Nível de
decibéis, tempo de uso e falta de higiene adequada podem resultar em surdez e
contaminação por vírus, fungos e bactérias
Se o uso do fone de ouvido já tinha se tornado algo rotineiro entre crianças e adultos, nessa época de pandemia, virou quase um acessório obrigatório. Com reuniões e conversas on-line e lives a toda hora, o aparelho oferece privacidade e conforto aos ouvidos. Sem falar que é fundamental na hora de ouvir uma música ou um podcast. Entretanto, segundo o padrão de segurança da Organização Mundial da Saúde, o nível do som em fones de ouvido, de acordo com o tempo de uso, deve ser no máximo 80 decibéis – o equivalente mais ou menos ao volume de um liquidificador ou processador de alimentos.
Segundo a otorrinolaringologista Milena
Costa, “Alguns hábitos são extremamente necessários para manter
a saúde auditiva e prevenir doenças, como não deixar que o volume do fone se
sobreponha aos sons ambientes; evitar ficar próximo das caixas de sons em
locais com sons muito altos; dar preferência aos fones em formato de
concha e não ficar exposto a sons altos por um longo período de tempo. Lembrando
que na presença de sintomas como perda auditiva ou zumbido, é de extrema
importância realizar uma avaliação com um otorrino para obter o diagnóstico e o
tratamento precoce”.
Além do volume, existem outras preocupações que
devem ser levadas em consideração, como infecções. Os fones intra-auriculares,
que por serem colocados dentro do canal auditivo podem promover
micro-escoriações, favorecendo a ocorrência de infecções externas. Sendo assim,
o compartilhamento dos fones é arriscado porque, além da presença de
micro-organismos, a flora auditiva de uma pessoa é diferente da outra, o que
resulta em uma contaminação cruzada. “Nesses tempos de COVID, portanto, esse
cuidado precisa ser redobrado. E também é preciso higienizá-los com mais
frequência”, recomenda a médica.
A Dra. Milena também alerta que
fones intra-auriculares podem empurrar e impactar o cerume para porção mais
interna do conduto, ocasionando sensação de perda auditiva.
"Lembre-se de procurar um otorrino se sentir dor de ouvido, coceira
excessiva, diminuição de audição, zumbido, desconforto ao toque ou secreções”,
diz.
Limpeza
A limpeza dos fones e headfones deve ser feita
todos os dias, antes e após o uso, ou, no mínimo, uma vez por semana com álcool
isopropílico – nunca com água e sabão – para não prejudicar os condutos
eletrônicos do aparelho. Com um cotonete ou um pedaço de algodão, o usuário
deve passar o produto nos fios e na parte que fica em contato com a orelha a
fim de higienizá-los.
Dra. Milena Costa - Médica otorrinolaringologista formada pela Faculdade de Medicina
de Taubaté, com residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e também fellowship de
pesquisa em Rinologia pela Stanford University, na Califórnia.
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