A
gestão empresarial para PMEs (Pequenas e Médias Empresas) não mudou muito nos
últimos 20 anos. Desde que comecei a participar de consultorias em gestão, os
fundamentos são os mesmos. Porém, a partir de março deste ano as coisas mudaram
repentinamente. Fazer uma previsão pós-quarentena para nossos clientes e demais
empresas é muita pretensão, mas gostaria de compartilhar algumas reflexões para
ajudar no processo de reabertura dos negócios.
Algumas premissas antes de começarmos:
- A
pandemia não irá terminar em um dia específico. Não sou especialista em
saúde, mas pelo que tenho acompanhado, o coronavírus atingiu apenas parte
da população e a imunização com efeito rebanho, quando mais de 70% já
tiveram contato e desenvolveram anticorpos contra o vírus, está muito
longe da realidade. As vacinas, infelizmente, ainda não são viáveis. Por isso,
a flexibilização e monitoramento do avanço da contaminação ditará as idas
e vindas da quarentena e isolamento. Ora os estabelecimentos abrem, ora
podem fechar.
- O
medo e insegurança imperam. Medo de contaminação, medo de perder a vida ou
de perder um ente querido, medo do desemprego ou de perder renda. Existe
um colapso total das pessoas e isso impacta em como elas irão consumir
produtos e serviços daqui para frente.
- Adaptação
e mudanças na rotina. Vivenciaremos uma mudança importante na forma como
as pessoas irão trabalhar, como irão à escola, como vão se alimentar, como
consumirão cultura e entretenimento. Todas as atividades devem sofrer
alguma adaptação tendo como foco seguir regras de higienização,
distanciamento e a priorização das atividades remotas.
- Setores e segmentos. Alguns foram duramente impactados, como as áreas de eventos, turismo, bares e restaurantes. Outros, caso do segmento de higiene e limpeza, nunca cresceram tanto. Por isso, o empresário deve buscar segmentos que tenham demanda para prosseguir e crescer, mesmo no meio da pandemia.
Com o plano de “retomada consciente”
do governo do Estado de São Paulo, deveremos monitorar a abertura ou fechamento
dos estabelecimentos, determinado pelo avanço ou diminuição da contaminação.
Diante de todas essas premissas, vejo que a gestão das PMEs deve ser realizada dia após dia, com planos de curto prazo e análise de indicadores de receita, pagamentos, produção, estocagem, custos e equipe feitas com bastante critério. Por conta da abertura flexível, não se pode investir muito na produção com a certeza do escoamento dos produtos. Por outro lado, o empreendedor também não pode ser surpreendido por uma demanda maior e perder oportunidade de gerar receita. Neste momento, todos os controles devem estar à disposição de cada gestor para tomadas de decisão imediatas.
Não há dúvida de que entraremos em uma recessão. Por isso, os produtos com apelo de preços menores e para baixa renda têm potencial de consumo maior. Passamos pela mesma situação em 2014 e, pela experiência acumulada, sabemos qual caminho escolher agora. Temos bagagem para entender quais produtos e serviços precisam ser readequados de acordo com a propensão e poder aquisitivo dos clientes. Isso faz com que sejamos cães farejadores de desperdício e eliminadores de custos para mantes preços baixos.
Deveremos trabalhar, ainda, nas ações de proteção. Telas de acrílico, faixas pintadas no chão indicando distanciamento, controle de entrada de clientes nos locais, dispenser de álcool gel acionado com os pés, cabines isoladas por pessoa ou por família, atendimento à domicílio e outras iniciativas devem ser executadas e divulgadas para que o cliente tenha confiança para consumir produtos e serviços da sua empresa.
Temos recomendado para os donos de empresas que não arrisquem investir em novos negócios neste pós-pandemia, pois além da demanda ser menor, há o risco de encarar concorrentes que estão fazendo de tudo para sobreviver e, por isso, corroem as margens que um iniciante não tem fôlego para enfrentar.
Infelizmente, neste momento veremos que aqueles que não trabalham com boas práticas de gestão não vão resistir à crise. A pandemia só acelerou o processo, que mais cedo ou o mais tarde, iria acontecer, que é o fechamento de empresas conduzidas por pessoas que deixaram de lado o planejamento, o acompanhamento das ações, a tomada de decisões baseadas em dados, enfim, que não se valeram da gestão atenta do próprio negócio.
