Segundo especialista ortopédico
infantil e o site de busca mais acessado do planeta, a pandemia do coronavírus
aumentou as queixas em consultas e também as pesquisas sobre dores nas costas
na internet
A
nova realidade imposta pela pandemia do coronavírus, que inclui o isolamento
social, home office e aulas on-line, mudou a vida e os hábitos comportamentais de
toda a população mundial e isso inclui as crianças. Os pequenos, habituados a
uma rotina frenética, dividida entre atividades escolares, cursos
extracurriculares, esportes e lazer, viram-se confinados, com pouco
espaço para se movimentarem e até mesmo ânimo para brincadeiras em casa. Esse
“sedentarismo” desencadeou outro sintoma causado pelo isolamento social: dores
nas costas das crianças.
“Estudar
em casa, na maioria das vezes sem o mobiliário com ergonomia adequada e a falta
de exercícios físicos, que enfraquece a musculatura e deixa a coluna mais
vulnerável - já que é normal passar mais tempo sentado ou deitado - trouxe ao
consultório o aumento de relatos de dores e lesões nas costas. Outro fator que
deve ser levado em consideração para o aumento dos casos foi a falta da
continuidade no tratamento daqueles que já sofriam com o problema, o que
agravou os sintomas”, relata o ortopedista infantil David Nordon.
Ainda
segundo o médico, o tempo em frente à televisão e o uso excessivo de
dispositivos eletrônicos (celulares, tabletes e notebooks) são agravantes para
que as dores se tonem mais intensas e continuas. A tecnologia traz facilidades
mas também patologias. Uma delas é o “Pescoço do Celular ou Pescoço
Tecnológico”, descoberta em 2007.
“A
posição da cabeça para visualizar a tela do aparelho, como olhar para baixo,
por exemplo, sobrecarrega todo o sistema de sustentação formado por músculos e
vértebras. A gravidade aumenta em até 5,5 vezes o peso do crânio humano, que é
de aproximadamente 5kg em média. Esse posicionamento excessivo e repetitivo
provoca tensão nos ombros e trapézios, além de dores cervicais e na coluna.
Evitar o problema é bem simples: oriente as crianças e os adolescentes para que
evitem olhar para o aparelho sempre ou por muito tempo na mesma posição”,
orienta o médico.
O
site de pesquisa mais acessado do planeta também denuncia o crescimento do
interesse dos internautas pelo tema. As palavras “dor nas costas” tiveram
aumentou de 76% nas pesquisas realizadas pela ferramenta desde o início do
isolamento social.
Para
evitar as dores ou amenizá-las, Nordon orienta para que haja o mobiliário mais
adequado possível. “Cadeira confortável, com encosto para as costas e apoio
para os braços. Sentada, a criança ou o jovem deve ter os quadris e joelhos em
um ângulo de 90 graus. Caso os pés não alcancem o chão, é importante um apoio.
O correto é deixar o computador na altura dos olhos para que a cabeça não fique
voltada para baixo e force o pescoço. A altura da mesa deve ser adequada também
e que permita usar teclado e mouse com os cotovelos dobrados. No entanto, todos
esses cuidados precisam estar associados com movimentos e atividades físicas.
Incentive a criança ou o adolescente a levantar para tomar um copo de água ou
fazer xixi a cada 30 ou 40 minutos. Lance desafios para que elas se sintam
incentivadas a praticar alguma atividade física. As mesmas orientações valem
para os pais que estão em home office”, finaliza Nordon.
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