Com a expectativa
dos consulados reabrirem até final de junho, empresários poderão voltar a
ampliar suas atividades comerciais nos Estados Unidos
O rendimento em dólar é um grande atrativo para
gestores e empresários. Por isso, boa parte das instituições que possuem
estabilidade financeira visam ampliar seus negócios nos Estados Unidos.
Para estes, o mais indicado é o visto L1 que
contempla a transferência de um sócio, gerente ou administrador, que atuará na
subsidiária americana. Daniel Toledo, advogado especialista em direito de
internacional e sócio da Toledo e Advogados Associados, explica que é
fundamental que o solicitante exerça um cargo hierárquico e estratégico. “O
ideal é que a empresa matriz possua estrutura com funcionários, contabilidade
em ordem e capacidade financeira para realizar a transferência" explica.
Empresas familiares também se encaixam no perfil do
L1, desde que o solicitante seja um dos sócios ou que tenha função
administrativa. “Não importa qual o segmento de atuação, mas é preciso ter
habilidade e competências para gerenciar uma equipe, aliadas à capacidade de
gestão e implementação de novos negócios", recomenda o advogado.
Comprovar o faturamento também é um ponto
importante neste processo. “As empresas no Brasil costumam enxugar os números,
principalmente quando o assunto é declaração de imposto de renda. Então é comum
alguns empresários apresentarem ganhos na casa dos R$ 10 mil e ainda possuírem
sete colaboradores. Talvez o governo brasileiro possa acreditar neste cenário,
mas o americano, não”, aponta Toledo.
Por esse motivo, o ideal é apresentar um valor
disponível para a implantação a partir de $ 120 mil dólares, pelo menos, e
documentos que devem ser demonstrados através do imposto de renda, declaração
do contador devidamente assinada e com firma reconhecida, além de folha de
pagamento, balancete e extratos que comprovem a movimentação e a capacidade
financeira. “A documentação será analisada pelo órgão consular que
aprovará ou negará a aplicação”, afirma Toledo.
A empresa americana não precisa ter o mesmo objeto
social da brasileira. “É possível abrir uma floricultura, pet shop, academia,
desde que apresente o valor de 80 a 100 mil disponíveis em conta corrente para
subsidiar a compra de equipamento, contratação de pessoas, mobiliário, afinal
não se alcança um lucro exorbitante logo no primeiro mês, por isso é preciso
ter uma reserva para pagar todas as despesas”, orienta o advogado.
Essa organização, que vai garantir o bom
funcionamento e a lucratividade, deve estar no plano de negócios. “O ideal é
provisionar para cinco anos, o que traz uma solidez muito bacana para um
projeto como um todo”, aponta Daniel.
Vale lembrar que a empresa no Brasil deve ser
manter ativa e com uma vida financeira saudável. Caso ocorra o fechamento ou
falência, a solicitação do visto pode ficar comprometida.
Para que seja concedida a estada do empresário, é
preciso que o negócio esteja funcionando com lucratividade, equilíbrio nas
contas e contratação de empregados para que o aplicante possa manter o seu
visto e o da sua família. “O visto deve ser, sempre, consequência de uma
iniciativa bem estruturada e sustentável. Por isso, é muito importante fazer
essa análise empresarial com profissional experiente e competente”, avalia
Daniel.
O advogado explica que o próximo passo é fazer a
aplicação do visto no Consulado, ainda no Brasil, através de um advogado
devidamente habilitado e cadastrado na Ordem dos Advogados do Brasil para que
tenha o direito legal de postulação e representação em território nacional.
Após um ano da concessão do L1, é preciso fazer a
prestação de contas para comprovar o que foi estipulado no plano de negócios,
para que que a prorrogação do visto seja aprovada. O índice de lucratividade
pode variar ou até mesmo não atingir o valor esperado, o que é normal. Se os
números não fugirem muito do que foi provisionado, o visto é renovado para mais
dois anos.
Daniel reforça que muitas pessoas conseguem o green
card a partir do L1. “Em um prazo de um ano e seis meses, é bem provável
que o gestor tenha conquistado a solidez necessária para manter a empresa com
toda a estrutura necessária e com um faturamento relevante. A partir deste
cenário, é possível analisar a mudança de visto que conduza ao sonhado Green Card”,
conclui Toledo.
Daniel
Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em direito
internacional, consultor de negócios internacionais e palestrante. Para mais
informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br
ou entre em contato por e-mail daniel@toledoeassociados.com.br.
Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 68 mil
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com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente.
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