Psicóloga Ana
Gabriela Andriani explica que instabilidade econômica e insegurança são as
maiores causas da ação contra a vida
Uma pesquisa
realizada em Michigan e divulgado pelo Pine Rest Christian Mental
Health Services, um hospital psiquiátrico e profissional de saúde
comportamental, nos Estados Unidos, relatou que o suicídio aumentou em 32%
durante a quarentena por causa da pandemia mundial causada pela Covid-19.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca
de 800 mil pessoas anualmente em todo o mundo cometem suicídio. Porém, durante
o ano de 2020, provavelmente esse número será maior nas estatísticas. Para a
psicóloga dra Ana Gabriela Andriani, “a insegurança e o sentimento de
vulnerabilidade vividos por conta da pandemia somados a
instabilidade econômica, aumentou o número de casos de depressão no mundo. Em
alguns países que já retomaram suas atividades econômicas, é possível encontrar
milhares de pequenos empresários que faliram. Isso acaba afetando
drasticamente a saúde mental das pessoas”.
Por falar em economia, o Banco Asiático de
Desenvolvimento calcula que o custo mundial da pandemia pode chegar a US$8,8
trilhões, o que equivale a quase 10% do PIB global. Logo, países como a China,
precursora do vírus, está em risco de perder 95 milhões de empregos e os
Estados Unidos, país que realizou a pesquisa, já está sofrendo com 20 milhões
de empregos extintos.
“É uma situação complicada e, por mais que alguns
países estejam tentando voltar ao normal, como o Brasil, por conta da não
existência de uma vacina, não temos anda uma situação definida e
controlada. . As pessoas se sentem mais ansiosas por conta desta instabilidade
e indefinicao sobre o futuro e isso desperta diversos gatilhos emocionais”,
destaca a psicóloga.
Ainda segundo a pesquisa,
as pessoas mais suscetíveis ao suicídio estão sendo os trabalhadores essenciais
e os profissionais de saúde que estão na linha de frente em combate ao
Covid-19.
Busca por ajuda
No Brasil, um estudo realizado pela Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ) mostra um crescimento de 90,5% nos casos de
depressão entre os brasileiros desde o início do isolamento social. A pesquisa
reuniu respostas de 1.460 pessoas de 23 estados do país.
O estudo também aponta crescimento nos casos de
ansiedade e estresse agudos. No caso da ansiedade aguda, a proporção foi de
8,7% para 14,9%, e no caso do estresse, foi de 6,9% para 9,7%.
“É preciso buscar ajuda psicológica logo no início
de algum transtorno, ao invés de esperar chegar a uma situação critica. Porém,
normalmente o paciente por estar fragilizado, muitas vezes não se da conta da
gravidade do que esta sentindo e isso pode requerer a atenção e ajuda dos
familiares que estão ao redor. A qualquer sinal de pensamento suicida, contate
um médico para ajudar com essa questão”, finaliza Ana Gabriela Andriani.
Além da ajuda psicológica, temos no Brasil, o
Centro de Valorização da Vida, que ajuda pessoas com esses pensamentos. O CVV
pode ser encontrado no telefone 188 ou no site https://www.cvv.org.br/
Dra. Ana Gabriela Andriani - graduada em Psicologia
pela PUC-SP e Mestre e Doutora pela UNICAMP, além disso é pós-graduada em
Terapia de Casal/Família pelo The Family Institute, Northwestern University -
Evanston, IL (USA). Ela também tem especialização em Psicoterapia Dinâmica
Breve pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas/USP e
aprimoramento Clínico em Fenomenologia Existencial na Clínica Psicológica da
PUC-SP.
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