É claro que também existirão boas notícias. Veremos empresas que trabalham da maneira correta se reinventando e superando as dificuldades. O novo mundo que nos aguarda será muito diferente de 2019 e de outros anos. A velocidade das mudanças já ditas há tanto tempo nunca esteve tão evidente. Empresas que utilizam plataformas digitais vendem mesmo com o isolamento social, as videoconferências e o ensino à distância já provaram que o ensino tradicional pode ser substituído. Por isso, o empreendedor deve ter a mente aberta para o novo e experimentar outras formas de gerir sua empresa. Talvez, ficar agarrado à forma como a gestão era feita até poucos meses atrás, levará a empresa a permanecer no passado. A empresa que melhor se beneficiará é aquela cujo gestor segue a citação de Alvin Toffler: “O analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender”.
Diante de todas essas premissas, vejo que a gestão das PMEs deve ser realizada dia após dia, com planos de curto prazo e análise de indicadores de receita, pagamentos, produção, estocagem, custos e equipe feitas com bastante critério. Por conta da abertura flexível, não se pode investir muito na produção com a certeza do escoamento dos produtos. Por outro lado, o empreendedor também não pode ser surpreendido por uma demanda maior e perder oportunidade de gerar receita. Neste momento, todos os controles devem estar à disposição de cada gestor para tomadas de decisão imediatas.
Não há dúvida de que entraremos em uma recessão. Por isso, os produtos com apelo de preços menores e para baixa renda têm potencial de consumo maior. Passamos pela mesma situação em 2014 e, pela experiência acumulada, sabemos qual caminho escolher agora. Temos bagagem para entender quais produtos e serviços precisam ser readequados de acordo com a propensão e poder aquisitivo dos clientes. Isso faz com que sejamos cães farejadores de desperdício e eliminadores de custos para mantes preços baixos.
Deveremos trabalhar, ainda, nas ações de proteção. Telas de acrílico, faixas pintadas no chão indicando distanciamento, controle de entrada de clientes nos locais, dispenser de álcool gel acionado com os pés, cabines isoladas por pessoa ou por família, atendimento à domicílio e outras iniciativas devem ser executadas e divulgadas para que o cliente tenha confiança para consumir produtos e serviços da sua empresa.
Temos recomendado para os donos de empresas que não arrisquem investir em novos negócios neste pós-pandemia, pois além da demanda ser menor, há o risco de encarar concorrentes que estão fazendo de tudo para sobreviver e, por isso, corroem as margens que um iniciante não tem fôlego para enfrentar.
Infelizmente, neste momento veremos que aqueles que não trabalham com boas práticas de gestão não vão resistir à crise. A pandemia só acelerou o processo, que mais cedo ou o mais tarde, iria acontecer, que é o fechamento de empresas conduzidas por pessoas que deixaram de lado o planejamento, o acompanhamento das ações, a tomada de decisões baseadas em dados, enfim, que não se valeram da gestão atenta do próprio negócio.
É claro que também existirão boas notícias. Veremos empresas que trabalham da maneira correta se reinventando e superando as dificuldades. O novo mundo que nos aguarda será muito diferente de 2019 e de outros anos. A velocidade das mudanças já ditas há tanto tempo nunca esteve tão evidente. Empresas que utilizam plataformas digitais vendem mesmo com o isolamento social, as videoconferências e o ensino à distância já provaram que o ensino tradicional pode ser substituído. Por isso, o empreendedor deve ter a mente aberta para o novo e experimentar outras formas de gerir sua empresa. Talvez, ficar agarrado à forma como a gestão era feita até poucos meses atrás, levará a empresa a permanecer no passado. A empresa que melhor se beneficiará é aquela cujo gestor segue a citação de Alvin Toffler: “O analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender”.
Haroldo Matsumoto - especialista em
gestão de negócios e sócio-diretor da Prosphera Educação Corporativa,
consultoria multidisciplinar com
atuação entre empresas de diversos portes e setores da economia.
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