O home office veio
realmente para ficar ou é uma moda que deve passar juntamente com o chamado
novo normal que atravessamos no momento? Essa pergunta já vem sendo analisada
por muitos empresários na estruturação do funcionamento da empresa nos próximos
meses.
Segundo o diretor executivo da Confirp Consultoria Contábil, Richard Domingos ainda passaremos por novas mudanças: "As empresas não serão mais como eram, mas também não serão como estão durante o período de pandemia".
Domingos explica que com
a retomada, muitas mudanças acontecerão nas empresas, algumas já definiram que
sim que manterão o home office. O número de corporações que pretendem adotar o
home office após a crise do coronavírus deve crescer 30%, segundo estudo
Tendências de Marketing e Tecnologia 2020: Humanidade Redefinida e os Novos
Negócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
"O home office
realmente se mostrou como sendo uma alternativa muito interessante, mas esse
grande resultado pode se dizer que se deu por causa de uma ‘tempestade
perfeita’, as pessoas foram impostas de um dia para outra para as suas casas
com um grande medo de perder emprego, além do que elas estavam confinadas e
todos estavam entendendo a situação do outro em um tempo atípico", explica
o diretor da Confirp.
Veja alguns pontos de
preocupação que deverão ser levados em conta na adesão das empresas
definitivamente ao home office e que até então não eram levados em conta,
segundo Richard Domingos:
• Controle de Jornada
de Trabalho: As empresas que retornarão à atividade presencial e aquelas que
estarão em home office terão que pensar muito bem no mesclar essas duas
estruturas para controlar a jornada de trabalho.
• CRM: Será
fundamental dar ferramentas para que o profissional trabalhe adequadamente,
principalmente para conquista e retenção de clientes. Nesse ponto uma
necessidade que se cria é a de ter um software de CRM.
• Telefonia: Junto com
o atendimento uma preocupação no home office é telefonia, como ficam os custos,
como conectar todos os colaboradores em uma mesma rede, essas são questões
complexas para as empresas. O caminho que se apresentou mais interessante
durante a pandemia foi a telefonia IP.
• Saúde e medicina do
trabalho - Uma questão muito importante é a saúde e segurança do trabalho nessa
situação. Pois, muito pouco foi feito na hora que iniciou a pandemia para ver
se os postos de trabalhos de home office estavam adequados, mas essa situação
pode mudar.
• Estrutura Física -
Ponto que também foi meio que deixado de lado, mas o profissional ou a empresa
precisarão de uma estrutura adequada, com local destacado na residência para
exercer as atividades, mesa, monitores (dois por pessoa), cadeira ergonômica,
iluminação, ventilação, apoio de pés, material de trabalho, internet,
computador, impressora, dentre outros.
• Recursos Humanos -
Como imaginam grande parte dos empresários, não são todos os colaboradores em
condições para exercer esse trabalho, sendo função da empresa escolher quem tem
condição e quem não tem de trabalhar nesse modelo.
• Compliance - A
empresa que optar pelo home office também terá que ter em mente que nunca foi
tão relevante o compliance, lembrando que segredo é segredo. Muitas posições
trabalham com informações que não podem ser partilhadas por ninguém. É
necessário regras muito claras.
• Contrato de Trabalho
- A mudança para o home office também pressupões adequações jurídicas das
empresas, que precisarão estar muito alinhadas com suas áreas trabalhistas.
Lembrando que esse modelo de trabalho ainda é muito novo.
• Segurança Digital -
As empresas precisam tomar uma série de ações afim de garantir que as soluções
de segurança utilizadas possam prover o respaldo necessário à boa execução do
trabalho dos colaboradores em casa.
"Como podemos
ver, temos visto muitas empresas falarem que esse modelo de trabalho é o mundo
perfeito, e concordo com alguns pontos, mas depois da pandemia muita coisa vai
mudar, de fiscalização trabalhista, passando por ânimo do colaborador e
exigências por resultado, isso fará com que a realidade desse modelo seja
totalmente outra", explica Richard Domingos.
Por fim, o sócio da Confirp aconselha que os
empresários usem muito a razão antes de tomar uma decisão sobre o tema,
lembrando que idas e vindas nessa definição poderá comprometer os processos da
empresa e a motivação dos colaboradores.
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