Especialista do Hospital 9 de Julho tira todas as dúvidas sobre a doença, que atinge cerca de 30 mil pessoas por ano no Brasil
O corpo humano é realmente muito
complexo. Veja o caso das doenças auto-imunes, por exemplo. Nesses casos, o
próprio sistema imunológico ataca o indivíduo, causando uma série de problemas
de saúde. O mês de Agosto traz luz para uma dessas doenças, a Esclerose
Múltipla.
Nesse caso especificamente, os
anticorpos atacam a bainha de mielina, um dos componentes do sistema nervoso.
“Os principais sintomas são fadiga, diminuição de força muscular, formigamentos
e alterações visuais”, alerta o neurologista Rafael Paternò, do Hospital 9 de
Julho.
Causas
Segundo o especialista, as causas da
esclerose múltipla são multifatoriais. Com evidência de participação de fatores
genéticos, o ambiente em que a pessoa vive e até alguns vírus podem desencadear
o desenvolvimento da doença. “O que sabemos é que o sistema imune ataca a capa
de proteção dos neurônios do sistema nervoso central, levando a uma inflamação
crônica”.
Sintomas e diagnóstico
Nem sempre é fácil diagnosticar a
doença, já que os sintomas iniciais podem ser sutis ou inespecíficos, como
fadiga, visão turva e formigamentos. Uma pessoa jovem, principalmente do sexo
feminino, com esses sintomas, tem necessidade de uma investigação mais
aprofundada. O Dr. Rafael Paternò explica ainda que, na sua forma mais comum, a
EM é uma doença remitente-recorrente. Isso significa que os surtos são
imprevisíveis e podem trazer novos sintomas ou intensificar os
existentes.
Entre os exames que ajudam a confirmar
a doença estão a análise do líquido cefalorraquidiano e a ressonância
magnética. O diagnóstico precoce é importantíssimo, pois quanto antes a doença
for tratada, melhores são os resultados. Com tratamento, a maior parte dos
pacientes pode ter uma vida plena.
Fatores de risco
A Esclerose Múltipla é resultado de uma
combinação de diversos fatores. Sabemos que é importante existir uma
predisposição genética. Algumas teorias apontam a falta de exposição ao sol ou
infecções por vírus como fatores desencadeantes.
Prevenção
Como tem um perfil autoimune, a
prevenção nem sempre é possível. Ainda assim, investir em alimentação saudável,
atividade física e qualidade de vida, além de fazer acompanhamento médico
regularmente, pode ajudar a manter a saúde.
Tratamentos
Atualmente, já é possível ter uma vida
relativamente normal com a Esclerose Múltipla. Isso porque há medicações que
buscam reduzir ou evitar os novos surtos, diminuindo a chance de complicações
da doença. Para alguns casos, é indicada também a fisioterapia. É importante
que o paciente siga rigorosamente o tratamento.
Para quem convive com a doença, a
prática de exercício físico pode ser muito benéfica para a saúde, pois pode
ajudar a aliviar os sintomas e até a minimizar o risco de certas complicações
no futuro. “Exercícios de fortalecimento muscular, atividades em meio aquático
e yoga são algumas das alternativas para quem tem esclerose múltipla, mas
qualquer atividade física pode trazer benefícios”, aconselha o neurologista.
Além de aumentar a resistência física e a fadiga, há melhora do humor, ajuda no
controle do peso, melhora no controle da bexiga, e impacta positivamente na
qualidade de vida. Para a prática, é possível adaptar os treinos dentro das
limitações de cada um.
E não esqueça: fazer acompanhamento
médico regular e estar atento ao corpo fazem parte da busca por uma vida
saudável.
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