Cirurgião explica que
envelhecimento de artérias e veias é um risco a mais em tempos de pandemia do
novo coronavírus
Desde o início da pandemia do novo coronavírus,
pessoas acima dos 60 anos ou com problemas cardíacos foram identificadas como
algumas pertencentes ao grupo mais afetado pela COVID-19. Entretanto, o
envelhecimento já pode representar um risco para as veias e artérias,
deixando-as mais rígidas. O cirurgião vascular Dr. Gilberto Narchi Rabahie
explica como a diferença de idade pode acontecer e dá dicas para prevenir.
“A diferença básica é a capacidade elástica ou
complacência do vaso”, afirma. O vaso mais novo possui maior resistência. Já o
mais velho, se torna mais rígido, e quanto mais enrijecido for, maior o será o
trabalho do coração para “vencer” a pressão, causando desgaste precoce, do
coração e, diretamente, dos vasos.
Segundo o especialista, a falta de controle de
diabetes e a hipertensão arterial podem apresentar o enrijecimento precoce das
artérias. “Sedentarismo, tabagismo e a ausência de manutenção de peso adequado
também contribuem para a diferença de idade”, acrescenta Dr. Gilberto.
Para medir a capacidade da parede arterial, o VOP
(Velocidade da Onda de Pulso) é um método que apresenta, de forma não invasiva,
a rigidez da parede arterial. “Com o exame, podemos fazer um diagnóstico
precoce e com o tratamento adequado, retardarmos a rigidez dos vasos,
igualando, por assim dizer, as idades para evitarmos suas complicações”, afirma
o cirurgião vascular.
“Não se prevenir e não tratar a rigidez pode
ocasionar, precocemente, doenças cardiovasculares como infarto do miocárdio e
acidente vascular cerebral. Além disso, em tempos de COVID -19, manter a saúde
cardiovascular em dia representa um risco menor de complicações da doença
causada pelo novo coronavírus”, explica o especialista.
Segundo a SBC (Sociedade Brasileira de
Cardiologia), para pessoas com doenças cardíacas, por exemplo, a taxa de
mortalidade da COVID-19 pode ser três vezes maior em relação à média. Outro
fator a ser considerado é o desenvolvimento da SRAG - síndrome respiratória
aguda grave. Em pessoas com problemas cardíacos, o desenvolvimento da
complicação, após contaminação do novo coronavírus, é mais alto.
Dicas práticas
Para manter a saúde cardiovascular em dia, o Dr.
Gilberto recomenda prevenir doenças como diabete e hipertensão, que podem
ocasionar o envelhecimento precoce das artérias e colocar o indivíduo o grupo
de risco da COVID-19. Praticar atividades físicas e manter os exames de rotina
atualizados são maneiras de evitar complicações relacionadas ao coração.
Além disso, manter-se em distanciamento social,
lavar bem as mãos e não as colocar no rosto fazem parte das medidas básicas de
prevenção contra o novo coronavírus. Para as pessoas que não trabalham em áreas
da saúde ou de risco, o uso de máscaras caseiras de tecido, caso precise sair
de casa, é uma barreira a mais para evitar o contágio.
Vale ressaltar que sintomas como febre alta, tosse
e falta de ar são alguns dos principais da COVID-19. Além disso, perda de
olfato, paladar e cansaço constante também podem ser indícios da doença causada
pelo novo coronavírus e precisam ser acompanhados por atendimento médico.
Dr. Gilberto Narchi
Rabahie - Formado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC, Dr. Gilberto
Narchi possui Pós Graduação em Pesquisa pela Universidade da Califórnia, em San
Francisco – UCSF, além de ser especialista em Cirurgia Vascular pela Sociedade
Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e Endovascular. Também é membro da
Sociedade Americana de Cirurgia Vascular e da Sociedade Brasileira de
Angiologia e Cirurgia Vascular e Endovascular. Atualmente, é cirurgião vascular
do Hospital do Coração em São Paulo.
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