O mundo ainda sequelado pela primeira guerra, adoece pela segunda vez ao passo que realiza grandes avanços científicos e tecnológicos galgados a largos passos em favor da destruição.
Ao mesmo tempo era disseminado cada vez mais o ódio e o racismo nazista contra os judeus, ciganos, negros e outras minorias, fortalecendo cada vez mais um ideal de que problemas sociais seriam resolvidos através do extermínio dos inimigos do estado.
A visão eugenista darwinista social, foi a base utilizada para que se pudesse por em prática o plano de destruição em massa.
As seleções das pessoas eram feitas através de critérios físicos e biológicos, catalogando seres humanos como produtos através de uma classificação que elegia o nível de superioridade umas sobre as outras.
O filósofo Jean-Paul Sartre em seu livro Reflexões Sobre o Racismo faz uma abordagem detalhada levando em consideração um estudo sobre o lado psicológico do preconceito contra o povo judeu.
Em uma das partes de sua investigação, Sartre evidencia o fato de que nenhum fator objetivo externo pode incentivar uma pessoa a ser antissemita e destaca que tal sentimento é de escolha livre e subjetiva.
Ele ainda questiona como alguém pode escolher raciocinar falsamente em substituição ao raciocínio sensato da alta avaliação.
Sua obra foi escrita em 1943, porém a similaridades da sua obra com o mundo atual podem ser facilmente identificadas nos dias atuais. É fato notório que a sociedade se tornou mais aberta para debater sobre essa temática, mas podemos notar também o aumento surpreendente de casos de racismo se tornando cada vez mais evidente.
O filósofo israelense Gad Adler destaca que deve se manter um diálogo sempre em aberto e constante sobre o racismo e os demais tipos de preconceitos para que a história não se repita.
São em debates saudáveis, juntamente com uma política pública de conscientização e criminalização, é que são expostos diariamente os impactos negativos que podem acarretar em inúmeros prejuízos para a sociedade.
O filósofo já vivenciou a situação na pele durante o período do Holocausto, conta que sua família foi obrigada a fugir da Hungria, deixando não só os seus pertences para trás, mas uma história de vida abalada e destruída pelo racismo.
Fortemente
influenciado pelas suas experiências, ele reforça que a única diferença entre
os seres humanos é o fator étnico-cultural e que isso não deveria ser um fator
para determinar o destino e o futuro das pessoas, mas sim somente suas escolhas
subjetivas.
E que a simples atitude de se colocar no lugar do próximo, já seria o fator determinante e transformador para que se possa agir com mais racionalidade e inteligência emocional na realização de escolhas positivas para não causar danos e influência negativa na vida dos outros.
E que a simples atitude de se colocar no lugar do próximo, já seria o fator determinante e transformador para que se possa agir com mais racionalidade e inteligência emocional na realização de escolhas positivas para não causar danos e influência negativa na vida dos outros.
Para o filósofo
é muito importante identificar e isolar quando e como surge esse tipo de
sentimento interno de repulsa por algo ou alguém que não conhecemos. É
através desse processo de autoanálise que deve ser questionado como e de onde
surge esse tipo de sentimento: será que é certo? Qual é o tipo de emoção
que isso desperta? O outro seria menos importante?
Muitas vezes
por não compreendermos as nossas emoções, alimentamos sentimentos negativos e
buscamos um culpado pelos nossos problemas e desejos não realizados.
Adler lembra que não podemos ser ingênuos em acreditar que somente o combate ao racismo, questões relacionadas ao preconceito e as diferenças resolverão se resolvem através apenas do diálogo, pois ainda estamos sobre forte influência fatores sociais, políticos e econômicos.
Mas que já é um grande avanço no papel ético e fundamental de que todo cidadão consciente de suas obrigações com a sociedade, tenha o dever moral de travar uma batalha contra todas as formas de opressão e preconceito.
A vitória contra a discriminação e o preconceito é um processo diário e que exige muita persistência, para que portas sejam abertas para o entendimento de que as diferenças sejam elas quais forem, agregam e enriquecem o conhecimento.
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