Segmento
pode ser o grande carro-chefe para a recuperação da economia e geração de
empregos
Quando
o setor da construção civil no Brasil começava a apresentar sinais de sua
recuperação, veio a pandemia do coronavírus (Covid-19). O segmento foi um dos
poucos que deram sinais claros de recuperação em 2019. O ano marcou a retomada
do crescimento do mercado, após cinco anos seguidos de queda. O setor, que
viveu uma grande crise nos últimos anos – a queda acumulada do Produto Interno
Bruto (PIB) da construção de 2014 a 2018 chegou a 30% –começava a apresentar
sinais de sua recuperação com crescimento do PIB em 2019 na casa dos 2% e
previsão de 3% para 2020, o dobro da previsão para a expansão da economia.
“Começamos
o ano bem. Com bons sinais e boas expectativas. A economia estava com
indicadores positivos”, afirma o empresário do segmento, Anderson Ney Passos da
Costa, sócio da Brasloc Locação de Equipamentos e Movimento Vertical, com
matriz em Belo Horizonte e filiais em Goiânia e Cuiabá.
Mas
a pandemia acelerou a corrida das empresas por estratégias mais assertivas.
Especialistas em vendas tentam antecipar tendências, analisando as necessidades
e expectativas dos clientes. E todos querem apenas uma resposta: em um cenário
de crise como este, ainda existem oportunidades a serem exploradas?
Não
há dúvidas de que 2020 vai ser difícil para a economia. No entanto, para
Anderson, a construção civil deverá ser o grande carro-chefe para a recuperação
da economia e geração de empregos, após a pandemia, para reduzir os impactos no
setor produtivo, debilitado devido ao Covid-19.
“As
empresas de locação, por exemplo, tem sofrido com as dificuldades e variações
cambiais, pois grande parte dos insumos e equipamentos utilizados na construção
são importados”, pontua. No entanto, segundo ele, a expectativa para
recuperação do setor é vista positivamente. “Ela caminha de mãos dadas com os
níveis de capacidade de injeção de capital tanto governamental quanto das
empresas privadas. Historicamente, o nível da capacidade de endividamento
financeiro das empresas do ramo estão dentro do patamar regular, o que facilita
a recuperação econômica”, aponta Anderson.
O
empresário faz uma outra observação relacionada à expectativa global após a
crise: “A redução da dependência produtiva da China. O mundo demorou muito a
perceber esta dependência gigantesca do setor industrial chinês. Este aspecto
tem uma importância relevante no setor, pois nossos equipamentos são
basicamente produzidos no oriente”, destaca.
Segundo
Anderson, embora a construção civil seja uma área ainda bastante engessada, é
preciso entender que é hora de se reciclar. A Prospecta Obras, startup que
mapeia as obras em andamento no Brasil, realizou um levantamento com quase 35
mil proprietários e profissionais de obras em andamento ou a iniciar para
entender suas necessidades e anseios. O estudo apontou, por exemplo, que a mão
de obra é o item do setor que mais precisa ser melhorado, seguido pela
diminuição da burocracia e o modelo ainda engessado do comércio.
“Novas
estratégias para atingir cliente, planos em ação, ajustes de tempos em tempos e
muito conhecimento sobre o setor, podem ser o caminho para encontrar grandes
oportunidades mesmo em meio à crise”, conclui Anderson.
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