No dia 27 de julho
é lembrado o dia mundial de Prevenção do Câncer da Cabeça e Pescoço. A data já
ocorre dentro do “Julho Verde”, quando várias ações de esclarecimento são
adotadas pelas sociedades médicas de todo o país.
“Trata-se de um
alerta para a conscientização sobre prevenção e diagnóstico precoce dos
cânceres que atingem a região da cabeça e pescoço: boca, língua, laringe, faringe
e região do pescoço, como os da tireoide”, explica o Prof. Dr. Flavio Hojaij,
cirurgião de cabeça e pescoço, livre docente da Faculdade de Medicina da
USP e ex-secretário e diretor científico da Sociedade Brasileira de
Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP).
De acordo com
dados do INCa (Instituto Nacional do Câncer), a cada ano surgem 43 mil novos
casos de cânceres que envolvem a região da cabeça e pescoço e que acabam por
resultar em cerca de 10 mil mortes anualmente. Muitas vezes as mortes ocorrem
em função de diagnósticos tardios.
Na
pandemia
O Fumo e o álcool
são importantes fatores de risco para o câncer da região da cabeça e pescoço.
Resultados da
“ConVid –
Pesquisa de Comportamento”, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz, em
parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e com a Unicamp, concluiu
que, durante a pandemia e isolamento, 18% das pessoas estão bebendo diariamente
e muito mais. E os fumantes, quase dobraram a quantidade diária de cigarros.
Atenção
aos Sinais e Sintomas
São quatro os
fatores que merecem maior atenção:
1. Lesões ou
feridas da boca, também chamadas de aftas, principalmente em pessoas com mais
de 40 anos, que são fumantes, ingerem álcool de uma maneira um pouco mais
que a social e possuem próteses dentárias. Tais lesões que
persistam por mais de 15 dias, precisam ser imediatamente avaliadas.
2 – Rouquidão ou
voz alterada por mais de 15 dias deve rapidamente ser avaliada.
3 – Nódulos ou
tumores no pescoço (tumores cervicais).
4 – Vida sexual não
estável ou com múltiplos parceiros. A infecção pelo papiloma vírus humano (HPV)
pode ser também causador dos carcinomas da orofaringe. O contágio pode
acontecer durante o sexo oral.
Diagnóstico
precoce
Um primeiro
diagnóstico pode ser feito por um clínico geral, dentista ou outro especialista
que verifique a boca e apalpe a região do pescoço.
De acordo com
recente estudo realizado na Faculdade de Medicina da USP, em mais de 75% das
consultas médicas não se realizam exames da boca e do pescoço, momento em que é
possível a detecção precoce de nódulos e outros problemas nessas regiões do
corpo.
“A maioria dos
médicos solicita exames de alta complexidade, resultando em demora de
diagnóstico e altos custos para os convênios médicos e sistema público de saúde”,
observa o Dr. Flavio Hojaij, lembrando que no caso do câncer de boca, os
dentistas têm papel fundamental no alerta e diagnóstico.
Prevenção, em geral:
Mudanças de
hábitos, como alimentação saudável, prática de exercícios físicos, ter uma boa
higiene pessoal, cuidados com exposição solar, não fumar, consumir bebida
alcóolica com moderação e manter relações sexuais com preservativos podem
contribuir e muito para a prevenção do câncer de cabeça e pescoço. Para quem
tem próteses dentárias – especialmente as removíveis - é preciso estar atento
ao ajuste da peça e a seu conforto e uma avaliação sistemática pelo dentista.
Dr. Flavio Hojaij -
Professor Livre Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e
é credenciado nos principais hospitais de São Paulo, como Hospital Israelita
Albert Einstein, Hospital Sírio-Libanês, Hospital Oswaldo Cruz, Hospital São
Luiz e Hospital BP Mirante. Foi Professor Visitante do Departamento de
Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Universidade Federal de
São Paulo (UNIFESP). Foi diretor
científico e secretário da SBCCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e
Pescoço) e atua em campanhas públicas para a população, como o “Programa
Corujão da Saúde”, da Prefeitura da Cidade de São Paulo, quando são operados,
em horários alternativos, centenas de pacientes agendados pelo sistema público.
Em 2018 sua equipe realizou 97 cirurgias pelo Corujão da Saúde. Nesse momento
de pandemia o Dr. Flavio Hojaij tem atuado junto aos alunos de várias
faculdades de medicina, com esclarecimentos e orientações em plataformas
online.
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