Qual o profissional em quem você mais
confia e acredita? Com essa pergunta em mãos, o Instituto Datafolha foi às
ruas o para saber o grau de confiabilidade da população brasileira em
diferentes categorias de trabalhadores. O resultado confirmou os médicos, com
35% de aprovação, como aqueles que são depositários de maior grau de confiança
e credibilidade por parte da população. Na segunda posição, aparecem os
professores, com 21%, e os bombeiros, com 11%.
O mesmo levantamento indica que a
situação provocada pela Covid-19, em que informações desencontradas têm deixado
a população insegura, contribuiu para o aumento do percentual de confiabilidade
dos médicos. Na pesquisa anterior, realizada em 2018, também pelo Datafolha a
pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM), os médicos tinham um índice 24%,
que agora cresceu nove pontos percentuais.
Atrás de médicos, professores e bombeiros,
aparecem policiais (5%), militares e juízes (cada categoria com 4%) e
advogados, jornalistas e engenheiros (3%, cada). Na sequência, surgem os
procuradores de Justiça (com 1%) e os políticos (com 0,5%). A pesquisa ouviu
1.511 pessoas, com 16 anos ou mais, em entrevistas estruturadas por telefone,
de todas as regiões do país. A amostra contemplou a distribuição da população
segundo sexo, classes sociais e níveis de escolaridade.
Boa imagem - O alto nível de confiança e credibilidade
depositado nos médicos de deve, principalmente, à percepção das mulheres (42%),
da população com ensino fundamental (42%) e com idade a partir de 45 anos
(37%). A boa imagem da categoria também é maior entre os que ganham até dois
salários mínimos (41%) ou mais de 10 salários mínimos (33%). Do ponto de vista
da distribuição geográfica, os percentuais são muito próximos, com ligeiro
destaque para os estados do Nordeste (37%) e Sul (38%).
Os dados coletados pelo Datafolha ainda
permitiram captar qual a percepção dos brasileiros com respeito à atuação dos
médicos brasileiros no enfrentamento da pandemia de Covid-19. Na opinião de
77%, o trabalho desses profissionais é considerado ótimo ou bom. Outros 17%
consideram essa performance como regular e apenas 6% como ruim ou péssimo.
As mulheres (78%), a população com
idades de 45 a 59 anos (82%), os com nível superior (81%) e com rendimento
maior do que dez salários mínimos (78%) são os segmentos que se destacam no que
se refere à imagem positiva dos médicos. Geograficamente, o bom conceito não
apresenta grandes variações por região, ficando, em média, em 76%.
Pandemia - Essa avaliação do trabalho dos médicos durante
a pandemia vem amparada em percepções específicas. Por exemplo, 79% dos
brasileiros avaliam como ótimo ou bom o empenho dos profissionais para atender
os pacientes e 73% classificam da mesma forma a qualidade da assistência
oferecida. Para 64%, o nível de confiança depositada no trabalho realizado
durante a pandemia é alto.
Por outro lado, 49% dos brasileiros
acreditam que o trabalho do médico não tem recebido a valorização merecida,
considerando-a como regular, ruim ou péssimo. Já 65% avaliam com esses mesmos
conceitos as condições de trabalho oferecidas aos médicos, ou seja, entendem
que o trabalho desses profissionais tem sido prejudicado por falta de
infraestrutura.
De forma
geral, independentemente do período da pandemia, os brasileiros mantêm o
entendimento de que os médicos são vítimas de problemas de gestão. Para 99% dos
entrevistados, esses profissionais carecem de condições adequadas para o pleno
exercício de suas atividades. Já na percepção de 95%, eles merecem ser alvos de
medidas de valorização, como maior remuneração e plano de carreira.
Conselho Federal de Medicina
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