O que hoje a humanidade conhece como família, surgiu da necessidade do ser
humano em garantir a sobrevivência da sua espécie através de uma escolha
consciente na construção natural de suas relações entre indivíduos semelhantes
entre si. O filósofo grego Aristóteles já dizia que o homem não estava apto para
viver sozinho, pois necessita de relacionamentos que servem como um ponto de
partida para estabelecer um conjunto de leis e regras.
Em um breve resumo, a filosofia aristotélica destacava principalmente o empenho
necessário em desenvolvermos elos de relações de amizade para a construção de
uma vida feliz e harmônica.
Em tempos modernos, ainda mais de isolamento social, sabemos que é muito
difícil.O convívio durante a quarentena proporcionou a muitas famílias experienciar uma
proximidade muito mais estreita com todos os seus entes que em alguns casos,
chegam a ser numerosos.
O trabalho em casa, cuidado com os filhos e outras taferas cotidianas,
necessitaram se reorganizar e tomar outros rumos para que todas as
obrigações fossem realizadas com o máximo de aproveitamento e excelênci
durante esse período.
Com isso outro velho conhecido surgiu, o famoso estresse e desgaste emocionial,
que outrora estavam disfarçados em uma variedade de opções de atividades que a
liberdade de escolha nos proporciona, agora cerceadas por uma epidemia.
O relacionamento entre pais e filhos que já vinha sofrendo mudanças desde o século passado, agora passa por outra grande mudança.
Antes, os pais deixavam seus filhos nas escolas, aos cuidados dos educadores e iam trabalhar em média de 8 a 12 horas por dia.
O escasso tempo de convívio era restrito ao pós-trabalho e aos finais de
semana, tempo esse, pouco aproveitado para momentos de integração, sendo
substituidos pela modernidade dos tabletes e uma infinita opção de smartphones
com aplicativos dos mais variados.
Mais uma vez os novos tempos chegaram e as pessoas foram obrigadas a se
reorganizarem e se adaptarem conforme a realidade. Em cada lar, tanto os pais
como os filhos, se viram em uma situação adversa e forçados a entender qual
seria a nova dinâmica imposta no lar.
Para o filósofo israelense Gad Adler, o período epidêmico serviu para
aproximação e ao mesmo tempo fez um movimento contrário e devolve a família o
papel fundamental de curadoria de seus membros.
Quando as pessoas são impedidas de frequentarem ambientes de socialização, consequentemente se encontram em uma situação de afunilamento entre as relações com aqueles que nós entendemos por família, sejam eles membros por haver algum grau de parentesco, ou não.
Ele ressalta que não há dúvida que em um ambiente fechado a probabilidade de
surgirem situações de conflitos são inevitáveis, porém são essas as situações
que quando bem aproveitadas com a luz do entendimento, melhoram a convivência e
pacificam as relações interpessoais através do exercício do diálogo.
Esse desafio diário nos traz situações e mais oportunidades para aproximação,
entendimento e o fortalecimento na construção de relações mais sólidas baseadas
na confiança, companheirismo e laços mais duradouros.
Gad Adler - Nascido em Jaffa, Israel, é
filósofo, terapeuta motivacional e palestrante.Formado em Filosofia e História
das Religiões pela Universidade de Tel Aviv, escreveu o livro “Você
não pode tudo!Mas pode e merece ser feliz.“; é criador do método Melhor Maneira
de aperfeiçoamento emocional para uma vida melhor, além de administrar o
site:www.melhormaneira.com.br com conteúdo motivacional e que leva o mesmo nome
da técnica.
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