No calendário de campanhas nacionais de
conscientização, o mês de julho visa conscientizar e reduzir o número de
pacientes com hepatites virais. As principais são os tipos A, transmitidas por
alimentos mal lavados, água ou fezes de pessoas infectadas, B e C, que são mais
graves e transmitidas por transfusão de sangue ou compartilhamento de materiais
cortantes infectados (ex: uso de drogas injetáveis) ou contato sexual, e D
(delta) com transmissão semelhante às anteriores, mas que afeta apenas as
pessoas que já têm hepatite B. Estas últimas também podem ser transmitidas de
mãe para filho na gestação, parto ou amamentação.
As hepatites virais crônicas podem levar ao
aparecimento de cirrose, câncer hepático e são uma das principais causas de
transplante hepático no mundo. A hepatite A tem curso agudo e geralmente é
benigna nas crianças, podendo ser grave nos adultos. Recentemente, observamos
um aumento no número de casos de hepatite A em homens que fazem sexo com
homens. As hepatites B, C e D podem evoluir para a forma crônica e cursar de
forma assintomática por muitos anos. Quando aparecem os sintomas, provavelmente
já estão em forma avançada, por isso a necessidade do diagnóstico precoce.
A hepatite na forma aguda pode se manifestar com
dor abdominal, náuseas e vômitos, olhos amarelados e urina escura. As enzimas
hepáticas (TGO e TGP avaliadas por testes laboratoriais) encontram-se bastante
aumentadas. Já as hepatites crônicas, em seus estágios avançados, cursam com
cirrose e outros sinais de insuficiência hepática, como ascite e encefalopatia.
O diagnóstico das hepatites virais é feito por
exames de sangue laboratoriais e, às vezes, são necessários exames de imagem
adicionais para avaliar o estágio da doença. A prevenção das hepatites A e B já
pode ser feita através de vacinação e a hepatite C já pode ser tratada com
medicamentos orais de alta eficácia disponíveis no SUS.
Os cuidados são importantes para prevenção, como
não compartilhar objetos de higiene pessoal, usar preservativos nas relações
sexuais, ter cuidados ao fazer procedimentos como piercings, tatuagens e uso de
objetos cortantes em salões de beleza, sempre verificando se estão bem
esterilizados.
Acredita-se que no Brasil existem em torno de
700.000 pessoas infectadas pela hepatite C, mas a maioria delas não tem
diagnóstico. Fale com seu médico para solicitar exames para as hepatites
virais.
Hospital IGESP
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