cérebro, medula espinhal e nervos ópticos, causando inflamação e danos. Este
dano causa diversos sintomas, incluindo fraqueza muscular, problemas de
equilíbrio e coordenação, sensação de queimação ou formigamento em uma parte do
corpo, perda de memória, fadiga e dificuldade em ver e falar, que podem deixar
sequelas. Por sua capacidade neurodegenerativa, pode levar a transtornos cognitivos,
em alguns casos decorrentes do tempo de apresentação da doença. Além de poder
estar associada a outras comorbidades, como problemas psiquiátricos, entre eles
a depressão, ansiedade, transtorno afetivo bipolar (TAB), transtorno obsessivo
compulsivo (TOC) e esquizofrenia.
O tratamento, no entanto, é capaz de evitar a
progressão e melhorar da qualidade de vida do paciente. Apesar de não ter cura,
o rápido diagnóstico da EM é determinante para a evolução do quadro e o
tratamento precoce é fundamental para a redução do risco de progressão da
deficiência causada pelo dano neurológico. "Por isso, é essencial conhecer
os sintomas e, caso necessário, procurar um médico neurologista, que é o
profissional mais adequado para investigar e tratar pacientes com essa
doença", orienta o Dr. Ricardo Gonçalves, médico neurologista e
Coordenador do Centro de Esclerose Múltipla da Serra Gaúcha
Afirmar que a esclerose múltipla é uma doença de
pessoas idosas é outro mito relacionado a este problema. A realidade é outra:
os diagnosticados com esclerose múltipla se encontram na fase mais ativa da
vida, entre 20 a 40 anos, e são, em sua maioria, mulheres, tornando a doença a
principal causa de incapacidade não-traumática em adultos jovens em regiões
temperadas.
Todo este desconhecimento leva ao preconceito,
inclusive no ambiente de trabalho. "Importante destacar que a EM não é
sinônimo de improdutividade e não precisa necessariamente ser um fator
limitante do dia a dia. Com apoio das empresas, dos colegas, das famílias e com
o acesso à informação sobre novas tecnologias e tratamentos, é possível
controlar a doença, trabalhar e desempenhar diversas funções, assegurando a
qualidade de vida dos pacientes e daqueles que os cercam", explica o
especialista.
Sobre a esclerose múltipla
A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica
que afeta cerca de 35 mil pessoas no Brasil, segundo a Associação Brasileira de
Esclerose Múltipla - ABEM, para a qual não há cura. EM ocorre quando o sistema
imunológico ataca anormalmente o isolamento em torno de células nervosas
(bainha de mielina) no cérebro, medula espinhal e nervos ópticos, causando
inflamação e danos consequentes. Este dano pode causar uma ampla gama de
sintomas, incluindo fraqueza muscular, fadiga e dificuldade em ver, e pode,
eventualmente, levar à deficiência. A maioria das pessoas com EM são mulheres e
experimentam seu primeiro sintoma entre 20 e 40 anos de idade, tornando a
doença a principal causa de incapacidade não-traumática em adultos jovens em
regiões temperadas.
A EM remitente recorrente é a forma mais comum da
doença, aproximadamente 85% dos diagnosticados, e caracteriza-se por episódios
de sinais ou sintomas novos ou agravados (recorrências), seguidos de períodos
de recuperação. A maioria dos pacientes desta forma da doença irá,
eventualmente, fazer transição para EM secundária progressiva, em que eles
experimentam agravamento contínuo da deficiência ao longo do tempo.
Já a EM primária progressiva é uma forma
debilitante da doença marcada por sintomas que se agravam de forma constante,
mas tipicamente sem recorrências distintas ou períodos de remissão.
Aproximadamente 15% dos pacientes com esclerose múltipla diagnosticados, têm a
forma progressiva da doença.
A atividade da doença consiste em inflamação no
sistema nervoso e perda permanente de células nervosas no cérebro e medula
espinhal, mesmo quando seus sintomas clínicos não são aparentes ou não parecem
estar piorando. O objetivo do tratamento é reduzir a atividade da doença para
impedir que a incapacidade progrida.
Roche
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